Hybrid- Tomarry ( Adaptação)

5-Tommy promete?

"Tommy promete"

P.O.V Tom

— TOM! — O menino soltou um grito fino colocando a mão no coração enquanto respirava pesadamente. Acho que assustei um gatinho... — O Harry ia tendo um coiso.

Ri anasalado, como pode ser tão fofo até falando?

— Desculpa, Chim, é que eu vi você cantando, e parecia tão atento... Que eu não quis te atrapalhar. Você canta muito bem — Falei e percebi as bochechas do menino ganharem uma coloração rubra. Fofo...

— O-obrigado Tommy... — Falou baixinho e gaguejando um pouco.

— Essa música também é muito bonita. Pensava em alguém em especial enquanto cantava ela? — Eu nunca me aguento. Acabei deixando a curiosidade falar por mim, só espero que ele responda, pois não posso negar, nem eu sei porque, mas me incomoda muito essa ideia dele gostar de alguém.

— Que?! — De rubras, suas bochechas só faltaram para virar o puro sangue. Coitado do menino. — O-olha Tommy, o Harry já acabou de limpar as louças todas.

Tá, ele mudou de assunto. Melhor não insistir e mandar minha mente parar dessas porras de suposições.

— Bom trabalho gatinho — Afaguei seus cabelos e ele ronronou. Sinceramente, eu poderia passar o dia fazendo isso.

— Marvy... — Ele falou baixinho assim que abriu os olhos e fitou - me sorrindo de lado.

— O que? - Questionei confuso, às vezes Harry pode ser bem aleatório pra minha pobre compreensão.

— Marvy, combina com o Tommy esse apelido. O Tommy parece um cubinho de mármore — Sorriu largo deixando seus olhinhos quase fechados, o que me fez instantaneamente sorrir, por além disso, ter gostado do "apelido".

Novamente nos encontrávamos próximos. Diria que centímetros separavam nossos rostos. E eu não estava com nenhum pingo de vontade de me afastar...

— M-Marvy... — Meus olhos revezavam entre os seus, e sua boca. Nem eu sei o que eu tava fazendo. — O Harry está com sono.

Desviou o olhar pro chão e coçou os olhos, com aquela tonalidade vermelha ainda presente em seu rosto.

— Hum... Ah, claro. — Me liguei na realidade de novo, que bosta que eu ia fazer? Ta que o Harry é bem lindo, mas ele parece uma criança. Realmente, a prisão fez geléia dos meus neurônios. — Vem, vou te levar pro seu quarto.

O pequeno assentiu e me seguiu. Subimos as escadas e andamos até aquela porta branca que era onde seria o seu quarto.

— Olha, esse é o seu. — Apontei para o da porta branca e o menino concordou— O meu é esse, do lado do seu, então qualquer coisa, pode me chamar— Apontei a porta marrom do quarto que seria meu e Harry novamente assentiu.

— Tommy , porque o Harry não pode dormir com você? — De novo essa pergunta...

Da última vez, eu fiquei quase uma hora explicando isso pra essa criança, até ele finalmente "entender". Mas parece que meu gatinho tem amnésia.

— Harry, nós já falamos sobre isso... — Formou - se um enorme bico na boca do menino mas ele concordou comigo. Finalmente.

— Tá bom.. — Ele não me convenceu. Mas tentei acreditar. Eu posso estar errado afinal..— Boa noite Tommy...- Ele me abraçou, mas é tão baixinho que só conseguiu abraçar minha cintura— Ah, Obrigada por levar o Harry junto com você. O Harry já tem um grande carinho pelo Tommy.

Sorriu enquanto me abraçava, mas logo me soltou e saiu antes que eu respondesse qualquer coisa. Até porque meio que minhas palavras se recusaram a sair.. Enfim, suspirei e um sorriso bobo surgiu em meus lábios mesmo sem eu perceber.

Entrei no meu quarto, tirei minha roupa e coloquei apenas um calção. Fazia calor.

Peguei rapidamente um livro que Severus acabou por deixar aqui pra mim, pois sabe que amo ler, e li uma breve passagem.

