Eu acordei e o sol ainda estava se erguendo para mais um dia, provavelmente agora eram entre 5 e 6 da manhã. Me sentei na cama suspirando, minhas mãos em meu rosto para tentar limpar minha angústia.
— Bom dia. - Eu me assustei mas lembrei onde estava.
— Ah, bom dia. - Digo baixo e percebo que o mesmo estava sentado na cadeira me olhando, provavelmente a noite toda. Eu sei que ele ainda tem perguntas mal resolvidas em sua cabeça e eu estava disposta a respondê-las.
— Aqui, trouxe água para você. - O mesmo me deu uma garrafa e eu agradeci, bebendo quase metade da garrafa. — Temos muito o que conversar ainda.
— Eu sei, vou responder o que quiser saber.
— Como se chama?
— [Nome] Uchiha.
— Você não viveu com o clã Uchiha se disse que visitou a aldeia apenas duas vezes. Onde esteve?
— O tempo todo no esconderijo de Madara, até eu engravidar. Eu achei um vilarejo, construí um esconderijo lá mas sempre mudava depois que Mitsuya nasceu. Eu esperava a poeira baixar para ir para um outro lugar mas sempre era achada. Em quase 5 anos foi a primeira vez que conseguiram chegar nesse esconderijo.
— Como ele se comportava?
— Ele desde pequeno entendeu que essa era nossa vida. - Mordi o lábio inferior. — Ele também tem uma personalidade parecida com a sua, apenas algumas manias e olhares que herdou de mim.
— Isso é ruim. - Deu uma pequena risada. — Sobre o Sharingan dele, quantos anos?
— Isso foi no ano passado, ele tinha três anos.
— Isso é raro, o primeiro Uchiha da história a despertar um Sharingan tão cedo... me dói na alma saber como realmente foi..
— Não se preocupe tanto assim, Mitsuya é forte.
— Ele realmente é. Mas.. uhm... - Ele gaguejou. — Sobre.. mim.. ele sabe?
— Eu apenas falei muito bem de você para ele, Mitsuya te admira. Por favor não o decepcione..
— Eu não pretendo. Mas obrigado. Por cuidar bem do.. nosso filho. - Diz hesitante. — Você... uhm.. se não quiser responder tudo bem mas huh.. você se relac.. argh/-...
— Eu não sou esse tipo de mulher, Obito. Eu sou apaixonada apenas em um homem independente do que for. Mitsuya considera apenas você como pai e eu respeitei e mantive isso. Você não precisa se preocupar com terceiros no relacionamento de vocês dois.
— Desculpe, não quis assumir que você era esse tipo de mulher. - Suspirou. — Eu gostaria que tivesse me contado antes.
— Zetsu preto me mataria. Na realidade eu já tinha tudo planejado, Guruguru era o nosso maior ponto de ligação, sempre foi.
— E qual era o plano?
— Zetsu preto vai me matar uma hora ou outra, por isso deixei Mitsuya nas mãos de Guruguru, caso eu morresse precocemente ele se encarregaria de trazer Mitsuya até você para escondê-lo de Zetsu. A única coisa que eu quero é manter meu filho bem ciente de que ele é e foi amado caso eu morresse. Eu não tenho mais família e ele também não, por isso você era o último caso.
— Vocês podem não ter família mas eu também faço parte disso. - Ele caminhou até a cama e se sentou na beira, de costas para mim novamente. Ele retirou sua máscara, a colocando de lado. — Nenhum de nós dois tem família então o mínimo que podemos fazer é dar apoio ao nosso filho, nós dois mesmo não nos conhecendo formamos uma família juntos e ele precisa de estabilidade emocional, o Sharingan é poderoso demais para uma criança que não consegue controlar suas próprias emoções ainda. Ele vai precisar de nós dois.
— Eu sei mas eu não planejo mostrar você para ele tão cedo. - Cruzei meus braços. Obito me olhou aparentemente bravo. — Eu entendi o que você quis dizer mas eu ainda não sei nada sobre o que pode acontecer. E se alguém da Akatsuki descobre sobre isso, incluindo os Zetsus? Zetsu branco conspira junto do outro mas apenas o Zetsu preto é o mandador de toda a minha desgraça.
— Está tudo bem, não precisa ter medo disso. Eu entendo, você têm vivido sozinha com Mitsuya por muito tempo mas como pai eu também tenho direito de conhecê-lo. Você sabe, é o meu sonho ser pai.
— Eu sei... Você vai precisar se afastar de nós uma hora ou outra, não quero que se estresse com filhos agora, eu sei muito bem como pode ser mas eu não o culpo, ele é apenas uma criança. Outro problema é que eu não sei como ele vai reagir à sua ausência, ele é sensível como eu quando falamos sobre sentimentos.
— Acho que isso é algo que temos que resolver juntos. Mas não se preocupe com a ausência, todos os dias eu vou estar presente na vida dele. E não pense negativo, [Nome], eu nunca deixaria a mãe dos meus filhos morrer. Seu único trabalho a partir de hoje é cuidar do Mitsuya.
— Fala isso como se eu não tivesse carregado ele por 9 meses na barriga. Sabe o que eu tive que passar? - Bufei e o mesmo riu baixo. — Seu filho me chutava todos os dias quando eu ia dormir, e quando nasceu eu tinha no máximo 2 horas de sono! Mas.. até mesmo hoje em dia.. eu não consigo dormir bem sem acordar no meio da noite e ir ver se ele ainda está lá, ou checar se ele está bem.
— Isso me cheira a trauma.
— Quando ele tinha recém completos 1 ano, ele começou todas as noites a se machucar inconscientemente, arranhando suas pernas ou mordendo suas mãos até saírem sangue. Eu me assustei muito pela primeira vez, isso durou 3 meses mas depois disso eu nunca mais consegui dormir, já chegou ao ponto de o corpo dele estar todo arranhado e ensanguentado. Só de lembrar eu fico arrepiada. O medo que eu senti não se compara.
— Você com toda a certeza é uma grande batalhadora, mas agora precisamos ir atrás do nosso filho. Vamos aproveitar que é de manhã, vou usar o Kamui até próximo da entrada de Konoha e depois vou mandar um clone para vasculhar Konoha, apesar de já ter um palpite de onde ele está.
— Certo. - Nós dois nos levantamos. Eu estava tensa, sentindo um frio na barriga tenso e Obito percebeu. Ele tocou meu ombro carinhosamente, o apertando gentilmente.
— Relaxa, nós vamos achar ele. Feche os olhos, você pode ficar tonta. - Eu apenas assenti.
Bom sábado pra vocês ❤️
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𝗥𝗨𝗡𝗔𝗪𝗔𝗬, 𝑜𝑏𝑖𝑡𝑜 𝑢𝑐ℎ𝑖ℎ𝑎
Teen FictionEu fui forçada a isso. Eu era praticamente uma criança e ele estava sendo forçado através de drogas. Droga, Zetsu, eu o odeio tanto.. mas eu não posso negar que amo a linda criança que isto gerou. Agora eu sou apenas uma renegada procurada correndo...