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                   Ajeitei a alça da mochila nos ombros e passei a mão no suéter azul com no símbolo do colégio em dourado que eu vestia. Olhei para o armário grande atrás do espelho e pensei se deveria levar alguma outra blusa, mas acabei resolvendo que não passaria frio, já que o suéter é bem quentinho. Pelo espelho, vi meu irmão encostado no batente da porta com um sorriso de lado no rosto, me virei para encara-lo melhor e cruzei os braços.

– Da próxima vez que marcar de ir me buscar e me deixar na porta do colégio plantada te esperando, eu simplesmente vou te jogar pela janela. – ele da uma gargalhada parecendo nem se importar com isso. Leva suas mãos até seus cabelos castanhos e logo em seguida manda um beijinho no ar.

– Hoje sem falta eu vou te buscar eu ainda te pegar um cappuccino – minha cara de brava foi de desmanchando. Ele sabia muito bem como me acalmar. – E eu já te falei que você precisa tirar sua carteira de motorista, Sav.

– Noah, eu não vou tirar carteira de motorista! Quando não quiser me levar para os lugares então eu apenas chamo um táxi. – fecho a cara e pego meu celular em cima da cama.

– Só porque o papai sofreu um acidente enquanto dirigia, não significa que vai acontecer o mesmo com você. – seu tom de voz era suave.

– Eu já te falei pra não tocar no assunto que envolve o acidente do papai, Noah!

– Você precisa superar isso, Savannah!

– Não diz isso como se fosse a coisa mais fácil do mundo, porque você não sabe o que eu estou sentindo aqui dentro. – retruco da forma mais fria possível e saio do meu quarto.

No caminho para o colégio cumprimentei com um sorriso forçado alguns vizinhos que já estava acostumada a ver naquele horário da manhã. Um vento gelado bateu, fazendo eu cruzar os braços e me culpar mentalmente por não ter considerado a idéia da jaqueta.

Ao chegar lá, o corredor já estava bem movimentado. Desviei de algumas pessoas que conversavam e nem percebiam que tinha alguém passando. Ao lado do meu armário, Josh já me esperava com as mãos no bolso da jaqueta do time, me aproximei em passos lentos e ele me deu um sorriso de lado quando percebeu minha presença.

– Ansioso para me ver, Beauchamp? – questionei brincando. Abri meu armário e ele ainda continuou me olhando.

– Vai me ajudar? – pergunta diretamente.

– Uau. Você é definitivamente um mau educado! Cadê o meu bom dia? – provoco ainda mais e sou surpreendida com um beijo na bochecha.

– Bom dia princesa! – virei meu rosto lentamente e ele estava se divertindo com tudo aquilo. – Te dou quantos bom dia você quiser, mas vai me ajudar ou não?

– Ainda não sei.

– Como não sabe?

– Também não sei te responder isso – dou um sorrisinho de lado e ele me encarava incrédulo. – Mas eu sei que quero fazer o meu primeiro pedido.

– É claro que não! Você não está me ajudando a estudar ainda. Sem estudos, sem pedidos.

– Tudo bem então – dou de ombros e fecho meu armário, dando as costas para ele. 3,2,1... Senti sua mão no meu pulso e sorri vitoriosa. – O que gostaria?

– Para de graça e fala logo o seu pedido. – ele revira os olhos.

– Quero que você vá me buscar em casa todos os dias para vir à escola. – esse pedido eu havia pensado antes de sair de casa. É claro, eu tenho medo de dirigir e Noah não está sempre disponível para me levar. O colégio não é tão perto da minha casa como eu gostaria que fosse.

5 ᴘᴇᴅɪᴅᴏs • ᵇᵉᵃᵘᵛᵃⁿⁿᵃʰOnde histórias criam vida. Descubra agora