Capítulo 3

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Imany Hall Sullen

Sabe aquele momento que você para e pensa: falta alguma coisa na minha vida?

Então,esse momento pra mim é agora, não consegui dormir muito bem,o Théo perguntou se eu não tinha vontade de conhecer meus pais biológicos,na verdade é a segunda vez que ele faz essa pergunta,e ontem eu não respondi.

Será que está na hora desse momento acontecer?

–Mamãe,o papai está perguntando se o jantar já está pronto!.— minha bonequinha entra na cozinha falando,mas os olhos estão grudados no telefone.

–Ainda não boneca.– respondo enquanto termino de fazer o suco de laranja.

– Alô!...sim...sim papai,ela disse que ainda não está pronto não.— olho para Nalah e arqueio as sombrancelhas. Essa menina está me saindo uma preguiçosa.

–Não custava nada ir avisar seu pai.— falo assim que desliga o telefone.

– Porquê? Se é mais fácil ligar do que ir andando.— essa menina tem justificativa pra tudo.

– Acho que a senhorita está precisando de alguma coisa pra deixar de ser mimadinha.– falo beliscando sua barriga bem leve.

–Eu também acho mamã!— fala assim que consegue escapar das minhas mãos.

– E o que poderia ser.—pergunto e ela abre um sorriso.

–Uma irmã talvez.—lá vem ela com esse papo de novo.

–Hum sei.— me viro em direção ao fogão desligado o mesmo.

–De verdade mamãe,eu gostaria muito muito mais muito mesmo de ter uma irmã.— fala fazendo aqueles olhos de cão sem dono.

– Você sabe que as coisas não funcionam assim.— sento em uma cadeira perto dela.

– Eu sei,mas porque vocês não adotam uma ou duas crianças,eu me sinto tão sozinha as vezes.— aí meu Deus.

Eu até já pensei nessa possibilidade e o Théo também,mas não queremos nós precipitar,será tudo no tempo do Senhor.

– Quem sabe um dia boneca! Agora vai chamar seu pai que já vamos jantar.

Assim que termino de falar ela levanta para sair da cozinha,mas para no batente da porta.

– Eu sei que Papai do céu vai resolver esse probleminha muito rápido,eu rezo todo dia pra ter irmãos,é chato ser filha única.

Depois disso ela me deixa sozinha na cozinha.

(...)

–Papai do céu, obrigada pela refeição de hoje, abençoe esse alimento,as mãos que os confeccionaram,as mão que trabalharam e deram o dinheiro,que nenhuma família passe fome, principalmente as que mais necessitam, amém.—  assim que minha bonequinha termina a oração em agradecimento pela refeição, começamos a jantar.

– Papai, quando que é a bisa vem?.— Nalah pergunta depois de beber um gole do seu suco.

–Ela disse que vem dois dias antes do seu aniversário.— ele responde e ela faz uma careta.

Eu amo a avó do meu marido,na verdade eu a considero minha avó.

Dona Mariana é uma pessoa muito doce,ela e Jenny me receberam muito bem na família. Jennifer é prima do Theo e uma irmã pra mim.

Vó Mariana é mãe do pai do meu marido, quando o Théo disse que queria fazer design de joias e não administração,ele e o pai tiveram uma briga feia e a mãe ficou do lado do marido claro. Também não me admira,aquela senhora só pensa em si mesma.

Quando os conheci senti uma energia tão negativa e eles me ofenderam muito por ser negra, lembro que Théo deu um soco no pai,e claro que eles me culparam por isso que até hoje não temos muitos encontros.

Quando a empresa do Théo ficou mundialmente conhecida,os pais até tentaram se aproximar,mas ele não quis.

A avó Mari e a Jenny são as únicas que vêm nos visitar,na verdade depois que Théo saiu de casa,ele foi viver com a vó Mari,e a Jenny já vivia com ela,ela também foi expulsa de casa,só por ser lésbica.

Hoje em dia a família só se reúne no aniversário da vovó,mas sempre sai briga.

–Ainda falta um mês para o meu aniversário.— Nalah diz fazendo um biquinho enquanto termina sua comida.

–Vai ver que vai passar rapidinho.— tento diminuir a ansiedade da minha filha.

Depois do jantar,comemos a sobremesa e ficamos vendo um filme. Nalah nem demorou para dormir, então obriguei meu marido a ficar assistindo uma série turca comigo.

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Espero que tenham gostado!
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Obrigada

@tatyana43martins💚

A VencedoraOnde histórias criam vida. Descubra agora