Eram quase 18 horas quando cheguei aqui. Eu acabei dormindo demais e cheguei mais tarde do que o esperado. Segui direto para a casa de Kimawari e bati à porta.
— Mamãe! - Mitsuya abriu a porta eufórico e eu o pego nos braços, Kimawari olhando escorado na porta. — Mamãe machucou?
— Não, a mamãe está bem. Mamãe sentiu tanta saudade de você... - Beijei todo o rosto do meu pequeno, fazendo ele soltar aquela gargalhada gostosa de se ouvir. — Mamãe tem um presente 'pra você.
— O que é? - Ele pergunta curioso. Eu o coloco no chão e tiro do bolso a corrente de Obito. — Colar?
— É uma corrente. É especial, porque era do papai.
— Papai? - Os olhos de Mit sempre brilham ao falar de seu pai; pois por mais que eu sempre falasse que Obito estava em uma missão eu sempre o contava com detalhes o quanto seu pai era forte e o quanto ele era bonito (para aumentar a autoestima de Mit por mais que ele já se sentisse como um reizinho). — Olha tio! É do papai!
— É uma bela corrente. - Eu percebo rapidamente sua mudança de comportamento. Não me diga que ele está com ciúmes?! Esses homens... — Bem, as coisas dele já estão aqui arrumadas.
— Obrigada por ter me ajudado novamente, Kimawari-san. Eu vou para casa fazer o jantar. Como agradecimento, pode jantar lá em casa qualquer dia. - Digo gentil apesar de contragosto. Ele sempre me ajudou muito, sempre cuidou muito bem de Mit e era muito gentil apesar de dar em cima de mim até demais. Eu não vejo porque não me apaixonar mas ao mesmo tempo vejo muito. Ele não é o Obito, e o fato de que eu não sei qual seria a reação de Mitsuya é preocupante pois eu sei que o gênio dele e do Obito são os mesmos. Ciumentos e possessivos, obcecados. Mit tem muito ciúmes de mim e a menos que seja seu verdadeiro pai (culpada, mostrei uma foto que consegui com Guruguru de quando Obito era menor 😅) ele não vai sossegar.
Ser mãe não é fácil, tem seus altos e baixos, mas eu não preciso de todo esse carinho e que ele seja pegajoso. Sinceramente eu não gosto dele nesse jeito, e eu afirmo isso todas as vezes que o vejo.
— Ora, fizemos progresso!
— Não se iluda, Kimawari, eu ainda sou casada. - Rio dele e saímos andando após acenarmos.
Eu tomei um banho demorado até, me limpei completamente e coloquei uma roupa confortável. Mit estava separando as roupas sujas das limpas e guardando as limpas que não havia usado. Ele é tão maduro para a idade dele... Eu ri comigo mesma. Segui para a cozinha e fiz uma janta leve mas que sustentaria bastante. Estava fritando os ovos quando Mit apareceu e se sentou na mesa, os pézinhos balançando como sempre. Uma mania que eu tinha desde pequena, ele herdou de mim infelizmente.
— Pronto! Quer comer agora?
— Sim. - Ele acenou com a cabeça e eu separei nossos pratos, talheres e coloquei as panelas na mesa. Mit esperou quieto até eu colocar tudo em seu prato. Comemos um pouco em silêncio, não sei o que se passava na cabeça dele. — Mamãe..?
— Oi meu amor.
— O papai. Você viu ele?
— Não vi. Eu me encontrei com um amigo do papai, a correntinha estava com ele.
— Você acha que o papai ainda está vivo?
— Claro que sim. O papai é forte, ele sempre foi muito persistente e sempre cuidou muito bem dos seus amigos, e também cuidou muito bem da mamãe. Se o papai estivesse aqui, ele iria te mimar muito. Você é o primeiro filho dele e ele sempre quis um menininho para mimar. - Sorri apaixonada, apoiando minha bochecha na mão.
— Você ama o papai?
— Amo! - Sorri. — O papai também ama você.
— Eu também amo o papai! Você acha que o papai vai voltar 'pra gente?
— Ele vai, ele ama você. - Acariciei seu rosto e voltamos a comer, meu filho agora com um sorriso no rosto.
Eu sei que doía falar de algo que eu não tinha a mínima certeza mas eu preciso que meu filho se sinta amado antes de eu partir. Pelo menos quando eu morrer ele pode viver com a certeza de que foi amado por alguém, eu vou fazer com que ele se sinta no lugar certo antes de qualquer coisa.
— Mamãe vamos treinar essa semana?
— Vamos sim, vamos começar amanhã ok? - Ele assentiu feliz.
Limpamos a cozinha e guardamos as coisas, indo escovar os dentes e fomos para o quarto. Ele iria dormir comigo hoje. Eu estava ajeitando a cama e Mitsuya estava segurando o paninho dele, esperando pacientemente, foi quando quebraram as janelas e ninjas nos cercaram. Eu rapidamente coloquei Mitsuya no meu colo e olhei para os ninjas.
— Peguem o garoto, não o machuquem. - Um homem com máscara e bandana torta disse e eu ativei meu Sharingan.
— Não, não cheguem perto!-...
— MAMÃE! - Puxaram Mitsuya de meus braços e eu tentei ativar meus poderes mas eu não consegui, corri atrás deles mas eles me jogaram longe e usaram teletransporte.
Levaram meu filho. Levaram meu filho. Levaram meu filho.
Eu não posso aparecer lá, eu não posso. Eu sou fraca comparada com qualquer um deles mas eu não tenho o que fazer. Caí no chão ajoelhada, os soluços cortavam minha garganta e eu fui tomada por um vazio, um ódio inexplicável. Tiraram tudo de mim, tudo, eu não posso deixar isso desse jeito. Eu preciso resgatar meu filho mas sozinha eu não posso.
O que eu mais ansiava chegou de um jeito terrível. Vou precisar da ajuda de Obito para trazer nosso filho de volta. Mas como eu posso abordá-lo sozinha com Zetsu preto o rodeando? Não há tempo para pensar tão racionalmente [Nome]. É a vida do seu filho em jogo. Eu preciso fazer algo. Eu limpei minhas lágrimas e coloquei meu disfarce, colocando tudo o que precisava na bolsa. Achei o paninho de Mit no chão, ele não iria nem mesmo conseguir dormir sem o paninho, seu único conforto sem ser eu era esse pano e nem mesmo isso ele teve chances de levar. O que a Hokage tem na cabeça de sequestrar uma criança indefesa que sofreu tanto?! Que coração é esse? Ah mas eles vão pagar caro.. eles vão pagar caro..
Eu sei que ainda está cedo mas até eu conseguir chegar no esconderijo atual da Akatsuki eu vou levar um tempo. Não me importa se eu acabei de voltar de uma viagem ou se estou com pouca estamina e chakra, eu preciso me encontrar com ele.
Desculpem pela demora, espero que gostem ❤️
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𝗥𝗨𝗡𝗔𝗪𝗔𝗬, 𝑜𝑏𝑖𝑡𝑜 𝑢𝑐ℎ𝑖ℎ𝑎
Teen FictionEu fui forçada a isso. Eu era praticamente uma criança e ele estava sendo forçado através de drogas. Droga, Zetsu, eu o odeio tanto.. mas eu não posso negar que amo a linda criança que isto gerou. Agora eu sou apenas uma renegada procurada correndo...