| in the dark of night - Yuta Nakamoto |

capítulo 6

_ Você é tão idiota, Anne _ Taeil descia as escadas de forma calma sem deixar de fazer seus "elogios" extremamente necessários

_Eu também te amo, meu doce irmão

_ O que você tem na cabeça? Por que você saiu a meia noite pra andar pela rua?_ Sua preocupação era notória, mesmo mantendo sua voz calma e pacífica, estava nítido sua irritação _ Eu já te falei tantas vezes sobre os perigos das ruas e você me faz uma burrada dessas, poxa Anne

Não sabia o que dizer então apenas permaneci em silêncio e atenta às suas pelavras. Seu amigo estava jogado no sofá da sala enquanto assistia tudo sem fazer qualquer comentário, o que era muito bom

_ Tomei uma atitude no calor do momento, eu sei que errei mas isso não vai se repetir _ digo tentando aclamar Taeil, que por mais que tivesse uma expressão serena em seu rosto, seus olhos mostravam seu nervosismo _ Não vou voltar lá, eu prometo

_ Aí é que tá, princesinha _ disse pela primeira vez, seria melhor se permanecesse calado. Taeil o repreendeu com o olhar

_ Você esteve lá, agora vai ter que continuar indo _ estava confusa com o que eles estavam falando, primeiro eu não deveria estar lá e agora eu não posso sair de lá_ os homens do Tiger te viram, agora você está "marcada"_ Disse Taeil fazendo aspas com as mãos

_ Quem é Tiger e como assim eu estou marcada ?_ Perguntei mas Taeil não me respondeu, ele simplesmente passou ao meu lado e se sentou no sofá da sala colocando sua atenção no celular em suas mãos _ Taeil..._ o chamo e ele não responde

_ Você não tem que saber disso, Anne _ Respondeu, depois de um longo tempo, sem me olhar_ vou pedir uma pizza, vão querer ?

_ Da pra você me explicar isso, Taeil?_ perguntei batendo o pé no chão, costumo fazer isso quando estou irritada

_ Anne, eu não quero falar disso agora, por favor tente entender_ revirando os olhos - outro costume que tenho quando me irrito- fui em direção a porta pisando firme.

Andava pela calçada em passos rápidos, minha casa é praticamente do outro lado da cidade ir andando seria cansativo, mas que escolha eu tenho? Continuei andando, estava sozinha então deveria prestar atenção por onde passava, essa cidade pode ser pequena e aparentemente calma, mas pessoas ruim existem em todos os lugares e todo cuidado é pouco.

Eram poucos os carros que passavam, alguns estudantes andavam em grupos conversando animadamente, meu erro foi me distrair e acabar quase caindo no meio da rua quando uma moto passou por mim com toda velocidade, uma das garotas do grupo de amigos que passava ao meu lado me segurou, agradeci constrangida e ela apenas sorriu em concordância

_ Cuidado aí, amiga _ disse a garota voltando a andar

_ É amiga, cuidado _ o cara da moto respondeu e logo percebi ser Yuta

_ Foi você, né, Yuta ? Você tem noção de que eu poderia ter sido atropelada? _ Perguntei indignada com o ser em minha frente que estava rindo da situação de instantes atrás

_ Mas não foi, agora sobe ai que eu te levo pra casa _ Disse me entregando o mesmo capacete de mais cedo

_ Não obriga eu prefiro viver _ Digo lhe entregando o capacete de volta . Iria continuar o caminho mas sua mão segurou firme meu pulso

_ Não vou fazer gracinha dessa vez ..._ O olhei demonstrando não acreditar _ Eu juro _ disse estendendo o dedo _ de dedinho

_ Vou te dar essa voto de confiança _ Digo pegando o capacete de volta e subindo em sua moto_ mas é só porque minha casa fica muito longe e meu irmão ficaria me enchendo por não ter deixado você me levar

_ Para sua surpresa, princesinha, ele não faz ideia que eu estou aqui _ Disse Yuta _ estou aqui por pura e espontânea vontade

Yuta deu partida na moto e ele realmente estava mantendo sua promessa, ele estava em uma velocidade que considerava segura. Mais cedo ele realmente estava muito rápido, não tão rapido quanto na corrida, mas ainda rápido de mais para mim

Depois de algum tempo tínhamos chegado em frente ao prédio onde moro, desci da moto com cuidado pois minhas pernas estavam tremendo- ainda não consigo lidar com a adrenalina que é estar em uma moto - . Uma das minhas vizinhas, uma senhora de cinquenta anos ou mais , estava entrando no prédio com umas sacolas do super marcado, na verdade, ela estava enrolando na porta de entrada para ver quem era a pessoa que estava sobre a moto.

Não é atoa que ela é conhecida por ser a vizinha fofoqueira

Yuta tinha percebido o olhar curioso dela sobre nós, então ele tirou o capacete e acenou sorrindo para a idosa

_ Vamos nos divertir um pouco _ disse ele descendo da moto oferecendo ajuda a senhora que prontamente aceitou

Isso não vai prestar ...

Entramos no edifício e logo o porteiro Vincent - outro que tem fama de fofoqueiro - nos desejou boa tarde com uma de suas sobrancelhas arqueadas ao ver o rapaz desconhecido. Yuta também sorriu amigável para ele. Estávamos esperando o elevador em silêncio até que a senhora quebra ele

_ Qual seu nome jovem?

_ Yuta Nakamoto _ Respondeu, logo o elevador se abriu e nós entramos. O silêncio voltou

_ Que nome diferente, você não é daqui, não é?_ perguntou a senhora

_ Não senhora, eu sou japonês

Em poucos minutos o elevador parou, já tínhamos chegado no segundo andar, em frente a porta da senhora Mary , Yuta entregou as sacolas a ela

_ Muito obrigada Yuta, você é um rapaz muito gentil _ Agradeceu pegando as sacolas _ Anne teve sorte

"Tive sorte com o que ?" Pensei

_ Terei que discordar senhora, o sortudo sou eu de ter ela

Quando ele disse " vamos nos divertir um pouco " na verdade ele estava pensando " vou me divertir fazendo você de palhaça "

Isso vai me trazer problemas ...

A senhora entrou em seu apartamento rindo , provavelmente estava feliz com sua nova "descoberta" . No momento que ela fechou a porta liberei minha raiva na perna esquerda de Yuta que gemeu de dor após o chute

_ Qual é o seu problema ?

_ Qual é o seu? Pra que agredir ?_ Perguntou esfregando a perna _ Foi só uma brincadeirinha

_ Pra você, porque pra mim isso vai dar problema _ Respondi abrindo a porta e adentrando o apartamento _ já pode ir pra casa _ digo com um sorriso cínico que logo foi desmanchando ao som de um barulho vindo do lado de dentro . Não tinha ninguém em casa, meus pais estavam no trabalho, quem poderia estar lá dentro? Percebendo minha confusão interna, Yuta colocou sua mão na maçaneta da porta fazendo com que eu deixasse um espaço para ele passar, abrindo silenciosamente a porta ele entrou e olhou em volta, novamente, o barulho ecoou pelo ambiente mas dessa vez não foi tão alto _ está vindo do meu quarto _ Yuta direcionou seu olhar para mim e franziu o cenho, logo sua atenção voltou para o local de onde o barulho veio

_ Fica atrás de mim, Princesinha