" As vezes as coisas ruins precisam acontecer para que possamos dar um rumo e um sentido as nossas vidas. "
Após um trauma na festa de fim de ano do colégio, Pedro se isola do mundo tentando superar a tristeza de ser enganado por pessoas que amava...
No conforto de sua casa, o jovem Pedro está deitado em sua cama refletindo sobre a manhã horrível que teve, após alguns minutos somente deitado ainda de uniforme decide tomar um banho para dar uma animada no seu dia já que até o momento havia sido a pior manhã de todos os tempos, caminha até seu banheiro e se encara no espelho por alguns segundos, o espelho onde ele e Lucca haviam tirado diversas fotos juntos.
" Errados foram eles, você não fez nada ruim! Você é a vítima! "
O pensamento passa por sua mente e persiste por alguns segundos, isso faz com que ele comece a perceber que não tem motivos para que ele fique se culpando tanto por tudo o que aconteceu, essa história já lhe tirou meses que poderiam ter sido aproveitados de forma produtiva, mas que por conta deles o mesmo ficou em casa depressivo.
E ainda há quem diga que o banheiro não é o melhor local para se refletir sobre suas ações e sua vida no geral, verifica se sua toalha está pendurada no banheiro e retira toda sua roupa, abre o chuveiro bem quente e se coloca embaixo. Para ele não existe nada melhor para te tirar de uma fossa que um banho quentinho.
O tempo passava, cinco, dez, quinze, até 20 minutos e ele ainda estava no banho, com o pensamento frequente de que perdeu tempo de vida sofrendo por erro alheio, quando do nada ouviu um som vindo de seu quarto, imaginou ser Peter afinal o mesmo vez ou outra aparecia com um doce quando ele não estava e deixava em cima da cama.
Seu pai dizia que o doce era um presente para " adoçar estes seus dias tristes ", Peter assim como sua esposa passou todo o tempo preocupado com o filho, e embora trabalhasse muito estava sempre mandando mensagens e ligando para ver se ele estava bem, nunca disse isso ao filho mas comentou com Nadir que se perdesse Pedro jamais iria conseguir se recuperar, afinal ele é o maior presente que ele já recebeu.
Decidiu que estava na hora de sair do banho e dar um rumo a sua vida, desligou o chuveiro e se enrolou na toalha saindo do box, secou-se e vestiu uma cueca e shot leve para ficar em casa, havia esquecido a camiseta em cima da cama então como estava sem seu quarto mesmo não viu problema em sair do banheiro.
Quando abre a porta de seu banheiro adentrando ao quarto, nota que há um garoto totalmente estranho sentado em sua cama, confuso e com medo Pedro se aproxima com calma, o jovem parece ter mais ou menos sua idade e fisicamente é bem bonito, mas o que ele estaria fazendo em seu quarto sentado na sua cama?
O rapaz quando nota sua presença parado atrás de si, se assusta e logo se recompõe e se levanta rapidamente, os dois se encaram por alguns segundos até que um deles toma iniciativa de falar algo, afinal a situação já estava estranha demais e passando a ficar constrangedora.
- Antes de qualquer coisa, quem é você? - Pedro o questiona com um misto de confusão, medo e preocupação.
- Meu nome é Ian! É eu sei que é estranho eu estar no seu quarto.... - O jovem se justifica com um semblante nervoso.
- pois é! Muito estranho, mas o que você está fazendo aqui? - o questiona curioso e ainda muito preocupado. Afinal porque e como ele está no seu quarto.
- É que eu e meus pais nos mudamos para a casa ao lado! Então viemos cumprimentar os vizinhos.... - Ian, o rapaz invasor diz tentando forçar um sorriso simpático.
- Tudo bem, eu entendo! Mas porque você está no meu quarto sozinho? - Pedro o questiona mais uma vez afinal sua pergunta não havia sido respondida da primeira vez.
- Seus pais me falaram para subir, a porta estava aberta então preferi esperar, mas juro que não mexi em nada! - o jovem se justifica com receio de receber um xingo, afinal o dono do quarto não parecia muito feliz em vê-lo ali.
- Entendi! Não, está tudo bem, meus pais são assim mesmo meio sem noção, mas são uns amores. - lhe diz dando um sorriso simpático.
- Foi mal mesmo! - Ian se desculpa mais uma vez.
- Relaxa! Sorte sua que coloquei uma roupa antes de sair do banho, se não a recepção não teria sido das melhores. - Pedro brinca tentando manter a simpatia.
Ele se segurou extremamente no pensamento de que o rapaz não tinha culpa, seus pais só estavam como sempre tentando fazer com que ele tenha novos amigos, uma vez pediram para o homem que cortava a grama de sua casa para ficar puxando papo com ele, o homem era bem jovem e simpático mas Pedro não deu muita atenção.
Então não ficou muito surpreso quando Ian disse que foram seus pais que o mandaram subir fazer amizade, pois isso é exatamente a cara deles. E já que o rapaz estava ali, porque não ser educado e conversar com ele, os minutos foram se passando e o papo foi fluindo muito bem, havia coisas em comum que eles nem imaginavam.
Um poster na parede de Pedro foi o ponto inicial de uma enorme conversa sobre todos os personagens de uma série de TV chamada ONCE UPON A TIME, que é em disparado a série favorita dele, como Ian também era apaixonado por ela o assunto rendeu mais de uma hora.
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Muitos assuntos surgiram durante o tempo em que ficaram conversando sentados na cama de Pedro, os meninos se deram muito bem logo de início. Embora o susto inicial do menino estranho no quarto, ele recebeu bem a ideia de um possível novo amigo, que por sinal chegou bem no momento em que ele decidiu parar de se esconder da vida.
- Mas então, acabei nem perguntando, vocês são de outra cidade ou só mudou de bairro mesmo? - Pergunta curioso para conhecer mais o garoto a sua frente.
- Na verdade mesmo, somos da cidade ao lado! Mas minha avó mora aqui na cidade e como ela já está com a idade um pouco avançada, nós mudamos para perto. - Ian responde prontamente.
- Entendi, que legal! E você vinha muito pra cá? - Pergunta novamente.
- Não muito, mas quando vinha ficava algumas semanas com ela. - Ian responde sorrindo. - Gosto muito daqui, é mais calmo e tem muita gente legal.
- É, a cidade não é tão grande mas as pessoas são muito educadas e prontas para ajudar. - Responde sorrindo.
- Eu gosto assim! Trás uma sensação de paz bem boa.... - Ian diz encarando Pedro que sorri de volta.
A conversa entre os dois parecia não ter mais fim, Ian é realmente um jovem muito gentil e simpático, toda vez que Pedro falava algo sobre ele mesmo, o rapaz se mostrava interessado e interagia muito com o assunto, se alguém os visse conversando parecia que se conheciam a anos e não a algumas horas apenas.
Como presente de boas vindas o dono do quarto acaba dando a Ian um desenho que estava sob a mesa de estudos, durante a conversa o rapaz se mostrou muito apaixonado no desenho que retratava um por do sol pela janela do quarto em que estavam, o jovem ficou muito contente e eles sorriam o tempo todo.
Logo dona Nadir grita do andar de baixo que os pais de Ian o estavam chamando para ir pra casa, e realmente já estava ficando tarde, o tempo passou tão rápido que nem viram que já estava entardecendo. Os dois descem juntos e Pedro cumprimenta os pais de Ian que aparentam ser muito simpáticos assim como o filho.
