capítulo quinze

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Provavelmente, ele não deveria bisbilhotar.
No entanto, ele havia dito a Lowe para investigar o texto que tinha
visto, embora basicamente lesse por cima do ombro dela, já que ele achava
que quase precisava saber mais, e Jeanie certamente não havia divulgado
as informações.
O texto que ele viu por cima do ombro dela no carro o gelou.
Eu vi você na TV. Precisamos fazer um novo acordo ou vou buscá-
la.
Kaycee? Que outra coisa teria feito Jeanie responder em pânico toda
vez que lia algo em seu telefone?
Jeanie havia dito que eram irmãs, mas e se houvesse mais na
história? Ele sabia que havia algo, mas palavras como "sequestrado"
rondavam em sua cabeça.
A Jeanie dele não era do tipo sequestradora. E se ela tivesse
sequestrado a criança, a pessoa que enviava uma mensagem para ela não
seria capaz de fazer ameaças veladas. A pessoa iria entregá-la ou algo assim,
certo?
O mistério, que ele esperava que fosse esclarecido por alguns
bisbilhoteiros táticos, até agora permaneceu emaranhado ainda mais com
as informações adicionais que ele espionou no telefone. O e-mail em seu
próprio telefone celular provou que o investigador ainda não havia
descoberto mais, uma reviravolta desanimadora de eventos. Parecia que a
maioria das informações podia ser encontrada rapidamente, mas sua
futura noiva continuava sendo um enigma. Ele se esparramou no sofá,
tentando esconder seu aborrecimento e curiosidade por ela, antes de gritar:
― Você está quase pronta? Nós precisamos ir.
― Chegando! - Sua resposta ofegante se arrastou pelo corredor e, um
momento depois, Jeanie apareceu. ― Foi você quem disse que eu precisava
parecer ainda mais escandalosamente rica do que o normal hoje à noite.
Ele não conseguiu encontrar palavras.
Impressionante.Uma descrição que ele usou centenas de vezes para elogiar as
mulheres, mas a verdadeira definição se encaixou quando ela acrescentou
um sorriso autoconsciente, apenas para ele. Como ouro velho, seus cabelos
caíam em cachos, artisticamente desarrumados, como as roupas elegantes
não podiam conter a riqueza da suavidade brilhante. O vestido, cobre
polido, fazia a pele parecer cremosa e permitia que seus olhos realmente se
destacassem. Ela girou, lentamente, e olhou por cima do ombro para ele.
― Então, eu passo na inspeção?
Engolindo em seco, ele percebeu que deveria estar fazendo alguma
coisa.
De pé. Sim, eu vou me levantar.
Ele se levantou e tentou não tropeçar nas palavras como um
adolescente constrangido.
― Você está linda, Jeanie. - Ele ouviu a necessidade rouca em sua voz,
mesmo que ela não parecesse.
Seu sorriso ficou triste, e ela se moveu para o lado dele.
― Certo.
― O que? Sério, você está linda. Tenho medo de tocar em você e mexer em
você. - O que era uma mentira. Ele não tinha medo de tocá-la ... mesmo que
resistisse ao impulso de fazê-lo. Ele queria mergulhar os dedos no cabelo,
soltar os alfinetes e vê-lo cair sobre os ombros à mostra. Então ele os
beijava e subia o pescoço dela até poder morder aquele lábio inferior
sempre tentador e cheio.
― Bem, obrigada então, mas ainda precisamos conversar. Você não pode
realmente quer casar comigo. - As portas se abriram e ela se afastou do
braço dele para se apoiar na parede.
― Mas eu sim. - Ele fez uma pausa. ― Você está reconsiderando?
― É loucura. Sei o que você disse, em que posição seu pai o colocou, mas ...
parece loucura fazer isso. - Ela bufou as palavras, sua sobrancelha bonita
dançando enquanto falava.
― Talvez seja loucura. Não vou forçar você a se casar comigo. Mas imagine,
se você quiser, que nós continuemos com isso. Você estará na cobertura,
pelo menos durante parte do ano. Você não é uma estranha, não é mais.
Nós dois conseguiremos o que queremos se o fizermos, nenhum de nós
consegue o que queremos se não o fizermos, então por que não fazê-lo?Saindo na garagem, ele correu para o lado dela do carro para manter a porta
aberta.
― Você me conheceu, o que? Algumas semanas? - Ela levantou a saia e ele
vislumbrou suas panturrilhas, os músculos tensos nos saltos de tiras.
Mas eu sabia que queria você no momento em que a vi. Eu sabia que
queria me casar com você antes de te conhecer um dia.
