O dia amanheceu e assim que abri os olhos, Darwin me olhava com um sorriso no rosto.
— Que foi?- perguntei com uma voz meiga.
— Você é muito linda, Eliza!- ele respondeu e beijou-me.
— Você também! Conseguiu aguentar a noite toda com a minha cabeça em cima das suas pernas?
— Consegui... Eu estou abituado a treinos com pesos bem mais pesados que a sua cabeça...- ele riu e eu deixei-me levar pela piada, rindo também.
— Agora... Luca e Sofia devem estar preocupados! E os meus pais!- falei preocupada. — É tudo muito bonito, nos beijamos pela primeira vez, mas eles devem estar a revirar tudo à nossa procura! E o meu pai já deve ter dito mil e uma coisas ruins sobre você!- toquei no peito do uruguaio e ele riu. — Onde está a piada?
— O seu pai falaria mil e uma coisas ruins sobre mim mesmo que não estivesse desaparecida... o meu sogrinho me odeia... vai ser difícil pedir você em namoro por causa dele...
— É... Mas você esqueceu que meu pai me quer ver feliz e que eu fico feliz do seu lado por isso ele tem que lidar!- dei um selinho rápido no Darwin e saí pela porta fora. — Agora vamos encontrar um local com rede senão uma bomba de combustível...
Darwin saiu do carro e começou a acompanhar-me. Fomos falando normalmente e isso era ótimo! O facto de estarmos no início de um relacionamento não fez com que a nossa amizade se tornasse algo diferente ou até mesmo estranha... Muito pelo contrário! Estávamos mais próximos, mais íntimos e mais fortes do que nunca!
— Algum sinal de rede?- perguntei já cansada da caminhada.
— Não! E estou ficando sem bateria...
— Eu ainda tenho alguma... Mas, temos um problema ainda maior!- Darwin me olhou com espanto. — Estou morrendo de fome!- ele riu.
— Não tenho rede mas tenho dinheiro no bolso, princesa... E eu também estou faminto! Vamos ao café ali...
— Comidaaa! Aleluiaa!- gritei de felicidade.
Assim que entramos lá dentro, vários eram os homens benfiquistas que bebiam cerveja logo pela manhã... Nem sei como conseguiam!
— Que golo foi aquele!!!- um homem bateu nas costas de Darwin como se o conhecesse desde sempre.— Tens talento miúdo! E essa morena... É tua namorada?
Darwin olhou para mim porque ele sabia que eu não queria holofotes apontados na minha direção mas ainda não tínhamos decidido se iríamos tornar público aquele namoro e eu nem sabia se Darwin queria isso.
— Amigos.- pisquei o olho para o uruguaio que sorriu de lado.
— Que pena... Vocês formam um casal perfeito! - o homem esticou o telemóvel para tirar uma selfie com ele.
— Bom dia! O que deseja?- a garçonete falou.
— Para mim pode ser uma garrafa de água fresca e uma sandes da casa! Tou morrendo de fome, moça!- a jovem riu com o meu drama.
— Para mim é uma garrafa de água fresca também e uma sande de bifana, por favor.- Darwin falou atrás de mim.
— É para já! Se quiserem podem se sentar eu já levo na mesa...
— Obrigada!- de repente o meu celular começou a entrar num turbilhão de notificações. — Encontrei rede!- falei feliz.
O celular do Darwin estava sem bateria. Imediatamente avisei Sofia e Luca no grupo e liguei para a minha mãe que estava desesperada pelo nosso desaparecimento. Eu expliquei tudo e pedi para que o meu pai nos viesse buscar aquele café. Não tardou a que ele chegasse lá.
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One Thousand Jobs | Darwin Núñez
FanfictionEliza Carvalho é o tipo de pessoa a que pessoas de hoje em dia chamariam de a iludida trouxa que acha que se vai dar bem... Estudante durante o dia, garçonete de fim de semana, carpinteira de vez enquando, mulher de negócios quando precisa de usar...