Cap.10 - Medo

399 39 35
                                    

Pareci, poquinho atrasada mas voltei kkkk 

⚠️Aviso: Atenção com esse começo de capítulo, pode ser conteúdo sensível pra algumas pessoas, leia com cuidado. 
TW: Morte, perda, sangue, crise de pânico.

22.03.2034

𝒮𝑜𝓃𝑜...

 O palácio parecia vazio demais para uma manhã de sábado. Era dia de Florata, o festival tradicional do reino de Anchi, e por mais que as flores vermelhas e perfumadas decorassem todo seu caminho até o salão principal, um clima estranho fazia com que o príncipe sentisse um nó na garganta. 

- Mãe? - Murmurou baixo ao reconhecer os cabelos longos da rainha passando de relance por uma das portas decoradas. Sabia bem onde aquele caminho dava, então apenas seguiu para a estufa, se surpreendendo ao de repente ver o céu - antes claro e sem tantas nuvens - ser envolvido por um manto escuro e opaco; Não era apenas a noite, era... escuridão, breu, uma fumaça sem distinção que cobriu tudo. - Mãe...

E então um estrondo alto o fez tapar os ouvido como reflexo. Pareciam tiros, talvez bombas, não souber distinguir. 

 Perdeu o ar ao ver o rastro de sangue já no início do jardim. Sua mente confusa como nunca o fez travar antes de mais um passo, porém não foi preciso mais que isso para a terrível cena se formar bem diante dos seus olhos. O corpo ainda jovem estava estirado de qualquer jeito entre camélias e algumas folhas, o rosto antes sereno e amigável convertido numa expressão de pânico, parecia não ter tido tempo para qualquer outra reação antes de seu fim. 

 Joui perdeu o fôlego. Não podia ser real. Não podia ser... Sentiu as pernas cederem, mas ainda sim forçou-se de joelhos até sua mãe, chorando sem nem ao menos sentir, soluçando e gritando mudo enquanto a sacudia como se isso fosse, de alguma forma, trazê-la de volta. Saiu do transe e soltou um grito de horror ao ver que logo em seguida, não mais que alguns passos, uma pilha de corpos o esperava na porta da estufa. 

- N-não... - Foi tudo o que conseguiu proferir antes de sentir todo seu pouco ar restante se esvair. 

 Arthur, Elizabeth, Thiago, Dante, Christopher... Kaiser... Todos estavam ali. Pareciam tão frios, tão... vazios. Havia tanto sangue, tanta terra... e as malditas camélias. Sua visão turvou, pensou ter visto alguém se mexer, as vezes pareciam se contorcer como um músculo cheio de espasmos, mas em seguida tudo estava tão estático quanto uma pintura. 

- Não. Não. NÃO! - A escuridão ao redor ficava cada vez mais densa, como se o ar estivesse rarefeito. Ele não tinha mais ninguém. Todos se foram. Era tão silencioso mas sua cabeça parecia explodir de tanta dor. - TUTU! ARTHUR, NÃO, ACORDA! LIZ! Senhor Thiago.... Não, não... KAISER, KAISER EU TÔ MANDANDO VOCÊ ACORDAR!

𝑅𝑒𝒶𝓁𝒾𝒹𝒶𝒹𝑒...

- JOUI! JOUI ACORDA! Ei, ei... Calma, você tá aqui! - Ouviu a voz meio desnorteada o tirando da escuridão que parecia ter grudado em cada partícula de seu corpo. Abriu os olhos com força e ofegou quando encontrou alguns pares de olhos o encarando preocupados. Reconheceu Arthur de primeira e o puxou para um abraço sem pensar muito. - Calma amigo, calma...

 Alguns segundos foram o suficiente para recobrar a consciência e entender que não estava apenas com o melhor amigo no quarto. Dante o encarava da porta mais aliviado, mas sua expressão não era das melhores; Se surpreendeu a ver Liz chorando sentada logo ao lado, com Thiago a abraçando enquanto segurava sua mão. 

O Príncipe e o Guerreiro - Joesar Au Onde histórias criam vida. Descubra agora