POV EMMA
Depois de deixar Regina no seu trabalho, segui direto para o meu. Os dias naquele lugar estavam ficando cada dia mais intoleráveis e, por maior que fosse minha força de vontade em não levar os problemas para casa, o estresse já estava ultrapassando os limites racionais. Naquela manhã os olhares curiosos estavam mais evidentes do que o normal e aquilo logo me incomodou.
- Isso já está me tirando dos eixos. Falei entrando na sala de Mary sem nem ao menos bater.
- Oi, bom dia pra você também.
- Me desculpa. Bom dia... Ela sorriu compreensivamente.
- O que foi dessa vez? Recostou na cadeira e cruzou os braços.
- Não aguento mais as pessoas me olhando desse jeito. Parece que estou num campo de batalha.
- Swan, infelizmente alguns colegas não estavam acostumados a ter seus trabalhos corrigidos. Era tudo muito fácil e mecânico, daí você chega com uma ótima diferente, mais emocional sobre as imagens e quer colocar isso em prática. É natural esse tipo de comportamento. Todos aqui sabem do seu potencial e de como é difícil alcançar o seu nível de entrega. Nem todo mundo está disposto a mudar, nem mesmo quando a mudança é para melhor. As vezes é mais fácil continuar na zona de conforto.
- Tudo o que proponho é para ajudar no crescimento aqui dentro da empresa, mas, principalmente, no lado pessoal de cada um.
- Assim como eu, outros pensam igual a você, porém somos a minoria.
- É, mas essa minoria vai continuar empregada se Elsa colocar em prática suas ideias.
- Do que está falando?
- Na nossa última reunião ela deixou muito claro que está cansada de pegar portfólios sem alma e que está disposta a fazer uma renovação no departamento de imagem.
- Puta merda!!! Mary se levantou. - Ela vai mandar o pessoal embora?
- Não usou essas palavras, mas deixou bem evidente no ar. O pior é que ela espera um parecer meu sobre os possíveis candidatos à demissão.
- Caramba, Emma! Que droga!
- Já pedi uma reunião com a equipe daqui a vinte minutos. Vou tentar conversar e ver o que pode ser feito. A propósito preciso ir, estarei esperando na sala de conferência. Nos despedimos e segui meu caminho. Pouco a pouco os profissionais foram chegando.
- Estão todos aqui, dona Emma. Dorothy fechou a porta e se sentou em uma das cadeiras.
- Bom dia, pessoal. Eles responderam em uníssono. - Eu chamei cada um de vocês aqui pra gente tentar chegar a um consenso de trabalho. A Life, hoje, está com uma filosofia menos capitalista e mais social, visando uma abordagem mais humana nas suas matérias principais, com isso o conteúdo de imagem precisa acompanhar essa movimentação.
- Swan, isso não faz sentido algum. Essa revista funciona do mesmo jeito a anos. Daí você chega e quer mudar tudo. Dymitri, um dos mais antigos fotógrafos da equipe, se manifestou.
- Eu não estipulei mudança alguma, isso vem lá de cima, só sigo as regras e tento colocar vocês dentro delas.
- Swan, nós conhecemos o seu trabalho e todos aqui sabem até onde ele te levou, mas é bastante complexo pra mim fazer igual a você. O jovem Adrian falou.
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É inevitável te amar
RomanceAté que ponto suas escolhas podem te levar? Até que ponto é capaz de ir para alcançar seus objetivos? Até que ponto podemos chegar quando o amor nos arrebata? Regina e Emma sentirão e sofrerão na pele as nuances da descoberta de um amor verdadeiro.