Eu preciso vê - lo!
P.O.V Tom
"Por que ele não acorda? Você disse três meses! TRÊS! E já vão completar CINCO!"
"Sinto muito senhor, você deve saber como esses casos são delicados e..."
"Eu não quero saber! Eu só... S-só quero ele de volta."
Não conseguia ver nada ao redor, mas podia ouvir vozes distantes. Estava me sentindo perdido, do que eles estão falando, e porque eu estou escutando?
Uma das vozes era familiar, e até acolhedora, mas a outra, eu não conhecia.
Julguei ser um pesadelo, ou paralisia do sono, assim que percebi que tinha acabado de acordar.
☆
Abro os olhos com dificuldade por conta da claridade, e logo vejo rostos cansados quase que amontoados uns por cima dos outros. Reconheço o primeiro,Lucius. Mas, Lucius não estava em outra cidade? O que ele faz aqui? A menos que...
Harry!
— Eu preciso vê - lo! — Gritei tentando me levantar, mas assim que consigo, me sento na mesma hora por conta da fraqueza que senti, atraindo a atenção de todos os garotos que olharam pra mim preocupados.
— Tom! Você acordou! — Severus exclamou feliz, mas eu estava pouco ligando pra sua felicidade.
— Foda - se, me levem até ele! — Gritei novamente, e os garotos bufaram irritados. Devo admitir que eu estava insuportável.
— Ninguém vai à lugar nenhum até me explicar o que aconteceu— Lucius falou normalmente e viu os outros garotos concordarem com a cabeça.
— Ótimo, eu não sou ninguém. Agora se não vão fazer algo de útil, como me ajudar, saiam daqui. — Respondi ácido, enquanto fazia força pra me manter de pé até conseguir, e sai andando segurando em tudo que via pela frente, mas quando estava perto da porta de saída do quarto, Remus se meteu no meio.
— Tom, volte, ou terei que impedi - lo. — Soltei uma risada antes de bufar irritado. Quem ele pensa que é para tentar mandar em mim?
— Vem tentar! — Falei aumentando o tom de voz, enquanto com minha mão livre, dei um empurrão em Remus, mas esse não adiantou muito, já que eu estava fraco. Era injusto.
— Tom— Uma mão pousou no meu ombro e quando olhei para conferir encontrei Sirius com um olhar triste. — Podemos ao menos falar com você antes?
Respirei fundo, olhei pra frente, e vi que por aquela porta eu não sairia, não com Remus ali. Então concordei com a cabeça levemente e me deixei ser ajudado a chegar até a cama novamente, onde me sentei.
Depois de um breve silêncio, resolvi começar.
— Como me encontraram? — Perguntei sem interesse nenhum, aliás.
— Uma mulher ligou para mim pelo seu telefone, nos disse que você estava desmaiado no meio da rua, e nos deu a localização. — Sirius proferiu e logo depois se calou. Dei de ombros desinteressado.
— E como você chegou até lá? — Severus perguntou dessa vez, atraindo minha atenção para si.
— Você tá perguntando como eu desmaiei depois que eu soube que o Harry foi preso, deixou uma carta dizendo que ia morrer, e eu sai surtado por meio da rua? Não faço ideia. — Respondi afiado, como era possível que me perguntassem isso? Eles são burros? Já deviam ter imaginado.
— Sem ironias. — Disse Lucius chegando mais próximo de mim, enquanto tinha seu olhar cabisbaixo. — O que o Harry tem?
— Ele vai morrer. — Respondi sem emoção alguma na voz, mas senti - me morrer por dentro. Por que dizer aquilo doía tanto?
— Como assim irá morrer? — Remus perguntou saindo da frente da porta e se aproximando.
— Morrer, sabe? Parar de viver. Coração deixar de bater, conhece? Dez palmos abaixo de terra. Falece, entende? — Perguntei gesticulando, enquanto sentia meu olhar marejar e minha voz embargar mesmo contra minha vontade.
— Desculpe... — Pediu baixinho o Loiro sujo.
E eu juntei as mãos e enfiei meu rosto entre elas, enquanto sentia minhas lágrimas descerem.
— Tom...? — Severus chamou quase que em um sussurro, e eu levantei meu rosto - provavelmente inchado - em sua direção, como permissão para que ele falasse. — Você ouviu ou viu algo à mais?
— Como assim? — Questionei sem entender.
— Quando você tava tonto.. Ouviu algo? — Sirius explicou melhor, mas eu continuei sem entender.
— Vozes Tom— Lucius explicou.
— Ouvi sim, o que isso tem a ver? — Inclinei a cabeça para o lado para fitar o dos ombros largos, mas ele nada disse.
— O que elas diziam? —Severus voltou a perguntar.
— Elas... — Lembrei da voz desconhecida e quase deixei um sorriso de lado escapar, mas o que escapou mesmo foi um lágrima. — Era uma só. Ela... Me queria de volta.
Eles nada disseram, por bastante tempo, e eu também não ousei falar nada, até que depois de algum tempo, Remus falou.
— Vamos lá ver ele. — Ao dizer, meu sorriso apareceu, e lá estava eu já de pé. - sendo segurado por Severus e Sirius-
☆
— Não é que eu queira vê - lo, eu PRECISO! — Elevei o tom de voz na última palavra, destacando - a. A mulher apenas revirou os olhos.