Não sei bem quanto eu li, mas o sono chegou e eu apaguei as luzes do abajur que ficava no criado - mudo, e me ajeitei por entre as cobertas.

Fiquei assim por um tempo até ouvir minha porta sendo aberta, fiquei atento, mas os passos eram tão leves, que eu só pude constatar uma coisa. Era Harry.

Pouco tempo depois senti um peso do lado da cama e ela afundou um pouco. Logo senti ele chegando mais perto de mim. Se enfiou por baixo das cobertas e senti quando seu rabo se agarrou à minha perna, e o pequeno se aconchegou me abraçando como se eu fosse seu ursinho de pelúcia.

— Desculpa por invadir sua privacidade Tommy... — Ele sussurrava baixinho ainda me abraçando — Mas é que o Harry sentiu que precisava ficar com você. — Senti quando ele me apertou mais aos seus braços, me usando realmente como um ursinho — Boa noite...

Disse a última parte arrastado, como se estivesse pegando no sono.

Abri um pouco meus olhos, e vi a cena mais fofa que eu poderia ter visto em meses... Em anos talvez. Harry estava com seus cabelos caídos no rostinho delicado abraçando - me com o máximo que podia, e tinha uma expressão fofa e um biquinho nos lábios.

Eu geralmente não gosto muito quando as pessoas me abraçam, ou até quando ficam muito próximas de mim, sei lá, é meu jeito. Mas eu sinceramente amei ficar tão perto dele assim, poderia ficar assim pra sempre também...

E foi com esse pensamento, que adormeci.

• • •

Acordei num susto. Eu estava tão perto da ponta que ia caindo da cama. Olhei pra cima de mim e encontrei um Harry dormindo tranquilamente em cima do meu peito.

Ressonava baixinho, e vez ou outra fazia um estalido com a língua e o céu da boca.

Eu desisto. Acordado esse menino é lindo, dormindo não posso nem falar.

Pego meu celular, que foi emprestado por Sirius , que mesmo com uma enorme dor no coração, cedeu. Olho as horas e vejo que já se marcava no relógio 09:33, e decido levantar.

Afasto com cuidado o corpo em cima de mim e tento sair, mas rapidamente sou agarrado de novo por um Harry sonâmbulo, que me aperta como se eu estivesse tentando fugir.

Tento me soltar de novo e escuto um pequeno resmungo do garoto que abre os olhos lentamente olhando pra mim, como se estivesse se focando, e logo sorri aberto.

— BOM DIA Marvy! — Saiu do canto onde eu o tinha posto ao meu lado, e pulou em cima de mim todo alegre. Quem consegue acordar feliz em plenas nove da matina? Que sono.

— Bom dia Hazz. — Sorri pro mesmo que se animou mais e voltou a pular todo empolgado — Você tá bem animado. Tem algum motivo?

— Tem! — Falou alto, mas não chegou a gritar, logo voltando a falar. — O Harry dormiu, e quando acordou o Tommy ainda estava aqui. As pessoas comigo sempre vão embora... Mas o Tommy ficou!

Vi um brilho triste nos olhos do pequeno, o que me deu uma grande vontade de abraçar ele. E dessa vez eu não me controlei, e o puxei pros meus braços, abraçando - o com cuidado, logo sentindo seus bracinhos me abraçando também.

— Obrigado por ficar com o Hazz. — Se auto - apelidou e fungou baixinho, o que me fez pensar que talvez ele estivesse chorando.

— Ei gatinho, não chora. Eu tô aqui não tô? E daqui em diante vou ficar, não importa como, vou ficar com você. — Falei sem nem ao menos me tocar da gravidade de minha promessa. Até porque era o que eu mais desejava. Ficar com ele.

Levantei seu rostinho com minhas mãos e vi que o mesmo estava molhado, e seus olhos um pouco inchados e vermelhos, assim como seu narizinho.

— O Tommy promete? — Ele tinha dessa vez um brilho de esperança nos olhos , o que me deu uma certa alegria.

— O Tommy promete. — Falei como ele, e logo vi o castanho dar um sorriso por entre as lágrimas. E aquilo me fez sorrir.