Quando cheguei em casa, logo senti o aroma do jantar no ar, mas ignorei aquilo por um instante e me dirigi à sala, de onde ouvia o som da televisão ligada. Ao me ver, Carolina imediatamente a desligou e ficou em pé, tentando calçar as pantufas que estavam no chão.
— Desculpe ter ligado a televisão — ela pediu, parecendo nervosa. — Fiquei um pouco entediada.
Andei calmamente na sua direção, vendo-a franzir o cenho quando cheguei perto demais e sentei no sofá onde ela estivera.
— Sente, por favor — pedi num tom baixo, tentando organizar as ideias na minha mente, enquanto me obrigava a parar de pensar no quanto ela estava doce naquela roupa.
Respirei fundo antes de começar a falar, só o fazendo depois que Carolina estava acomodada no sofá, sentada quase de frente para mim.
— Eu não vou negar que o que você fez me magoou muito, Carolina. Não apenas por conta do que já sentia, como também porque eu nunca esperava que você fosse capaz de fazer aquilo. E nem coloco a culpa completamente na sua imaturidade, porque você foi esperta o bastante para traçar aquele plano idiota.
— Bárbara, eu-
— Me deixa terminar, por favor — pedi num tom firme, a silenciando. — Mas eu também estaria sendo egoísta em colocar toda a culpa do fim do nosso relacionamento nas suas costas. A verdade é que eu não sei se devo te perdoar, Carolina. Não porque você não mereça ou porque eu tenha deixado de te amar... — Respirei fundo mais uma vez, me obrigando a continuar quando um brilho de esperança surgiu nos seus olhos castanhos. — O fato é que eu não acho que nós devemos ficar juntas. Seria errado por muitos motivos. Nós começamos isso da forma errada. Não apenas porque, no começo, para você isso nada mais era do que uma vingança contra Victor. Mas eu também agi errado ao consentir com essa traição. Era o meu próprio filho a quem estava enganando. E não importa o quanto você ache que ele mereceu isso, mas continua sendo errado. Mas também tem o fato de que você é muito jovem, Carolina.
Ela ia me interromper mais uma vez, mas não lhe dei oportunidade, continuando a falar tudo que precisava.
— Isso não sou eu voltando ao meu preconceito com a nossa diferença de idade — me apressei a esclarecer. — Você tem dezoito anos e toda uma vida em Phoenix. E era nesse ponto que eu queria chegar. Porque não sei se conseguiria deixar minha cidade para tentar algo ao seu lado, quando tudo pode nem dar certo entre nós no final. E também não posso te pedir para largar tudo lá e ficar aqui comigo. Eu tentei fazer isso por minha ex mulher, e não deu certo. E quando ela tentou fazer o mesmo por mim, as coisas só pioraram. Então, antes de chegar ao ponto em que nós duas passamos a nos odiar, eu prefiro me afastar e pedir para você ir embora.
— Não muda o fato de que você me quer longe daqui — ela murmurou com a voz fraca.
— Não. Não muda. Mas agora você sabe o real motivo.
— Porque você tem medo de tentar.
— Porque eu tenho medo de perder as lembranças boas do tempo que tivemos juntas — a corrigi. Esperei que Carolina falasse mais alguma coisa, mas quando ela se manteve em silêncio apenas me encarando de volta, resolvi dar aquela conversa como encerrada. — Era só isso que eu precisava falar para você — falei, já ficando em pé. — Não vá embora hoje, para não ter que dirigir à noite.
— Não escolha por mim, Bárbara — Carolina finalmente falou, quando eu já estava saindo da sala.
Sabia que ela não estava se referindo apenas à minha sugestão para ela dormir ali aquela noite, mas apenas continuei meu caminho, saindo da sala e a deixei sozinha.
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𝗗𝗼𝗰𝗲 𝗣𝗲𝗰𝗮𝗱𝗼 - G!P
FanfictionOnde após ser traída pelo namorado Carolina Marzin busca consolo nos braços da sogra, Bárbara Passos *Bárbara intersexual* ⚠️A fanfic terá abuso sexual⚠️ |Adaptação, história original está no perfil: whyjaurelesba|