Após colocar as malas na entrada, Johny fechou a porta do apartamento e trancou-a com a chave que lhe foi dada. Enquanto isso, Nicolas, seu irmão mais novo, disparou em direção ao lugar que seria seu mais novo quarto.
O jovem de 19 anos havia conseguido um emprego há poucos meses, o qual fornecia um salário não apenas para pagar o aluguel, mas que também sustentava os dois com o mínimo necessário. Para o mais velho, era muito melhor ficar em seu próprio canto do que viver na casa repleta de brigas repetitivas e gritos incessantes de sua mãe e padrasto.
- Nicolas! – chamou o rapaz. – Não esquece da sua mochila!
- Eu já vou buscar!
Bocejando, o moreno foi até o seu respectivo aposento. Por sorte, os antigos moradores haviam deixado alguns móveis para trás, o que pouparia uma boa quantia de dinheiro para os novos moradores.
E isso incluía um espelho que ficava no quarto da criança.
- Que coisa velha. – comentou o menino enquanto olhava para o item antiquado.
- Ele parece pesado e caro...não sei nem como não levaram embora.
- Está com mais teia que o porão de casa.
- Não mexa nele. Ás vezes podem voltar pra buscar.
- Tanto faz.
Pelo fato da mudança ter acontecido naquele mesmo dia, os irmãos acabaram jantando macarrão instantâneo, já que tinham passado o restante do dia limpando o apartamento e arrumando seus pertences.
- Já está tarde e você tem aula amanhã. – disse o mais velho ao mesmo tempo que lavava a pequena louça. – Vou te acordar às sete.
- Tá bom, tá bom. – respondeu o garoto, depois de sair da cozinha com o videogame portátil em mãos.
Ao terminar de guardar os copos, o moreno apagou as luzes e também se retirou.
E assim o restante da noite foi normal, sem nenhuma conturbação ou qualquer coisa do gênero. Contudo, de madrugada, Nicolas havia entrado rapidamente no quarto de Johny, sem se importar de fazer um estardalhaço repentino.
- O que foi, Nicolas? – o rapaz questionou ao sentar-se na cama. – São duas da manhã...
- Tem alguma coisa no meu quarto.
- Não foi sua imaginação outra vez?
- Mas a minha imaginação não anda e não tem olhos vermelhos.
Preocupado, o mais velho saiu de seu cômodo e foi até o do irmão. Com atenção, ele procurou por todos os cantos a estranha aparição que assustou o pequeno. No entanto, nada de anormal foi encontrado no aposento.
- Não tem nada aqui. Pode ficar tranqu-
Quando o jovem se virou, seu sangue gelou em um estalo de dedos.
Atrás de si, onde o caçula deveria estar, uma sombra negra e com olhos vermelhos encarava-o pelo reflexo do espelho.
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Contos Curtos Cabulosos
TerrorO terror jamais teve um formato tão pequeno e intrigante. Muitos dizem que os maiores monstros são os mais perigosos. Mas e se eles tiverem errado? Nunca se sabe o tamanho, e muito menos a força, do próximo que virá te assombrar... * Desenho da ca...