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Maratona 3/4

— Então vocês estão ansiosos para ir para Londres? — perguntou Jorge, erguendo as sobrancelhas e dando um sorriso. — Eu fui pra lá uma vez, mas por trabalho. Não consegui ver muitos pontos turísticos mas os poucos que eu vi me impressionaram.

— Noah me incentivou á ir, na verdade — respondi, dando um sorriso.

— E você, Noah, gosta de futebol americano? Tenho duas entradas para o jogo de domingo — contou Jorge, encarando meu irmão que estava sentado ao meu lado. — Se você quiser ir, o outro ingresso está sobrando.

— Vai ser legal — disse Noah, sorrindo de lado.

— Querida, por que não chamou o Josh? — perguntou minha mãe. Mal nos vimos essa semana e eu nem ao menos consegui explicar tudo o que aconteceu.

Depois que Josh foi embora, ainda fiquei alguns segundos lá fora com o Harry, mas na verdade nem conversamos muito porque estava havendo uma tensão muito grande. Mais por minha parte, eu acho.

Mamãe chegou um pouco antes de eu entrar, e conseguiu conversar um pouco com o Harry. Após insistir muito para que ele jantasse conosco, porque ela deduziu que éramos amigos, ele — graças a Deus — acabou recusando.

Eu queria minha amizade com ele de volta, mas não queria mais confusões. Eu preferia que aquele fosse um jantar de família, sem amigos e sem confusões. Sem revelações e sem mentiras também.

— Estamos um pouco afastamos essa semana — respondi, evitando olhar para o rosto de todos que estavam na mesa, que de qualquer forma eu sentia que me encaravam. — Estamos dando um tempo.

— Ahn... Entendi — disse ela calmamente, parecendo se arrepender de ter perguntado sobre ele no meio do jantar.

— E então, como vocês de conheceram? — perguntou Noah, mudando de assunto.

— Sua mãe me encantou de primeira com a sua concentração no trabalho. Ela nem reparava em mim — contou Jorge, fazendo todos darem risada. Minha mãe balançou a cabeça parecendo envergonhada. — Nunca a vi me encarando como eu a encarava.

— E então? — perguntei, querendo saber mais.

— Depois de uma reunião que tivemos, estávamos apenas nós dois na sala e eu resolvi pedir o número dela — deu um sorriso de lado. — No começo ela pareceu não entender muito.

— Foi de repente — minha mãe se defendeu.

— Eu estava ansioso para conhecer vocês — disse Jorge. — Sua mãe sempre falava dos dois quando estávamos juntos. Eu sempre quis ter filhos, mas nunca namorei sério para um dia isso acontecer.

— Nunca namorou sério? — questionou Noah, parecendo agora desconfiado pelas suas palavras em preocupação a mamãe.

— Não — disse simplesmente. — Pelo menos eu não considero, já que as duas "namoradas" que eu tive me traíram — contou, como se não fosse nada demais. — Aliás, se o meu chifre estiver arrastando por aqui, eu pago os danos. — falou em forma de humor, pegando uma risada de todos da mesa.

— Que má sorte — disse Noah, ainda com um sorriso nos lábios. — Te traíram com quem?

— Deixa de ser curioso — sussurrei para Noah, dando uma cotovelada na sua barriga de leve.

— Não tem problema — Jorge disse depressa. — A primeira me traiu com o meu chefe da antiga cidade que eu morava, e a outra com a ovelha negra da família, vulgo meu primo de segundo grau.

5 ᴘᴇᴅɪᴅᴏs • ᵇᵉᵃᵘᵛᵃⁿⁿᵃʰOnde histórias criam vida. Descubra agora