— O horário e dia de visitas não são hoje, nem agora, senhor. — Respondeu com aquela voz chata, e eu estava me segurando para não pular em cima dela. - Se fosse um homem, eu não precisaria de horário de visita, quem precisaria seriam meus amigos para irem me visitar quando eu fosse preso por agredir um policial. - Mas como existe lei, eu me aquieto.
— Olha aqui... — Ia começar mais uma das minhas ameaças mentirosas, mas uma voz me interrompeu.
— Chega pra lá Tom— Lucius me empurrou pra longe, quase me derrubando no chão, o que só não aconteceu porque eu estava bem melhor, e fui conversar sozinho com a mulher. E depois de um tempo surge um Malfoy todo alegre, e uma mulher emburrada.
— Pode ir. — Ela disse ainda com aquele bico irritado no rosto.
Quis rir, mas não era hora de rir. Só espero lembrar de agradecer ao Lucius.
Entro correndo para dentro da porta a qual levava até as salas de visita. Não tinha nenhum policial lá, então, segui só, procurando onde poderia estar meu gatinho.
Meu coração esquentava só de ansiedade em vê - lo, em senti - lo, em saber que ele estava bem. Mesmo que eu saiba que a única coisa que ele não está, é bem.
Os corredores eram bem longos, qualquer um se perderia fácil ali, mas incrivelmente cheguei à sala de visitas e lá também, não tinha ninguém. Meu semblante alegre deve ter murchado.
Voltei a encarar os corredores, andando por todos com cuidado. Aquela prisão era bem grande, mas surpreendentemente não vigiada.
Até que em meio a tantas portas, encontrei uma bem grande e revestida de ferro. Fui até ela, e a abri com ainda um pouco de dificuldade, mas minha determinação ultrapassa qualquer dificuldade.
Meu palpite foi certo, assim que entrei, vi várias celas, não com grades de ferro, como as normais, e sim quase toda tampada, tirando uns poucos furos no material transparente para que - possivelmente - o prisioneiro não morra sufocado. Aquela cadeia era específica para híbridos, aparentemente.
Andei por entre as celas, vendo híbridos encolhidos, mexendo em algo, dormindo, ou simplesmente sentados em suas camas olhando para o nada. Todos pareciam iguais.
E foi aí que eu vi aquela cabeleira esbranquiçada apoiada em cima dos joelhos, com suas mãos abraçando os mesmos, como se estivesse chorando, ou assustado.
Meu olhar congelou, assim como meus pés, eu não iria sair dali tão cedo, se o gatinho não levantasse sua cabecinha, olhando diretamente na minha direção, como se soubesse que eu estava ali.
Seus olhos eram pequenos,quase sem sua cor verde brilhante, e sua cara um pouco amassada, assim como as orelhinhas um pouco caídas, mas ao seu olhar cruzar com o meu, seus olhinhos se arregalaram e sua boca abriu em formato de "O".
— Tommy...? — Falou baixo mas como estava próximo de sua cela, consegui ouvir. Mas como um raio passando na frente dos meus olhos, minha visão ficou turva novamente ao ouvir sua voz, e aquela voz de mais cedo, que apareceu no meu "pesadelo" voltou a se fazer presente em minha cabeça.
"Tommy...? Será que você pode me ouvir? Eu sinto tanta sua falta..." Era a voz dele. Era a voz de Harry dentro da minha cabeça, e eu tive certeza, pois eram iguais, até a entonação era a mesma.
"Quando será que você vai voltar pra mim? Eu te amo tanto..." Saiu como um sussurro no meu ouvido, então virei para o lado assustado, não vendo ninguém.
Olhei pra frente onde Harry estava, tentando ver se daria pra ele falar dali e eu escutar como se fosse na minha cabeça, mas pela distância, não.
Senti minha mão formigar como se estivesse sendo apertada, e olhei incrédulo para ela, fechando a mesma em punho, sentindo que estou também apertando algo, mesmo ela estando vazia.
"Você pode me ouvir!!? Meu Deus! Doutor...!" A voz foi se afastando até eu não ouvi - la mais. E com a última frase, aquela sensação estranha passou, e voltou tudo ao normal, como se tivesse sido sempre assim.
Analisei a posição que estava, de defesa, olhando quase que "incrédulo" pra própria mão, e fazendo alguma careta a cada frase dita em minha cabeça, com os olhos quase que fechados, cerrados.
É, qualquer que me visse acharia que eu estava louco, ou conversando com minha mão, mas não tive muito tempo pra pensar na possibilidade, já que meu olhar cruzou novamente com o de Harry, e minha boca agiu por conta própria em abrir - se em um grande sorriso, que foi correspondido rapidamente por um sorriso aberto, com direito à eyesmile do garoto do outro lado da do material transparente, que agora já estava de pé, frente à frente comigo.
Ele está mal, mas mesmo assim consegue me fazer sorrir.
Ignorei todos os outros pensamentos. Esse é o efeito de Harry sobre mim.
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Hybrid- Tomarry ( Adaptação)
FanficOnde Tom Riddle acha que foge da cadeia, e ao invés de aproveitar sua "liberdade", se prende a um gatinho que acaba por se esbarrar na rua. "- Você por acaso tá me seguindo?" "- O Harry só... Gostou de você." • • • Nem tudo é o que parece, ao final...