Happy b-Day Amorinha_a_a !!!
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Ela deveria estar trabalhando. O projeto de lingerie on-line era interessante. Normalmente, já teria terminado. Mas não conseguia olhar para roupas íntimas ou mesmo ler a respeito sem pensar em Lexa.
A gaveta onde guardava o celular parecia chamá-la. Queria escrever para Lexa. Aquilo era permitido? Afora a noite no escritório, elas só trocavam mensagens com fins logísticos.
Ela batucou com os dedos na superfície da mesa, então cerrou o punho. Como conseguiria seduzi-la se não tinha coragem nem de mandar uma simples mensagem? Pegou o telefone.
Oi.
Mas apagou a mensagem antes de mandar.
Estou com saudade.
Só de ver aquelas palavras na tela suas mãos ficaram suadas. Eram diretas demais. Precisava apagar.
- Queria confirmar os planos para hoje.
Ela apertou o botão de enviar, colocou o celular sobre a mesa e ficou olhando para os monitores do computador sem conseguir se concentrar em nada. A tela do celular apagou depois de um tempo. Lexa devia estar ocupada.
O telefone vibrou, mas não do jeito breve que indicava mensagem de texto. Ele continuou zumbindo e tremendo. Era alguém ligando.
Quando olhou para a tela, viu o nome de Lexa e seu coração disparou. Ela agarrou o celular junto ao peito antes de atender. — Alô?
— Oi.— Ao fundo, Clarke ouviu a mãe dela tagarelando em vietnamita sobre o ruído da máquina de costura. — Preciso usar as duas mãos no momento, então resolvi ligar em vez de escrever. Hoje à noite ainda está de pé. Naquele restaurante tailandês em Mountain View.
— Encontro você lá.
— Perfeito.
A máquina de costura parou, e o silêncio se estabeleceu no espaço virtual entre elas. Clarke queria que Lexa falasse. Queria ouvir sua voz de novo.
— Não esquece as roupas para ficar na minha casa. A não ser que não queira. Não é obrigatório — , Clarke falou, apressada.
— Não, por mim tudo bem. Mas já esqueci.— Lexa deu uma risadinha, e Clarke apertou o celular com força. Estava com saudade dela de verdade, apesar de só fazer um dia que tinham se visto.
Me. falou alguma coisa, e Lexa soltou um suspiro. — Preciso desligar. Tomara que a noite chegue logo. Estou com saudade. Tchau.
Ela ficou sem fôlego antes de conseguir murmurar: — Eu também — . Mas o telefonema já tinha sido encerrado, e suas palavras foram ditas apenas para si mesma.
Como as outras pessoas conseguiam cumprir suas obrigações diárias com uma saudade daquele tamanho? Clarke precisava vê-la.
Clarke abriu a galeria de fotos do celular, que estava vazia. Agindo por impulso, mandou outra mensagem para Lexa.
*Quero uma foto sua no meu telefone. Por favor.
Quando tinha perdido a esperança de receber uma resposta e já ia guardar o celular na bolsa, o aparelho vibrou.
Era uma selfie tirada na hora, um close do rosto dela com as sobrancelhas levantadas e fazendo 'biquinho'. Uma foto meio desajeitada, mas ainda assim fofa. Clarke suspirou e esfregou o polegar no rosto dela.

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Love Numbers
RomanceClarke Griffin tem dificuldades de se relacionar com as pessoas, ela tem síndrome de Asperger e muitas vezes não consegue filtrar o que diz ou simplesmente "trava". É uma mulher sensível e odeia desorganização. Sendo econometrista, ama números e é a...