capitulo 2

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       Não vejo Mark desde ontem no refeitório, ele tinha dito que nos veríamos na saída mas ele não apareceu, e eu tinha esperado ele por muito tempo, ele nem se quer respondeu as mensagens, apenas visualizou

Ele está escondendo alguma coisa ...

     Outro dia estava começando, eram exatamente seis da manhã e da janela do meu quanto pude ver como o dia começava a se iluminar de forma lenta, o clima chuvoso se fazia presente mas já não era mais nenhuma novidade. Ainda tinha algumas horas até o início das aulas tinha tempo de sobra para colocar me plano recém elaborado em ação.

      Levantei da cama em um pulo, não por falta de sono, definitivamente não era, mas sim por excesso de curiosidade. Peguei um grande casaco de moletom que estava pendurado na cabeceira da cama e o coloquei por cima do pijama, caminhei em direção a janela do quarto e hesitei abri-lá -realmente estava disposta a deixar minha confortável cama para sair nesse frio?- rapidamente espantei esses pensamentos, tinha que descobrir o que há de errado com Mark

      Não é como se eu fosse super protetora com meu amigo, mas desde alguns meses atrás ele vêm agindo de forma estranha, sempre recebe uma ligação ou mensagem e inventa alguma desculpa para sair, ele pode até tentar contornar a situação mas não é como se eu não percebesse seu nervosismo

      Não queria perder mais tempo então abria a janela de uma vez, a brisa gelada adentrou o quarto e mesmo estando com o casaco, não pude deixar de me arrepiar com o frio. Se eu pensasse muito voltaria para cama, então apenas sai pela janela de forma ágil porém silênciosa

        Do lado de fora, mais especificamente na escada de emergência do prédio, respirei fundo quando percebi que a brisa que a instantes atrás senti não era nada comparada ao frio que fazia, novamente espantei os pensamentos e subia as escadas metálicas. O quarto de Mark ficava literalmente em cima do meu, não era a primeira vez que saia pela janela para falar com ele, vez ou outra ele fazia o mesmo

      Já em frente a janela dele, estranhei o fato de que ela não estava totalmente fexada. Ele nunca tranca a janela pois acredita que se ele acordasse no meio de um incêndio seu sono o impediria de destranca-la rapidamente e se salvar, mas ela não estava apenas sem tranca,  ela estava praticamente aberta, e considerando o frio que estava , ele não podia ter dormido com ela assim

       Sem mais enrolação, entrei no quarto dele e me surpreendi ao não encontrá-lo em sua cama, ela estava perfeitamente arrumad,a o que era estranho pois Mark odeia arrumar a cama e principalmente acordar cedo. Perdida em meus pensamentos fui surpreendido com uma voz também surpresa porém baixa atrás de mim, em um pulo me virei em direção ao dono da voz

_ Tá fazendo o que aqui? _ Perguntou Mark franzindo sua testa _ São seis horas da manhã, Anne

_ Eu vim te perguntar ... espera aí _ Me interrompi ao analisar melhor a situação, o dia estava amanhecendo e Mark está chegando em seu quarto pela janela, e além disso suas roupas estavam molhadas e seu nariz avermelhado _ onde você estava?

_ Isso não importa _ Disse finalmente  fechando a janela atrás de si e retirando seu casaco encharcado do corpo _ pode pegar uma roupa seca no meu armário? _ Pediu

_ Importa sim , você tá todo molhado e estava do lado de fora fazendo sabe-se lá Deus o quê _ antes que eu pudesse terminar a frase, sou interrompida por uma crise de espirros vinda do garoto que agora tinha apenas suas calças jeans em seu corpo _ viu só? Você pode ter pegado um resfriado

_ Só me da a roupa, eu tô morrendo de frio _ Disse estendendo a mão para pegar a roupa _ fecha o olho, mana

_ Sério, Mark, onde você tava ? Sabe que eu me preocupo com você, o que custa me falar ? _ Perguntei _ Já posso abrir?

_ Pode, e me escuta _ disse ao se aproximar _ Eu entendo sua preocupação, e sobre isso _ disse sobre o acontecido de instantes atrás _ tudo tem uma explicação _ olhando no fundo dos meus olhos e com ambas as mãos apoiadas em meus ombros , ele disse_ mas pra isso eu não vou ter

_ 'Tá de brincadeira Mark?

_ Anne, eu sinto muito mas eu não posso te contar, então vamos fingir que isso nunca aconteceu e vamos aproveitar os... _ fez um pausa para checar as horas no celular _ preciosos trinta minutos que temos debaixo das cobertas quentinhas?

_ Me ganhou no "cobertas quentinhas" _ Respondi sedento _ mas eu não vou esquecer disso, eu vou exigir explicações mais tarde

_ Tanto faz, eu só preciso de um cochilo _ disse se jogando na cama _ Vai ficar aí parada ou vai vir pra cá? 

(...)

_ Espera aí, Anne Moon _ disse Rebbeca _ você tá me dizendo que o Mark estava todo molhado as seis da manhã e aparentemente tinha passado a noite fora ? _ Perguntou parecendo surpresa

_ É isso aí_ Respondi

_E que depois vocês foram dormir juntinhos? _ Perguntou Ten levantando as sobrancelha

_ Primeiro,nós não dormimos, e segundo, de tudo que eu falei você só escutou isso ?

_ Então se vocês não dormiram, o que estavam fazendo juntos na cama?_ Perguntou novamente , porém dessa vez com um sorriso suspeito no rosto

_ Aí Chittaphon, deixa disso_  Digo no momento que entendi os pensamentos do Tailandês _ que coisa

_ Ok, ele não te falou mais nada ou sei lá? _ Perguntou Rebecca voltando ao assunto principal exibindo uma expressão de curiosidade

_ Não, ele só_  Não pude terminar a frase pois Dong Sicheng, o motivo de eu não conseguir prestar atenção na aula de História,  estava passando pelo corredor junto de seus amigos, e bastou um sorriso que nem se quer foi direcionado para minha pessoa, para me fazer esquecer completamente o que estava dizendo pois agora minha atenção estava apenas nele

_ Pronto, agora a gente nunca mais vai saber o final dessa história de suspense _ Disse Ten revirando os olhos

_ Você 'tá implicante hoje hein, sem brincadeira _ Respodeu Rebecca_ vamos descobrir o que o Mark está escondendo da gente, ele pode estar em perigo

_Nesse fim de mundo o único perigo que ele corre é o de perder o ônibus _ Disse Ten rindo da própria piada

       Enquanto Ten continuava a rir descontroladamente de uma piada que nem tinha tanta graça, Rebecca e eu nos entreolhamos e balançamos a cabeça em negação soltando uma leve risada, o clima pesado que estava se formando recuou de forma rápida dando lugar ao clima mais agradável que também foi desfeito com o som irritante que indicava o início das aulas

_ Seja lá o que ele estiver escondendo, não tenho impressão de que seja boa coisa_ Eu disse

_ Olha se ele estiver passando por alguma coisa, contém comigo _ disse Ten agora sem fazer piadas, ele estava falando sério _ Mas se for bobeira eu vou zoar ele de mais _ E logo a seriedade se foi e ele voltou a seu "normal"

| in the dark of night - Yuta Nakamoto |Onde histórias criam vida. Descubra agora