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JOSH

    No domingo de manhã acordei e Vanessa já não estava mais ao meu lado. Meu celular estava ao lado do meu travesseiro, quando me recuperei da preguiça que estava para me movimentar peguei-o e pude ver várias ligações perdidas da Savannah.

Eu poderia ligar para ela ou responder as suas mensagens, mas eu não queria conversar com ela. Não naquele momento.
Talvez amanhã.

— Contei para Chloe — anunciou Vanessa entrando no quarto.

— Você sabe que eu poderia estar dormindo, não sabe? — questionei, de testa franzida e jogando o celular no colchão.

— Não fala nada se não vai deixar o quarto com o cheiro do seu bafo! — disse de forma provocativa. Para provoca-la de volta eu forcei um bocejo e ela fez careta, indo até a janela e a abrindo por completo. — Então, você contou?

— Para falar a verdade eu não contei, ela me perguntou — comentou, pendendo a cabeça para o lado e com os braços encostados no batente da janela. Por atrás dela pude ver o quão o céu estava azul e completamente sem nuvens. — Ela reparou na garota que estava no porta-retrato que está em cima da lareira, e perguntou se era eu. Pedi desculpas por ter ficado sem visitá-la esse tempo inteiro. Disse de tudo para ela não ficar chateada.

— Isso tudo aconteceu quando eu estava dormindo? — questionei. — Que horas são... — disse mais para mim mesmo essa última parte, pegando o celular e percebendo que eram dez da manhã.

— Não se preocupe, Richard deixou algumas frutas separadas para você e um pouco da vitamina de banana — contou calmamente. — Podemos ir no centro da cidade hoje para comprar algumas coisas? Minha mãe disse que tem uma loja aonde vendem várias bijuterias. Eu preciso de novas pedras da lua.

— É bom ver você feliz dessa forma. — comentei, já que o seu sorriso deixava evidente o quanto ela estava animada por Chloe ter lidado bem com a situação. Bem até demais.

— É bom estar feliz — ela passou a língua nos lábios e deu um pulo, saindo no encosto da janela. — Não se atrase porque você vai me ajudar a fazer o almoço. — pediu ela, apontando para mim.

Observei-a caminhar até a porta e vi quando ela parou bruscamente, parecendo se lembrar de alguma coisa.

— Você já falou com a Savannah? — perguntou ela, se encostando na parede. Dava para ver que ela gostaria mesmo de saber dos detalhes. Mas afinal, não tinha nada para contar já que não conversamos.

— Eu acabei de acordar. — lembrei-a, me levantando na cama.

— Você estava com o celular nas mãos quando cheguei aqui, poderia estar falando com ela por mensagem. — balançou os ombros e eu balancei a cabeça.

— O que temos para conversar não da para se falar por telefone. — disse, e logo me inclinei para ajeitar os lençóis da cama.

— Eu vou ver o que eles gostam para podermos cozinhar. — avisou, deixando-me sozinho no quarto de hóspedes.
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— Ainda bem que tivemos visitas. Mamãe nunca deixa nenhum de nós lá em casa comer massa — disse Chloe no banco de trás do carro.  — Será que ela deixa eu pintar meu cabelo igual ao seu? — disse em seguida, e pelo retrovisor dentro do carro pude ver seus olhos brilharem de emoção e expectativa.

— Eu não tenho certeza, mas na próxima vez que eu vier aqui nós podemos tentar convencê-la. — disse Vanessa, olhando para a garota que tinha um sorriso grande nos lábios.

— Você vai me visitar mais vezes agora? — perguntou ela. — Eu pensei que nunca conheceria você. Fiquei tão chateada quando mamãe disse que não tinha certeza que você poderia vir para cá que escrevi uma redação dizendo algumas coisas ruins sobre você. — comentou Chloe, com arrependimento na voz. — Desculpe.

5 ᴘᴇᴅɪᴅᴏs • ᵇᵉᵃᵘᵛᵃⁿⁿᵃʰOnde histórias criam vida. Descubra agora