Conflitos

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- Ah... Eu tô tão cansada!- Alícia entrou no quarto se jogando na cama.

- Você foi ótima no seu primeiro dia...- Flora a parabenizou.

- Alícia...- Gabriel entrou rápido no quarto da filha a assustando fazendo a se levantar da cama enquanto Flora se escondia.- Passei no seu quarto para falar com você há uma hora e não estava, saiu sem autorização... Não estava em lugar nenhum!

- Ah... É que... Passou no quarto do Adrien pra ver se ele também estava lá?

- Não envolva seu irmão, eu estava querendo falar com você! Por acaso estar testando a minha paciência?!

- Isso seria impossível já que nunca tem...- Cruzou os braços emburrada.

- Eu acho completamente inadmissível seu comportamento, mocinha!

- Desculpa...

- O que a sua mãe pensaria se te visse assim?

- Se ela estivesse aqui nada disso estaria acontecendo, ela cuidava bem da gente, éramos felizes...

- Não acredito que me considera um péssimo pai? Você sempre reclama, Adrien nunca falou nada...

- Sabe como ele é bonzinho, ele quer conseguir a sua atenção mas de uma forma diferente, talvez você não conheça tão bem o seu filho mas até ele cansou disso tudo... A mamãe morreu e no momento que mais precisamos você desaparece...

- Não acha que eu sofri também? Acha que eu não tenho sentimentos? Acha que a culpa é minha? Por que está me demonizando? Eu não sou o vilão!

- Talvez tivéssemos passado melhor se estivermos juntos mas quis fazer do seu jeito né, selo Gabriel Agreste de aprovação... Por que tudo o que faz tá certo!

- Não aguento mais ouvir essas importunações dentro de minha própria casa, da minha própria filha!

- Eu que pergunto, o que a mamãe pensaria se te visse assim?

- Já chega! Está de castigo para pensar em tudo o que fez e falou, não tolero esse tipo de ação!- Gabriel deu as costas a filha se dirigindo a porta.

- Não pode fazer isso... Eu tenho que ficar trancada agora?

- Eu posso e estou fazendo pois eu sou o seu pai!

- Eu não queria que fosse! Eu odeio você!- As palavras de Alícia chegaram profundamente a Gabriel que parou um pouco mas continuou o seu caminho para fora do quarto batendo a porta.
A garota se sentou no chão próximo a cama e começou a chorar.

- Ei... Não fica assim...- Flora tentava acalmá-la.

- Eu não aguento mais isso... Alguma coisa tem que mudar!

- O que vai fazer? Não faz nenhuma besteira... Tá de cabeça quente...

- Eu quero viver a minha vida e não a que impõe a mim... Eu quero fazer o que eu gosto, talvez... Eu não seja a heroína que você precisa.- Alícia saiu rápido se dirigindo ao banheiro.

- Ei, ei!- a Kwami a seguiu.- Me diz o que tem em mente... Por favor. Você quer se libertar das garras de um tirano né? Mas faz isso de uma maneira correta!

- Meu pai exigia que meu cabelo fosse longo, segundo ele era melhor e mais chamativo mas capas de revista... O que acha de um pouco abaixo do ombro?- Olhou para o espelho pegando uma tesoura.

- Eu não devia dar palpite na sua vida mas já que quer palavras de encorajamento... Você é corajosa, na verdade seu pai me assusta... Vai garota, se rebela, faz o que te deixa feliz, acaba logo com isso!- As palavras do bichinho estabilizava as mãos da moça que tremiam conforme a tesoura de aproximava do cabelo.

- Pronto... Tá indo...- Alícia lagrimejava cortando as madeixas.

- Tá se sentindo melhor?

- Tremendo... Mas nunca me senti tão bem... O que acha?- Mostrou o resultado.

- Eu acho que a ponta da direita tá maior que a esquerda mas tirando isso... Continua linda, um corte de cabelo novo não apaga o brilho dos seus olhos!

- Eu me sinto incrível!- Saiu pulando feliz pelo quarto.

- Eba, você tá radiante, e o que vai fazer agora?

- Agora?

- É... Tipo agora mesmo...

- O mundo é nosso...- Apontou para a janela aberta.

- Aiai, Alícia...
...

- Eu sou um ser humano terrível!- Alícia estava sentada em um beco.- Meu pai tava certo... O que minha mãe ia pensar? Ela ficaria tão decepcionada!- Chorava.

- O dia já amanheceu, sorte que é sábado senão estaria atrasada pra aula, mocinha!- Flora contou.

- Eu sei... A essa hora devem estar a minha procura... Que que eu faço? Eu só consegui comprar essas rosquinhas e suas sementes de girassóis... E eu ainda tinha que ir na casa da Juleka fazer o trabalho... E meu celular tá descarregando! É o meu fim!

- Calma, volta pra casa e finge que nada aconteceu...

- Eu não posso... A essa hora meu pai deve tá pensando em mil e uma possibilidades de me deixar de castigo, acho que esse é o meu lugar, do lado do lixo mesmo... Agora eu tenho certeza que eu não sou digna de um miraculous, eu sou fraca, inútil...- Começou a tirar o colar.
- Espera...

- Desculpa, Flora.- Ficou com o artefato na mão e abaixou a cabeça.

- Epa... Já amanheceu, não acha que uma garota da sua idade não deveria estar em casa?- Um senhor de traços asiáticos assustou a moça aparecendo do seu lado.

- Perdão, senhor... Pretendo não incomodar, eu só tô meio sozinha, aceita essas rosquinhas?

- Eu conheço você... E esse pingente bonito no seu colar, vi você esses dias em combate... Como é mesmo? Ah sim... Pixie Girl!- Contou assustando Alícia.

- Que? Como assim sabe quem eu sou? Tá de hack ou bruxaria?

O senhor soltou uma risada:

- Me chame de Mestre Fu, sou guardião da caixa de Miraculous e de longe pude sentir a presença de um tão poderoso... Soube de uma nova heroína e fui contactado sobre a existência do seu artefato. Não vou mentir que fiquei com medo que tivesse em mãos erradas e passar por um mesmo pesadelo mas depois do que fez como heroína tive certeza que era especial! Fique com ele, cuide bem e faça sempre com um propósito bom... Você é mais do que capaz!

- Obrigada... Eu precisava mesmo ouvir isso... Mestre, realmente não aceita uma rosquinha?- Se virou para pegar a caixinha e quando voltou, Fu não estava mais lá.- Ué, como esse velho foi tão rápido?
Respirou profundamente e colocou o colar:

- Achei que fosse me guardar e me esquecer de novo!- Flora parecia brava.

- Me perdoa... Eu realmente precisava de um tempo pra pensar e já tenho a minha decisão e um lugar pra ir.- Se levantou do chão determinada.

- Por que trouxe as madeixas cortadas do seu cabelo?

- Bom... Eu pensei muito e tem pessoas que precisam e seriam mil vezes mais feliz que eu, então vamos doar!

ᴀɢʀᴇsᴛᴇ - 𝑴𝒊𝒓𝒂𝒄𝒖𝒍𝒐𝒖𝒔Onde histórias criam vida. Descubra agora