Às vezes da minha cama em meu quarto branco olho para o forro de mesma cor, e sem nenhum espanto fico no aguardo de um estrondo profundo, como um cataclismo a explodir o mundo.
É à morte a que se entregam os jovens?
É a morte quem espera os nobres?
O que aguarda os pobres de espírito?
Pra quê bibliotecas se não existem livros?Uma explosão a levar um quarto do mundo todo pelos ares, nem foi um segundo e não se tem mais mundo. Um barulho imenso, grave, frio, rotundo. Acabou-se tudo. Adeus, velho mundo.
A cavalaria sem nenhum templário.
Nas ruas cães ladram feito como loucos.
Cabeças de fogos sobre seus cavalos.
Gritos abafados, parcos, poucos, roucos.No quarto, armado, madrugada, às quatro. Tudo transformado, transtornado e tonto.
Não se tem amor, não se tem retrato. Está tudo quebrado, inclusive o quadro.O mundo lá fora é seguro? O mundo?
O ponteiro marca segundo por segundo
O momento exato em que se acabara tudo
O cataclismo súbito, agudo e rotundo.Ninguém apareceu na tela ou na sua janela no momento exato.
Nem sequer um deus daqueles seus pra lhes dizer adeus.
Nem o firmamento pareceu tão firme naquele momento.
E era crucial, acabar com tudo, de todo, e todos e ponto final.
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Dentro do Vale Profundo da Alma
PoetrySegunda parte da trilogia de poesias de Alessandro Vargas. Nessa continuação podemos verificar um aprofundamento nas inquietações e obscuridades da mente e da alma. O autor tentar criar um cenário etéreo e muitas vezes soturno dentro dos pensamentos...