Aceitação

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***

Acordei na manhã seguinte sozinha na cama, mas levando em consideração que já eram quase onze da manhã e que Carolina não estava assim tão cansada quanto eu, era bem normal.

Mas eu sabia que isso não mudava quem Carolina era. Tanto que, ao chegar ao banheiro para escovar os dentes, abri um sorriso ao ver um bilhete preso no espelho por fita adesiva.

"Bom dia, dorminhoca.

Espero que tenha dormido tão bem quanto eu.

Por falar nisso, adorei dormir nos seus braços.

Agora que tal tomar logo um banho e voltar para os meus? Estou te esperando na sala com um café da manhã reforçado. Não demora.

Beijos.

P.S.: A manhã está bem fria, então se agasalhe bem. Lembra que vamos sair, não é? Preciso de roupas. A não ser que você queira que eu passe o final de semana nua. Acho que não seria má ideia...

Agora pare de ler isso e se apresse.

Beijos... de novo.

P.S. 2: Estava brincando quanto a ficar nua, ok? Preciso mesmo de roupas.

Não vou mais mandar beijos, porque prefiro dar pessoalmente. Vem logo."

Abri um sorriso ainda maior e me apressei a tomar um banho, vestindo logo uma blusa e jeans escuros, colocando um cardigã por cima, descendo as escadas quase correndo enquanto arrumava os cabelos ainda úmidos com os dedos.

Encontrei Carollina na sala, assistindo um desenho, mas colocou a televisão no mudo assim que me viu.

— Bom dia — cumprimentei, me aproximando mais, e sentei ao seu lado no sofá de três lugares.

— Você está uma gata! — ela exclamou e enquanto passava o olhar pelo meu corpo, como um scanner. — É um pecado sair assim tão bonita, sabia? Vou ficar com ciúmes quando as pessoas começarem a te olhar na rua.

— Pare com isso, Carolina — pedi, sorrindo constrangida. — Você também está linda.

— Gostou? — ela perguntou, ficando em pé e deu uma volta para que eu pudesse vê-la melhor. — É de Liz — Carolina continuou, mostrando melhor o casaco bege de linha. — E as botas também. Ela me emprestou porque sabia que eu não tenho mais nada que aguente esse clima louco. Ao menos parou de nevar — ela comentou, olhando rapidamente através das janelas de vidro. — É claro que está tudo coberto de neve, mas acho que não nevar é uma coisa boa, não é? Quer dizer, eu acho que é. Mas como não neva no Arizona, não dá para ter certeza. Mas se levar em conta que...

Interrompi o falatório incessante de Carolina, puxando-a pela nuca, e cobri seus lábios com os meus.

No início era para ser apenas um beijo rápido para fazê-la calar, mas quando senti seus lábios nos meus, a necessidade de provar mais do seu gosto me dominou, e eu me peguei aprofundando o beijo, infiltrando minha língua na sua boca.

Um suspiro escapou da sua boca, e Carolina relaxou contra o meu corpo, envolvendo meu pescoço com seus braços delicados.

Lentamente fui diminuindo a intensidade do beijo e me afastei um pouco, apenas o suficiente para olhar nos seus olhos.

— Você sempre fica tagarela assim pela manhã? — perguntei divertida, sorrindo ao vê-la corar.

— Desculpe — ela murmurou, desviando o olhar o meu.

— Está nervosa com algo?

— Eu? Não! — Carolina respondeu, talvez rápido demais. — Estou ansiosa para sair.

𝗗𝗼𝗰𝗲 𝗣𝗲𝗰𝗮𝗱𝗼 - G!POnde histórias criam vida. Descubra agora