Segunda fase : Capítulo 9

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Parada no meio do que deveria ser o quarto, eu olhava para as paredes ainda abertas imaginando o quão caro deve estar sendo essa reforma. Depois de muita insistência da Sra. Lee, Taeyong comprou uma casa em Calabasas, era muito maior e muito mais arejada também, o terreno era grande e tinha uma linda vista por ser no alto. Mas como nada parecia agradar aquela mulher, ela mesmo mandou que começassem uma reforma, de acordo com ela, apesar de seus uma boa casa - ou melhor, mansão - as cores estavam muito antiquadas, os piso de madeira era feio e os quartos pareciam caixas de fósforo


              Hoje era um dos dias que vinhamos ver como a reforma estava indo, e vê-la só me fazia lembrar que "o grande dia" estava mais próximo do que eu pensava. Quarto meses, duas semanas e três  dias para o casamento, a igreja ja tinha sido alugada para a cerimônia e a festa seria uma surpresa da Sr. Lee, então eu não fazia ideia de onde seria, só sabia que seria ao ar livre

_ Ah, você está aqui, minha querida _ A minha sorte foi que eu estava de costas para a porta, pois a cara de desgosto que eu fiz com certeza tinha sido icônica _ Está admirando o quarto do bebê? 



_ Sim, vai ficar lindo quando estiver pronto _ Eu nem se quer sabia que seria o quarto do bebê. _ Já consigo visualizar os móveis




_ Eles estão sendo bem rápidos com a reforma, só falta fechar essa parede e começar os toques finais, tintura, arremate e todas essas coisas mais _ Ela dizia de forma animada _ Vamos comprar os móveis no próximo mês e mobilizar a casa, enquanto isso os paisagistas vão arrumar o jardim, quando voltarem da lua de mel já estará tudo pronto

_ Fico feliz de ouvir isso _ Não fiquei nem um pouco feliz


_ Me diga quais são  suas cores favoritas, já vou encomendar as cortinas _ Ela pegou o tablet e começou a digitar coisas rapidamente

_ Cores suaves devem ser perfeitas para as cortinas _ Respondi sem dar muita atenção. Meu celular tocou chamando a atenção de Sra. Lee, que me olhou por cima dos óculos e depois voltou sua atenção para o tablet. O retirei da bolsa e vi que era Mark, uma felicidade genuína tomou conta de mim e então eu atendi na mesma hora _ Mark, oi, tudo bem? _ ao escutar o nome do meu amigo, a mãe de Taeyong bloqueou o tablet e começou a prestar atenção na conversa, me deixando desconfortável


_ Tudo bem sim, eu só estou te ligando agora porque a Rebecca está surtando e eu não sei o que fazer _ Ele disse de forma rápida me deixando confusa




_ Como assim surtando? O que aconteceu ? _ eu perguntei me afastando um pouco, mas Sr. Lee me seguiu


_ Eu realmente não sei, ela me ligou e falou algo sobre hospital e Ten, eu não entendi nada que ela falou _ Ele respondeu mostrando o quão preocupado estava _ Eu não posso fazer nada e não sei onde ela está agora, e como você está aí eu pensei que poderia procurar ela, pelo menos até eu chegar aí



_ Espera, uma coisa de cada vez, ela está no hospital com o Ten ou ele está no hospital com ela? _ Eu perguntei mas ele não soube responder _ Eu vou encontrar ela e ligo para você assim que tiver notícias





_ Você vai sair agora ?_ a mulher perguntou se intrometendo após eu encerrar a ligação. Eu apenas assenti guardando o celular,  não estava com nem um pouco de paciência para lidar com ela, então eu desci as escadas de forma rápida indo até Hendery ao lado de fora _ Sabe, querida, sua amiga me parece ser uma má influência _ Ela disse vindo logo atrás de mim _ e esse Marcus? Não acho descente que uma mulher prestes a se casar e ter uma família tenha amigos homens





_ Sr. Lee, eu não quero soar desrespeitosa, por favor não me leve a mal_ Engoli o ódio que suas palavras me causaram e a respondi pacientemente _ Mas Rebecca é a melhor pessoa que eu já tive o prazer de conhecer, então se nem os meu pais acham que ela seja na influência, as palavras de terceiros não me importam _ O pensamento que ela tinha sobre minha amiga era sem nenhum fundamento, ela apenas deduziu algo e já tomou como verdade _ e além disso ... _ Eu tinha dado as costas para ela mas me lembrei do que ela desse sobre Mark _ O nome dele não é Marcus, é Mark, e dessa vez infelizmente eu terei que discordar da senhora, ele é como um irmão para mim e eu não deixaria um amigo de lado só porque vou casar, eu tenho princípios diferentes dos seus




_ Anne, você precisa voltar para seus afazeres, não pode simplesmente sair assim, temos muito a fazer _ Eu não dei ouvidos e me aproximei de Hendery, que abriu a porta do carro para que eu pudesse entrar _ Anne Moon! _ Ela gritou meu nome enquanto batia o pé, Hendery ja manobrava o carro segurando uma risada




_ Cancele tudo o que temos para hoje então, podemos resolver isso outro dia _ A respondi pondo a cabeça um pouco para fora da janela enquanto o carro passava ao seu lado. Os olhos da mulher se arrecadaram e seu rosto ficou vermelho, mas não liguei





...


Após várias chamadas perdidas e mensagens não respondidas, tentei entrar em contato com Ten, e ele me disse que também não tinha falado com Rebecca desde ontem, o que me deixou ainda mais preocuoada. Hendery teve a ideia de ir até o apartamento dela pois talvez ela estivesse lá


Hendery ficou no carro e eu fui até o apartamento de Rebecca enquanto respondia uma das várias mensagens de Mark. As portas do elevador se abriram e eu fui praticamente correndo até o apartamento dela, toquei a campainha mas ela não atendeu então meti a mão na maçaneta e por sorte estava aberta




Estava tudo escuro e estaria silêncioso também se não fosse pelo choro baixo vindo da cozinha. Chamei pelo nome da minha amiga e um soluço alto saiu em resposta, acendi a luz da cozinha vendo Rebecca sentada no chão frio enqianto abraçava as próprias pernas, mantendo seu rosto enterrado entre os joelhos e uma cascata ruiva e bagunçada caindo por seu corpo, tinha um papel fortemente amassado em sua mão e preso tão firme que os dedos da garota ficaram esbranquiçados pela força que fazia





_ Becca _ Me abaixei ao seu lado cautelosamente, passei a mão em suas costas em um movimento de vai e vem tentando a acalmar. Ela levantou o rosto vermelho e coberto de lágrimas e me deu um abraço apertado _ O que aconteceu ? _ Perguntei retribuindo o abraço da mesma forma e já sentindo vontade de chorar também. Ela voltou para mesma posição de antes e ergueu o papel em minha direção




Eu me sentei ao seu lado e peguei o papel. Comecei a ler e conforme me aproximava do final da folha mais olhos se arregalavam enquanto minha boca se abria em surpresa. Agora eu entendia seu estado, e estava da mesma forma



_ Aí meu Deus Rebecca ...

| in the dark of night - Yuta Nakamoto |Onde histórias criam vida. Descubra agora