segunda fase : Capítulo 16

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Sentada no chão do quarto, eu encarava a caixa de papelão perfeitamente lacrada em minha frente. Eu roia as unhas pensando se realmente havia sido uma boa ideia ter trazido ela para cá, mas agora já estava feito. Eu levantei do chão e chequei se a porta estava trancada pela quinta vez desde que entrei com a caixa misteriosa, já era meia noite e eu ainda tentava criar coragem para abrir e ver o que tinha dentro






__ Que merda ! __ Eu pequei a caixa e levei até o banheiro, a deixando em cima da bancada de mármore da pia, logo pegando um secador de cabelo e aquecendo a cola da fita Durex que prendia a abertura da caixa






Foi um processo demorado, mas estava dando certo, o papelão estava intacto e a fita saia com facilidade. Quando dei o último puxão e percebi que agora a caixa estava definitivamente aberta, desliguei o secador de cabelo e respirei fundo tomada pelo nervosismo e adrenalina





Quando abri a caixa uma vontade avassaladora de enfiar minha cabeça na privada e dar descasca me atingiu. Não havia nada além de isopor, repito, não havia nada além de isopor.




Eu mordi meus dedos e pulei nervosa enquanto pensava em várias formas de matar Taeil por me fazer passar por isso, até que lembrei eu havia começado. Eu voltei para o quarto e procurei na gavetas um durex da mesma largura do que colava a caixa, e quando achei não esperei para voltar a fechar a caixa novamente





Eu saí do meu quarto mordendo os lábios com força e caminhando em passos largos até o quarto de Taeyong, em seguida adentrando o closet e procurando a gaveta de relógios de Taeyong.






Já dentro de seu escritório, eu retirei o celular do bolso e liguei a lanterna, não iria acender a luz pois algum dos seguranças poderia ver e dizer a Taeyong. O chaveiro continha oito chaves, a maior delas sendo a da porta e as outras de diversos tamanhos e formatos distintos, alguma delas deveria ser a da gaveta





Eu estava certa.

A chave de formato arredondado, uma das menores, era a chave que abria a gaveta. E como o imaginado, na gaveta havia identidades falsas em nomes diversos, alguns documentos que se quer podia imaginar do que se tratava e um envelope






Eu peguei as folhas e o envelope e sai do escritório o trancando logo em seguida. Eu fui em direção ao quarto e joguei os papéis sobre a cama não esperando muito para ligar para Taeil em chamada de vídeo







__ Sabe que horas são? __ Foi a primeira coisa que ele disse ao atender







__ Não reclama __ Eu respondi e pelo meu tom de voz ele percebeu que algo estava errado __ acabei de pegar esses papéis dos escritório de Tiger __ Eu filmei os papéis e ele se aproximou mais da tela do aparelho __ acho que esses papéis com certeza tem relação com todas as coisas ilegais, e o envelope eu não sei, ainda não abri







__ Você consegue uma cópia desses papéis para me mandar ? __ Ele perguntou







__ A gente da a mão e você quer o braço todo __ Eu respondi tentando abrir o envelope com a mão livre __ Mas eu consigo sim, na biblioteca tem uma impressora







__ Você vai ir até uma biblioteca pra imprimir isso? Pode ser perigoso, Anne __ Ele disse








__ Claro que não, tem uma biblioteca aqui em casa, quer dizer, ela não é uma senhora biblioteca, tá mais pra uma bibliotequinha __ Eu respondi e ele pareceu não acreditar __ Mas ainda é uma biblioteca, enfim, eu vou imprimir e você da um jeito de vir buscar, já me arrisquei de mais









__ Tudo bem, eu vou ver o que eu faço __ Ele respondeu __ Mas toma cuidado








__ Vou tomar __ Não demorei muito para encerra a ligação, tinha que ser rápida para poder devolver os papéis o quanto antes







Dizer o quanto estava nervosa e com medo seria impossível pois não havia palavras o suficiente que pudessem descrever meu estado. Eu andava no completo escuro, ao mesmo tempo que queria correr tinha que ser calma a cuidadosa para não cair ou derrubar algo. As folhas estavam presas firmemente em minhas mãos trêmulas, o coração estava acelerado e nem eu mesma conseguia acreditar que realmente estava fazendo isso








Tentei me convencer que não era para tanto, eu só precisava tirar uma xerox, não era nada de mais. Bem, não seria nada de mais se os papéis não tivessem este grau de importância; não seria nada de mais se a situação não fosse essa.









Novamente, agora dentro da pequena biblioteca, eu liguei a lanterna do celular para conseguir ver o que estava fazendo. Todo o processo parecia mais lento do que o normal, a máquina parecia mais barulhenta do que realmente era, e a sensação de estar sendo observada também era surreal, mesmo que eu tivesse certeza de que não havia ninguém ali






Eu não conseguia compreender por que estava me sentindo culpada, afinal, Taeyong transformou minha cada em um completo caos, não deveria me sentir uma traidora, esse era o plano desde o dia do casamento. Talvez o fato dele estar confiando de mais em mim fosse o real motivo. Estava me sentindo uma "amiga" falsa mesmo que nós não tivéssemos chegado no patamar de amizade, talvez eu fosse, como Yuta uma vez disse, boa de mais e jamais fosse me sentir bem fazendo algo pelas costas de alguém, mas era necessário








Eu tentava acreditar na voz do meu subconsciente que dizia que tudo iria ficar bem e que eu não precisava me preocupar, entretanto, uma outra voz que "gritava" dizia que eu deveria da sair dali antes que ele chegasse, o que era, de certa forma, ridículo, ele estava em outro estado, nunca iria saber que estive aqui









Quando a última folha saiu da máquina eu quis pular de alegria, finalmente havia "acabado". Fui cuidadosa e atenta ao juntar todas as folhas e garantir que não tinha deixado nenhuma evidência para trás, agora eu só precisava guardar as folhas originais em seu devido lugar e dar um jeito de entregar as cópias em Taeil






| in the dark of night - Yuta Nakamoto |Onde histórias criam vida. Descubra agora