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  O jogo contra o Dortmund estava quase no fim da primeira parte e estávamos em desvantagem a 1-0 mas mesmo assim conseguia ouvir Sofia gritar a dar apoio ao nosso clube e isso deixava-me com vontade de jogar ainda mais, mas, como o Dortmund é um clube incrível, marcar um golo começava a tornar-se um sonho distante porém possível.

  O árbitro apitou e todo o onze começara a sair do campo em direção aos balneários. Sofia saiu da área dos fotógrafos e veio imediatamente até mim.

— Você está jogando muito hoje, Luca!- ela falou animada.

— Estou inspirado... Mas não joguei o suficiente para marcar um golo...

— Que eu saiba, não é propriamente a quantidade de golos que define a qualidade de um jogador...- Sofia continuava a acompanhar-me em andamento. — E tem mais, se marcar um golo é muito importante para você, do jeito que tá jogando hoje a bola entra nem que não queira.- ela falou e nós rimos. — Vou ficar aqui à sua espera.- eu ascenti.

  Nós estávamos quase a chegar ao balneário quando Darwin apareceu e disse:

— Tem uma garota lá dentro a compor as portas então não entrem lá como se estivessem em casa...- ele aconselhou e todos ascentimos.

— Vais dizer que é uma das vadiazinhas que tu pegas?- comentei ao ouvido do meu amigo.

— Não!- respondeu imediatamente. — Eu nem sou desse tipo...

— Vou fingir que acredito, Darwin.- ri e entrei lá dentro e quando vi quem era eu fiquei boquiaberto. — Eliza?

— Oi... Luca...- ela falou um pouco tímida.

— Você tinha dito que não podia vir hoje...- aproximei-me dela.

— E não podia, só que o meu pai veio com a conversa de que precisava da minha ajuda então eu não pude recusar. Só descobri que este era o lugar do trabalho quando cheguei.- ela revirou os olhos de um jeito fofo.

— Sai daí, Luca, que eu cheguei primeiro!- Darwin falou atrás de mim.

— Você deve se achar, garoto! Eu conheci o Luca antes de você aparecer aqui então cala a boca!- ela respondeu de forma grosseira.

— Não se preocupe, eu também tive de passar por essa fase de grosseria quando nos conhecemos!- senti Eliza ficar mais irritada. — Inclusive, ela quase me expulsou porta fora...- ri ao recordar-me desse acontecimento. — Depois de ganhar confiança ela é um doce!- sussurei para Darwin que riu.

— Eu ouvi isso!- falou séria.

— Ela é a melhor amiga de Sofia, que é a tal grande fã sua...

— Sofia... Sei!- Darwin fez um tom de voz cujo sentido eu sabia perfeitamente. Espero que Eliza não tenha desconfiado de qualquer tipo de insinuação...

— Como assim sabe?- ela perguntou confusa.

— Esquece, princesa.- Darwin piscou-lhe o olho.

— Eu não sou nenhuma princesa! Se eu fosse você teria mais cuidado porque tenho um martelo bem aqui na minha mão.- Eliza mostrou o objeto, mostrando o seu lado raivoso.

— Eliza, para com isso! - ria enquanto pronunciava essas palavras pois não conseguia levá-la a sério com aquele jeitinho fofo.

— Luca! Já está todo mundo sai... ELIZA?- ela falou surpreendida após ver a sua melhor amiga. — DARWINNNN! AI MEU DEUS!! O MEU CORAÇÃO! Luca...- Sofia deu-me uma cotovelada em mim. — Quando é que você me ia dizer que o meu ídolo estava aqui!!

— No final do jogo...- Sofia pareceu ignorar a minha resposta e a estranha presença de Eliza no Estádio da Luz.

— Cara, eu sou muito sua fã!! A gente pode tirar uma foto, por favor?- ela quase implorava.

— Claro!- Darwin respondeu de sorriso no rosto enquanto Sofia pegava o seu celular e o colocava de modo a tirarem uma selfie.

  Eu e Eliza nos olhamos com aquela cena.

— Sofia, eu estou aqui!- Eliza falou.

— Ouviu alguém falar ou foi só impressão minha?- ela respondeu na ignorância.

— Oi?- a morena respondeu confusa com aquela resposta de sua melhor amiga.

— Sabe, Darwin, existe muita gente mentirosa nesse mundo que diz que não pode acompanhar a amiga a certo lugar e depois vai para esse mesmo lugar achando que a bff não vai descobrir, mas que infortúnio, a verdade vem sempre ao de cima!

— Sofia, eu não sabia que o meu pai vinha entregar uns móveis aqui! Eu só soube quando cheguei!- desta vez Sofia olhou para Eliza.

— Eu estava brincando!- ela riu. — Eu não consigo ficar chateada com você...- Sofia abraçou Eliza e a mesma retribuiu. — Aliás, eu já sabia que o seu pai ia trazer você aqui!- ela riu.

— Você o quê?? Eu não acredito! Que grande amiga que eu tenho! Luca, você também sabia?

— Eu não!

— Mentiroso! Eu tinha dito isso naquele dia que nós falamos... Por mensagem! Tá escrito e eu tenho provas!- Sofia acusou-me perante Eliza.

  Eliza olhou-nos com uma ligeira irritabilidade.

— Nesta história toda, eu fui o único que não te menti, já reparou nisso, princesa?- Darwin falou para Eliza.

— Mau era se você me tivesse mentido acerca do seu nome... Só dava para mentir acerca disso...- Eliza olhou para Darwin e Darwin olhou para Eliza e assim se mantiveram por uns segundos naquela troca de olhares.

— Luca, temos de ir!- Pizzi cotocou-me o ombro e imediatamente eu tive de sair. Sofia acompanhou-me e Eliza e Darwin permaneceram no balneário.


— Queres ajuda?- Darwin perguntou-me carinhosamente.

— Não, obrigada!- respondi.

— Então vou sentar-me aqui e ficar a observar!- vi ele acomodar-se no banco corrido do balneário.

— Eu detesto que fiquem me observando!- comentei.

— Problema seu! Os meus olhos adoram observar coisas bonitas, tipo você...

  A forma como ele falou fez-me esquecer que a porta estava sem dobradiças então ela caiu no meu pé.

— Merda!

  Vi Darwin levantar-se imediatamente e pegar na porta. Eu, caminhei apressadamente para o banco e comecei a massagear o meu pé que estava doendo bastante.

— Dói muito?

— Olha para a minha cara? O que você acha?- às vezes surpreendo-me a mim  mesma... Quer dizer, ele estava todo preocupado e eu, no entanto, continuo respondendo de forma bruta.

— Posso ajudar a melhorar a dor ou você vai-me agredir?

— Á vontade! Só acabe com esse sofrimento pelo amor de Deus! E desculpa eu ser tão rude com você...

— A fera já está toda sentimental?- ele brincou.

— A bela que não se habitue!

  Ele massageou o meu pé e realmente conseguiu acalmar a dor.

— Que tal seguir uma carreira de fisioterapeuta quando acabar a fase do futebol? - sugeri e ele riu.

— Você me levaria a sério se eu fosse fisioterapeuta?

— Porque não? É uma profissão como todas as outras...

— Você é muito adorável, Eliza!

— Obrigada! Não se acustuma, tá!- falei e ele ascentiu.

One Thousand Jobs | Darwin NúñezOnde histórias criam vida. Descubra agora