segunda fase : Capítulo 10

175 19 8
                                    








Já era madrugada, Mark tinha chegado a alguns minutos e agora abraçava Rebecca que chorava sem parar. Hendery estava na cozinha preparando algo para comermos, enquanto eu ficava parada de pé em frente ao sofá sem saber o que fazer.







_ Nós estamos aqui, vai ficar tudo bem _ Mark passou a mão nos cabelos da mulher tentando a acalmar _ Vai dar tudo certo, nós vamos te ajudar








_ Eu vou morrer _ Ela disse de forma embolada em meio ao choro incessante






_ Você não vai morrer, Rebecca _ Eu me sentei ao seu lado abraçando suas costas








_ Nós vamos te ajudar com o que precisar _ Mark disse







_ E sempre vamos estar aqui _ Eu completei.





Rebecca ainda chorava, agora um pouco mais calma. Ela estava entre Mark e eu, e seu rosto estava escondido no peitoral do rapaz enquanto eu acariciava suas costas. Os soluço tinham diminuído e sua respiração voltava ao normal aos poucos







_ Eu não sei nem cuidar de mim ... _ Ela respirou fundo secando o rosto banhado por lágrimas _ Quem dirá de um pirralho







_ Pode ser uma pirralha, você ainda não sabe _ Mark respondeu a ela separou o abraço para a olhar indignada







_ Não tá ajudando _ Ela se endireitou no sofá, Mark e eu trocamos um olhar preocupado e nos afastamos minimamente da ruiva chorosa _ imagina só, uma mistura pequena minha e do tailandês correndo pela casa, caindo e depois chorando ... essa criança vai ser atentada de mais







_ Pense pelo lado bom, ela vai ser linda ... _ Mark tentou animar a garota, mas agora já não sabíamos se ela estava triste ou feliz









_ A mais linda de todas, quer dizer, olha só para isso ... _ Ela apontou para o próprio corpo _ e o Ten também não é nada mal _ Mark e eu nos olhamos mais uma vez, agora confusos _ Mas ela vai ser uma pestinha, Ten e eu somos terríveis e a fruta nunca cai longe do pé







_ Disso eu não posso discordar, vocês são muito... imperativos _ Mark disse mais uma vez








_ Cara, você não está ajudando _ Rebecca disse mais uma vez, agora sorrindo e secando uma outra lágrima _ Eu nunca quis ser mãe, na verdade, eu já quis sim, quando eu era criança mas crianças querem tudo e não sabem sobre a vida... _ Ela dizia e nos escutavamos com atenção _ O que eu quero dizer é ... eu nunca me imaginei desse jeito, e eu não sei se sou boa o suficiente para lidar com tanta responsabilidade








_ Você pode esperar a criança nascer e colocar para adoção se quiser _ Eu tentei ajudar não sabendo exatamente o que ela estava pensando









_ Eu sabia o risco que corria quando não me protegi, seria muita idiotice minha não assumir minha responsabilidade _ Ela disse sua mão foi sutilmente até a barriga sem nenhum indício de volume _ Eu não me perdoaria se a criança fosse maltratada por alguém, ela não pediu para vir ao mundo e eu seria a culpada pela sua infelicidade, ela é minha e eu vou cuidar







_ Garota, você está me deixando  muito confuso _ Mark pôs as mãos na cabeça _ Você quer ter essa criança ou não? 






_ Eu quero _ Ela respondeu _ mas eu tenho medo de ser igual àquela velha mocoronga da minha mãe









_ Você não vai ser como ela _ Eu disse imediatamente _ tenho certeza que você vai ser a melhor mãe do mundo








_ Anne, você é tão gentil por dizer isso, como posso ser a melhor mãe do mundo se não sei nem trocar uma fralda, ou segurar um bebê, ou dar banho, ou fazer qualquer coisa que seja relacionada a maternidade _ Ela disse contando nos dedos _ E desde que eu descobri eu já chamei a criança de peste, pirralha e coisa pequena





_ Quando eu era criança minha mãe me chamava de rata _ confessei fazendo Rebecca ficar surpresa _ um apelido carinhoso, é claro








_ minha mãe me chamava de capacete por causa do tamanho da minha cabeça _ Mark também confessou _ Eu era cabeçudo , também era um apelido carinhoso









_ É super normal as mãe chamarem os filhos de coisas estranhas e darem apelidos malucos de forma carinhosa  _  Eu tentei explicar meu ponto de vista para ela, que por sua vez se esforçava para entender _ parece estranho mas faz muito sentido









_ Eu me sinto bem agora, não estou mais desesperada _ Rebecca disse _ agora eu posso surtar por outra coisa, já superei o susto da gravidez






_ Qual será o próximo surto da Merida revoltada _ Mark perguntou, e tive a estranha sensação de deja vu com o apelido. Engoli em seco ao me lembrar do meu japonês, que já não era mais meu, mas disfarcei bem, não estava na hora de lidar com um drama que eu mesma causei, esse era o momento da Rebecca







_ Contar pro pai da criança _ Ela se levantou do sofá de forma tão rápida que até me assustei. Ela pegou o celular que não parava de apitar em cima da mesa de centro e, com alguns toques na tela, ela já ligava para Ten _ Ten, têm como você vir no meu apartamento agora? ... O quê? Meu Deus você é um pervertido... _ As bochechas de Rebecca ficaram vermelhas, entregando a vergonha que sentiu com as possíveis palavras de Ten, que o conhecendo bem, já sabíamos do que se tratava _ O que eu gosto ou deixo de gostar não vem ao caso agora, você pode vir aqui? ... ótimo _ Mark olhava para a ruiva sorrindo pelo jeito que ela falava _ ... tá bom eu também te amo _ Como se estivéssemos lendo a mente um do outro, Mark e eu nos olhamos animados e surpreso no momento em que escutamos a fala da nossa amiga, ela não era do dizer "eu te amo" apenas por dizer, e isso significava que o que ela tinha com Ten era muito forte e sério, e nos ficamos felizes por ela








_ Eles crescem tão rápido _ Mark fingiu secar uma lágrima invisível





_ Você são dois idiotas _ Ela disse rindo e jogando uma almofada em nossa direção







_ Eu não quero atrapalhar a demonstração de amor de vocês... _ Hendery disse se aproximando de nos _ Mas o Mac and cheese ja está pronto, então... ataquem, mas deixem mais para a ruiva, agora ela come por dois







_ Eu te daria um soco nesse exato momento se eu não gostasse de você, Dery _ Rebecca disse rindo







_ Sorte a minha _ Ele Respondeu sorrindo _ É sério gente, vamos comer antes que eu desmaie de fraqueza

| in the dark of night - Yuta Nakamoto |Onde histórias criam vida. Descubra agora