Ele não disse isso e vacilou um passo ao perceber que era a verdade.
Talvez não houvesse algo tão impossível quanto o amor entre eles, mas ele
sentia algo por ela. Algo verdadeiro e genuíno. Talvez o sentimento mais
verdadeiro que ele sentiu em muito tempo.
Ele lhe lançou um sorriso. Ele não fez declarações românticas.
Palavras eram armas, palavras podiam ser mentiras, então ele não se
incomodou com as emocionais. As pessoas muitas vezes sentiam a
necessidade de responder da mesma maneira, mesmo que não quisessem
dizer isso, e ele envelheceu e era sábio demais para depositar suas
esperanças em declarações forçadas. Melhor dar uma explicação direta.
― Em alguns países. - Ele disse. ― Casamentos arranjados são comuns. É
uma ideia muito moderna: é preciso se apaixonar e se casar com base em
uma resposta emocional e amplamente feromonal a alguém. Além disso, eu
gosto de você, nos damos bem e você fica bem de laranja.
― Laranja? - ela cuspiu.
Ele riu do que ela disse quando fechou a porta do carro ao lado dela.
Então ele foi para o lado do motorista, entrou e deu partida no carro.
― Laranja. Aquele vestido. De que cor você chamaria? - Ele chamaria isso
de cobre enferrujado ou radiante, mas o laranja parecia o caminho para a
distração, então ele preferiu este.
― É bronze.
Perto de cobre.
― Ok, bronze então.
Ela soltou um suspiro, aparentemente interrompendo a conversa. O
silêncio encheu o carro enquanto ele dirigia para o local que seu assistente
havia enviado para o telefone. Assim que entraram na entrada circular,
Jeanie quebrou o silêncio.
― Então, estamos controlando os danos?― Sim, dançando e adorando um ao outro em público para que a imprensa
possa tirar algumas fotos de nós felizes juntos novamente. Então vamos
para casa. Você já leu para Kaycee, certo?
Ela assentiu. Ele parou e jogou as chaves para o manobrista que
estava esperando antes de abrir a porta para lhe ajudar. Seu olhar, quando
ela olhou para ele, estava além da adoração. Ele conteve um sorriso e
aconselhou: ― Pare de me encarar assim.
― O que? É o meu rosto cego de adoração. - Seus lábios torceram, seu olhar
de olhos arregalados não vacilou, e ele a cutucou com o ombro.
― Adoração menos cega. Você deveria me olhar como se me amasse, não
como uma fã obcecada.
A risada dela estremeceu, esquentando a pele dele. As câmeras
brilharam e ele sorriu.
― Melhor.
― Obrigada, príncipe encantado. Então você pode dançar? - A música soou
forte, uma batida pesada e rápida.
― Certo. - Ele a puxou na pista de dança e esperou.
― Você não deveria se mover? - Ela riu as palavras, os braços soltos ao lado
do corpo.
― Espere ... - Ele levantou a mão e estalou as pontas dos dedos. A música
mudou abruptamente para uma vibração lenta e triste, e os casais
diminuíram a velocidade ao seu redor. Com um sorriso, ele entrou,
puxando o corpo dela para o seu.
― Oh, você acha que é muito esperto, não é? - Ela cheirava tão bem quanto
parecia, e ele cedeu à tentação de acariciar sua mandíbula.
― Eu sou muito esperto. - Ele sussurrou direto no ouvido dela, permitindo
que seus lábios roçassem a curva do lóbulo dela. Ela estremeceu e o sorriso
dele floresceu.
Torcendo a cabeça, ela o considerou.
― Ah, então eu recebo todo o peso da sua sedução, hoje à noite? – Fique
quieto meu coração disparado. Suas palavras poderiam ter sido blasé, mas
suas bochechas coraram. Voltando a mordiscar, ele notou o pulso dela
disparar.― Aproveite. Por hoje à noite, mostramos a eles o quanto nos importamos...
- Ele tocou o nariz dela com o seu e aproveitou a respiração dela enquanto
se abaixava para roçar levemente os lábios dela.
― Isso significa que você vai me tirar daqui? Como a última vez que fomos
a um baile?
Ele levou um momento.
― Talvez.
― Lowe ganha seu salário, não é?
A menção de Lowe o irritou. Ele não a queria nos seus braços,
pensando em outro homem.
― Shh, apenas dance.
Segurando-a perto, ele fechou os olhos e apreciou o modo como eles
se moviam juntos enquanto a música crescia ao seu redor.

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