POV EMMA
De todos os dias que já tivemos, definitivamente, aquele estava sendo o mais difícil por ter que deixar Regina e as crianças sozinhos em casa. Como já previa, não consegui pregar os olhos e, então, esperei minha esposa adormecer para ficar de olho na nossa filha. A temperatura dela tinha voltado a subir e, então, apliquei um truque que aprendi na infância, colocando uma toalha levemente molhada sobre sua testa. Felizmente deu certo, mas não tive coragem de sair daí e acabei adormecendo sentindo sua respiração suave no meu pescoço. Resultado disso; uma baita torcicolo.
- Agora é você quem vai precisar de um médico. Disse Regina enquanto passava uma pomada na região endurecida do meu ombro.
- Está valendo a pena a consequência. Pelo menos a febre não voltou. Ela parou o que estava fazendo para ficar diante de mim.
- Amor, foi louvável o seu cuidado. Estou orgulhosa disso, mas vê se me escuta da próxima vez. Ela está com um resfriado e esses sintomas são naturais.
- Ser mãe de primeira viagem é mais complicado do que imaginei. Aiii... Senti um desconforto forte quando tentei mover o pescoço..
- Você não vai conseguir dirigir desse jeito, imagina ficar o dia todo na frente do computador.
- Tenho que ir, linda. A reposição do estoque demanda minha atenção. Além disso, marquei de entrevistar uma candidata para gerenciar o funcionamento noturno. Seus olhos se estreitaram.
- Não me disse que tinha selecionado uma mulher para o cargo. Sorri ao constatar o motivo daquela feição nada satisfeita e fiquei de pé, envolvendo-a nos braços.
- Ela tem um bom currículo, mas, se te deixar mais confortável, podemos escolher outro juntas.
- Não consegui esconder, não é?!?! Regina riu de si mesma, colocando as mãos sobre o rosto. - Não é só você quem fica irritada com os olhares cortejantes. Afastei suas mãos, colocando-as ao redor do meu pescoço.
- Se o mundo caísse aos meus pés, certamente isso passaria despercebido porque tudo o que me interessa está bem aí nível dos meus olhos. Tomei seus lábios num beijo apaixonado.
- Vou comprar uma caderneta e escrever cada uma dessas declarações lindas que você tira sabe de onde. Disse sem desgrudar nossas bocas e isso me fez rir.
- Olhar tão de perto esses castanhos brilhantes, sentir o gosto do seu beijo, conhecer cada curva misteriosa do seu corpo, acreditar que isso é só meu e, ainda, ter o seu amor são motivos mais do que suficientes para poder compor um soneto inteiro.
- Meu Deus, quanta inspiração... Gargalhou inclinando a cabeça para trás. - Eu me casei com uma verdadeira galanteadora. Como posso retribuir isso?
- Tenho inúmeras sugestões...
- É claro que você tem, senhora Swan, mas desse jeito não vamos conseguir evoluir muito. Disse tentando centralizar minha cabeça. - Tá vendo aí?!?! Precisa melhorar primeiro. Falou diante da minha careta de dor.
- Se isso não melhorar até o final do dia, prometo que vamos ao hospital.
- Quero só ver. Alcançou minha mochila que estava na cama. Virei de costas para colocá-la nos ombros. - Vai com cuidado, por favor, e qualquer coisa me liga. Deixou um selinho longo nos meus lábios. Aquele seria um dia puxado sem dúvida, mas, pelo menos, saí de casa com a certeza de que nossa menina estava bem melhor.
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É inevitável te amar
RomanceAté que ponto suas escolhas podem te levar? Até que ponto é capaz de ir para alcançar seus objetivos? Até que ponto podemos chegar quando o amor nos arrebata? Regina e Emma sentirão e sofrerão na pele as nuances da descoberta de um amor verdadeiro.