| in the dark of night - Yuta Nakamoto |

capitulo 3

O fim de semana havia chegado, confesso não ter percebido como a semana passou rápido, mas isso não era motivo de reclamação, longe disso. Mark tinha faltado as aulas pelo resto da semana pois estava se recuperando de um resfriado que acabou pegando, sua mãe não entendeu o motivo de seu resfriado tão repentino, ele sempre foi muito cuidadoso quando o assunto era sua saúde, mas eu sabia o motivo

Ele não ficou resfriado do nada, se ele não tivesse passado a noite fora e chegasse pela manhã encharcado não precisaria dos medicamentos receitados, e nem precisaria também faltar aula. Mas o que realmente me deixava intrigada era que, apesar de não estar disposto a levantar da cama, ele saia pela janela todas as noites eu via ele passando em frente minha janela descendo as escadas de emergência.

O que era tão importante e secreto que ele tinha para fazer na rua meia-noite?

Essa era a pergunta sem resposta que rondava minha cabeça a todo tempo, não cheguei a contar sobre as fugas da meia-noite dele para Rebecca, não achei que deveria, mas também não podia deixar ele continuar com isso, ele tinha que estar se recuperando, não pegando friagem, isso pode piorar seu estado

E foi com esses pensamentos que descidi que iria por um fim nisso essa noite, ele iria me escutar

Deitada na cama esperando a hora exata que ele passaria em frente minha janela, me assustei quando escutei um barulho não tão alto vindo do lado de fora seguido de um grunhido, era ele. Me levantei da cama apressadamente, mas ele foi mais rápido e já tinha descido o restante das escadas, tentei chamar por ele, mas foi em vão, ele já estava a uma distância consideravelmente longe, então a única opção seria segui-lo

Coloquei o casaco e troquei a calça do pijama por uma jeans de forma apressada, não poderia demorar muito se não o perderia de vista

Pulei a janela e desci as escadas , morava no segundo andar então foi uma rápida descida, quando já me encontrava no solo corri o mais rápido que pude, o beco estava molhado e conforme eu corria respingava água para todo lado, sem contar o barulho que fazia toda vez que meus pés se chocaram com as poças d'água

Saindo do Beco pude ver Mark de longe, ele era o único da rua a meia-noite - não o único, eu também estava lá- não era difícil de encontrá-lo. Ele caminhava de cabeça baixa e com as mãos no bolso do casaco, ele parecia andar sem rumo, estava indo para a parte menos movimentada da cidade - era literalmente a parte abandonada, pois Rainvill ja era pouco movimentada -

Foram longos minutos andando sem saber para onde estava indo, minhas mãos estavam como pedras de gelo e minhas bochechas estavam seguindo o mesmo caminho, mas depois de muito andar pude ver uma grande movimentação e uma claridade que não era muito comum considerando que essa área não tem absolutamente nada - bom, pelo menos foi o que eu pensei até ver toda essa gente reunida aqui-

Já não seguia mais Mark , tinha perdido ele de vista no meio da multidão, mas mesmo assim continuei andando e me misturando no meio daquela gente toda. Algumas pessoas falavam muito alto, já outras eram mais silenciosas e discretas, não tinha visto nenhum rosto conhecido - não que eu esperasse encontrar algum conhecido -

Não entendia o que estava acontecendo, isso parecia mais uma cena de um filme, porém era diferente, era real e assustador. O desconhecido era assustador, o medo do que podia acontecer aqui e era grande e ao memso tempo que eu queria sair dali o mais rápido o possível, eu queria permanecer e descobrir o motivo de Mark vir aqui todas as noites

Como se todos os meus pensamentos já não fossem confusos o suficiente, o que eu vi tinha me deixado tão chocada ao ponto de não saber se meu coração tinha parado de bater ou se estava batendo rapido de mais.

Eu podia jurar que tinha o visto, mas não podia ser ele. Talvez o cheiro forte e a gritaria estivesse me deixando louca ao ponto de ver coisas, mas parecia tão real. Comecei a andar na direção que tinha visto Taeil, mas parei na metade do caminho, não poderia falar com ele agora pois ele me mandaria voltar para casa, e na verdade, parte de mim queria voltar , mas outra parte queria permanecer como dito à cima. Então descidi ignorar, talvez estivesse vendo coisas mesmo, Taeil está na universidade que fica em outra cidade, ele está em Harvard, não seria idiota ao ponto de deixa-la para vir para cá sem motivo algum - ninguém deixa Harvard-

Continuei andando sem saber exatamente para onde estava indo, estava distraída com meus pensamentos - e se realmente fosse Taeil?- até que acabo esbarrando em alguém, e isso faz com que eu de dois passos para trás devido ao impacto e a pessoa se vire surpresa

_ O que você tá fazendo aqui? _ Surpreso e preocupado, Mark perguntou. Eu não sabia o que responder então fiquei em silêncio com as mãos entrelaçadas em frente ao corpo enquanto mordia o lábio inferior por conta do nervosismo _ Você tem que sair daqui agora _ Disse me puxando com cuidado pelo braço direito mas foi parado por um garoto um pouco mais alto, um garoto bem mais alto, pra falar a verdade .

_ Tá indo pra onde? Não podemos sair daqui sem sermos liberados, esqueceu? _ E foi nesse momento que eu congelei, e dessa vez não tinha nada a vez com o frio. No momento que seus olhos se encontraram com ou meus a minha respiração se descontrolou como de todas as outras vezes que ele me olhou, Dong Sicheng estava ali e estava mais lindo do que de costume, não que isso importasse agora _ O que você tá fazendo aqui, Anne? _ Quase desmaiei quando escutei o chinês pronunciar meu nome

_ Ela me segui sem que eu percebesse _ Respondeu em meu lugar ao perceber que eu não iria conseguir formular nenhuma frase coerente _ temos que tirar ela daqui antes que ele a veja _

_ Tarde de mais _ Disse uma voz aparentemente irritada atrás de mim fazendo com que eu me surpreendesse e me virasse em sua direção _ Você tá muito encrencada, maninha _ Com a expressão fechada, ele disse _ Mas antes vem me da um abraço, estava morrendo de saudades de você, pirralha _ logo sua expressão mudou para uma alegre e sorridente, seus braços me rodearam em um abraço que foi retribuído imediatamente _ Mas não pense que vai sair impune, eu te amo mas não sou idiota