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Sábado,  17 novembro

ELIZAAAAAAA!- aquele grito àquelas horas de manhã só poderiam pertencer a uma pessoa, a louca da minha amiga.

— Já sei, hoje tem Dortmund e Benfica... Agora, deixa-me dormir porque só preciso ir para o Restaurante do Lago ao meio dia...- aconcheguei-me nos cobertores.

— Eu vou ver o DARWINNNNNN!- ela sortou novamente.

— Cala a boca, peste! Ainda vai acordar os vizinhos...

— Desculpa...- ela riu. — Mudando de assunto...

— Mas falando do mesmo... jogadores do clube cujo nome não devo citar...

— Luca Waldschmidt! Obrigada por o teres acolhido na tua casa, amiga... Passamos horas a falar ontem...- ela sorriu.

— Deixa eu adivinhar, já está apaixonadinha por ele é?

— Tem grandes chances disso vir a acontecer sim...- ela sorriu, e como eu conheço aquele sorriso... passei tanto tempo com Sofia e tive sempre lá nos seus primeiros amores que aquele sorriso não significava mais nada a não ser alguém completamente apaixonada.

— Sinceramente, acho que isso já aconteceu...

— Não!- ela insistiu. — Você tem certeza que não quer vir comigo? É só um dia que você vai faltar...- ela pediu educadamente.

— Eu não faltei para ver o último jogo do Porto e ia faltar para entrar dentro daquele moquifo a que chamam de estádio da Luz? Nem pensar... Sofia, eu não posso e também não quero.

— Tá bom. O Gonçalo vem comigo... Você não se importa pois não? - ela falou um pouco constrangida.

— Claro que não! Eu e o Gonçalo acabámos faz tempo... Eu até prefiro que vás acompanhada, vai-se lá saber que tipo de gente põe lá o pé...- Sofia soltou um riso com a piada.

— Tens noção que estás a insultar a tua melhor amiga, né?- eu ascenti com um sorrisinho no rosto propositado.— E tens noção que tens só quinze minutos para chegares ao trabalho?

— Impossível...- com tranquilidade peguei no celular em cima do móvel e, assim que vi que horas eram entrei em desespero. — PORQUÊ QUE NÃO ME DISSESTE MAIS CEDO??

  Levantei-me da cama à pressa, e vesti imediatamente o meu uniforme que estava dobrado no roupeiro.

— Eu vou indo embora, Eliza...- Sofia falou tranquila.

— Vai lá, sua louca! - ela deu uma risada alta e saiu do meu quarto. Já eu, eu continuava atarefada em arranjar-me para ir para o Restaurante do Lago.

  Depois de estar pronta desci as escadas apressadamente, quase rolando escada abaixo se não me tivesse equilibrado ao vaun a tempo, e encontrei os meus pais na cozinha.

— Porque não me foram chamar? Estou atrasadíssima para o trabalho...- penteava o cabelo com os dedos das mãos.

— Tu hoje não vais trabalhar, filha...- o meu pai falou mordiscando uma maçã que tinha nas mãos.

One Thousand Jobs | Darwin NúñezOnde histórias criam vida. Descubra agora