Uma visita inesperada

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Ao abrir a porta de casa, Lídia pegou, do chão, a encomenda que tinha ido buscar e entrou na moradia. Depois de colocar a caixa sobre o móvel da entrada, ela subiu as escadas e foi direto para o quarto. Seu marido, Antony, estava ocupado no escritório, atendendo uma ligação da empresa que trabalhava. Decidindo não atrapalhá-lo, a mulher passou reto e foi em direção à suíte do casal, já se preparando para tomar um banho rápido.

Quando terminou, ela voltou a usar a escadaria. No momento que chegou no último degrau, a esposa avistou uma senhora de cabelos claros e pele enrugada, sentada na poltrona bege de seu marido, atentamente lendo um livro.

- Dona Eleonor? - a mulher cumprimentou, um pouco confusa.
- Querida Lídia! Quanto tempo...
- Eu que o diga, mas que ótima surpresa! O Antony não tinha avisado sobre sua vinda...
- Aquele cabeça de vento continua se esquecendo muito das coisas? Não me surpreende. - a idosa disse, sem rodeios.

Após rir brevemente do comentário de sua sogra, a mulher sentou-se no sofá, ao lado da poltrona.

- Isso nunca saiu dele...mas como a senhora está?
- Ah...como sempre, filha. - a senhora respondeu.

A lenha que estava na lareira crepitava insistentemente, não permitindo que o silêncio ficasse.

- Amor! Vem cá...por favor! - o marido chamou, no topo das escadas.

Depois do assentimento da idosa, Lídia apressadamente subiu os degraus mais uma vez.

- O que foi? Aliás por que não me contou que sua mãe viria?

O homem já estava com um semblante sério no momento que ela chegou, mas depois das palavras da esposa suas feições adquiriram traços de medo e espanto.

- Eu...preciso que você se sente. - o cônjuge disse, mais como se fosse para ele mesmo do que para ela.

Um pouco ansiosa, a mulher sentou-se no pequeno sofá do escritório.

- Os...resultados do exame chegaram... - Antony falou, após alguns segundos. - E...te diagnosticaram com esquizofrenia.

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