67. Imigração

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POV REGINA CONTINUAÇÃO

O despertador do celular tocou mais estridente do que nos dias normais, aumentando potencialmente a dor latejante dentro da minha cabeça. Olhei ao redor e não havia sinal algum de que Emma tinha estado ali, então, vesti meu robe e fui a sua procura já imaginando que ela pudesse estar adormecida no sofá. Quando cheguei na sala, tudo estava devidamente no seu lugar e o cheiro de café fresco vindo da cozinha me fez chegar a conclusão de que ela estava acordada.

- Bom dia, eu já estava indo te chamar. Disse estranhamente calma. - Senta aqui, acabei de passar o café. Puxou a cadeira onde me acomodei.

- Onde esteve? Perguntei diante de sua passividade.

- Na Alavon. Fui verificar como andam as coisas por lá, aproveitei e bebi um pouco. Disse passando por trás de mim para servir a xícara. Quando terminou, segurei seu braço a puxando para um beijo. Meu coração parecia que iria sair pela boca com a possibilidade de não ser correspondida, mas aconteceu exatamente o contrário e seus lábios tomaram os meus com a mesma intensidade de sempre, contudo não tinha como passar despercebido a mágoa que estava contida ali.

- Eu senti falta de você na cama comigo. Sussurrei após o beijo.

- Lembra o poema que escrevi para você logo que a gente se conheceu? Num flash busquei aquela informação na minha memória.

- Pisar no freio também é andar pra frente? Ela meneou a cabeça num sim e eu soltei seu braço entendendo a importância daquelas palavras. - O que foi verificar na boate? Perguntei propositalmente na intenção dela falar sobre as ações.

- O último balancete de gastos veio bem abaixo do habitual e acabei estranhando.

- Corte de gastos?

- Até onde eu saiba, não.

- Quer que eu dê uma olhada? Ela deu um meio sorriso.

- Se não tomar muito do seu tempo, vou agradecer uma ajudinha. Esses números sempre dão um nó na minha cabeça.

- Não existe tempo mais valioso do que os que passo com você. Pega lá pra mim que analiso agora mesmo.

- Vamos nos atrasar...

- Eu ligo para sua chefe e dou uma desculpa.

- Estou me referindo a você. Hoje eu não vou trabalhar. Ouvir aquilo me deixou encucada.

- Tirou uma folga?

- Pode-se dizer que sim. Tenho infinitas horas extras naquele lugar. Ninguém vai dar falta mesmo. Levantou e pegou sua mochila. - Aqui está o último mês. Estes são os meses retroativos. Me entregou um fichário escrito AVALON na capa.

- Os valores pertinentes ao mês passado estão bem discrepantes dos anteriores. Tem certeza de que não foi implantado alguma política de redução de despesas?

- Estava tudo dentro da normalidade ontem.

- Então esses cálculos não fazem sentido. Folheei mais algumas páginas. - Os lucros continuam os mesmos?

- Sim. As oscilações são comuns, mas bem discretas.

- Tem algo errado aqui, Emma. Afirmei.

É inevitável te amarOnde histórias criam vida. Descubra agora