66

184 29 19
                                    


1 semana depois

O céu azul escuro e as estrelas tomando conta da escuridão. Mesmo com as luzes da cidade, aquela era uma ótima noite para deitar em algum parque e observar as estrelas. Ou ficar apenas na janela do quarto.
Eu dirigia sozinha. Sem som ligado e apenas sabendo para aonde eu iria. Eu estava com a mente completamente perdida, mas a única coisa que eu sabia era para aonde eu estava indo.

Voltar ou não voltar?

Algo complicado para se decidir.
Eu posso não ter sido egoísta de em dois meses não ter pensado naquele assunto para pensar em mim mesma, mas eu deveria ter tirado um dia na semana para decidir o que eu iria fazer.

Não estávamos namorando, mas ele ainda me machucou.

Mas o que é o amor sem as decepções?

Eu precisava de algum choque para ver o que eu queria de verdade. Para saber se eu o amava de verdade. Para saber se eu queria ficar com ele de verdade. Pois o que eu mais tive esse ano foram dúvidas. Qualquer coisa nova que aparecia na minha vida era para me deixar com dúvida.

Ele não me procurou como eu pedi, e isso foi bom. Ele respeitou o tempo que eu precisava, e posso dizer que esses foram os melhores meses que eu já tive em toda a minha vida. Porque pela primeira vez eu me coloquei em primeiro lugar.

Antes, eu pensava que sempre estive no topo, mas eu mentia para mim mesma. Mesmo quando eu não tinha dúvidas eu não pensava em mim, não cuidava de mim e da minha mente.
Mas agora eu vejo que posso fazer isso.

Parei em frente a casa que eu conhecia muito bem. A casa que eu fiquei algumas vezes depois da escola estudando com alguém que é mais inteligente que eu. Um ótimo ator para fingir que precisava de ajuda.
Ao tocar o interfone e ouvir a voz da mãe dele perguntando quem era, não hesitei em dizer meu nome e logo o portão estava sendo aberto.

Na porta grande da sala de estar senhora Beauchamp me esperava. Ela ainda não vestia roupas de dormir, então não era tão tarde como eu pensei.

— Ele está esperando por você faz dois meses — contou ela, dando um breve sorriso. — Que bom que veio, ele vai ficar contente.

Passei por ela e logo a mesma fechou a porta. Virei-me e ela ainda estava sorrindo.

— Como ele está? — perguntei com curiosidade e preocupação.

— Ele tem ficado mais quieto do que o normal, mas não tão triste ao ponto de beber demais como fazia — contou. — Na verdade ele descontou sua tristeza na cozinha e sairam ótimas sobremesas de lá.

Dei um sorriso de lado sem mostrar os dentes e ela pegou na minha mão, me guiando para o sofá.

— Ele me contou o que fez — ela disse, com um olhar parecendo lamentar. — Eu sei que não deve ter sido fácil pra você. Ele julgou tanto o pai por isso que... Bem, acabou fazendo a mesma coisa.

— Mas ele é melhor do que o Senhor Scott — lembrei-a rapidamente.

— Não tenho dúvidas disso — ela não demorou a concordar. — Você sempre fez muito bem para ele. Desde o primeiro dia em que te vi aqui, percebi que seria diferente. Eu consegui ver pela primeira vez o Josh se importar com uma pessoa que não fosse na família, tirando aquele amigo dele, o Liam. Mas eu como mãe, consigo ver o quanto ele te ama Savannah, e não é pouco.

— Eu nem sei se estou fazendo a escolha certa — confessei baixo. — Teremos pouco tempo, eu vou para Londres em menos de dois meses.

— Ele me disse que se você o procurasse, ele iria para Londres com você sem hesitar — disse sussurrando como se fosse um segredo. — Eu vou fazer um trabalho em um distrito que fica em Londres, e não é muito longe de onde vocês vão ficar. Ele logo pensou em você.
Fiquei em silêncio.

5 ᴘᴇᴅɪᴅᴏs • ᵇᵉᵃᵘᵛᵃⁿⁿᵃʰOnde histórias criam vida. Descubra agora