Dia da descoberta - Ciclo ar

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Voei rumo ao horizonte até encontrar uma colina calma e intocada, talvez desde o princípio do universo. Uma cerejeira crescia solitária nas alturas, com as nuvens abaixo, como se nenhum mortal ou imortal fosse digno de desfrutar de sua beleza.
Sentei aos seus pés e transmudei minhas vestes para um robe leve, em seguida, passei a olhar o céu enquanto algumas lágrimas corriam pela minha face. Eu nunca havia chorado até aquele dia, para mim era quase um paradoxo um sentimento tão doce ser capaz de machucar tanto.
Reclinei-me no tronco e deixei o perfume me envolver, contudo meu coração palpitada forte, cerrei meus olhos e iniciei minhas preces, mantendo-me no mundo irreal por um bom tempo.
- Izuku - ouvi como um sussurro.
Mesmo meu nome flutuando com a brisa, não quis deixar a dimensão imaterial, a realidade era dolorosa demais.
- Izuku - veio novamente como um sopro melodioso.
Em seguida, um toque suave em meu rosto, o deslizar de um cetim. Ao abrir minhas pálpebras, um sorriso iluminado estava diante de mim.
- Todoroki - exclamei, confuso.
Ele continuou sorrindo para mim, e a visão era tão sublime que a destruição já me soava como algo demasiadamente tentador para eu resistir.
- Como me encontrou? - a pergunta saiu sem pensar.
- Tenho uma pergunta melhor, por que fugiu de mim?
- Não há outro desfecho para este caminho, apenas ruína. Nossa e de tudo o que existe.
- Só se nos tocarmos.
- Não deseja me tocar?
- Mais do que qualquer coisa.
- E então?
- Se olhar para você é tudo o que eu posso ter, que assim seja. Encontrarei uma forma de conviver com isso, sua alma, encantadora, meiga e única, é o que eu mais desejo e não apenas o corpo, igualmente belo, porém frágil.
- Eu não sou o único ser imortal do sexo masculino, sabia?
- Para mim, é.
Sorri... sorri feito um menino bobo.
A seguir, outro toque do cetim, virei meu rosto e notei uma faixa de tecido, a qual Shoto manipulava com seu poder para me tocar. Ofereci minha pele para continuar desfrutando da carícia, embora não fosse direta, ainda assim, era maravilhosa.
- Gosta?
Balancei a cabeça, afirmativamente.
- Então aproveite - incentivou, piscando para mim, num gesto mais que sedutor... certeiro.
Deitei na relva macia, sentindo o toque suave de minhas asas e o cetim em movimentos delicados por minha face, fechei os olhos e passei a desfrutar da carícia de Todoroki, deixando minha imaginação fluir para vê-lo tocar-me, ao menos em minha mente.
O tecido deslizava devagar e era quase como se pudesse comtemplar sua mão me afagando, desfrutei de cada segundo de maciez, de cada movimento, enquanto o frescor da brisa trazia uma sensação de bem-estar reconfortante.
O cetim passou a correr por meus lábios e desceu pelo pescoço num regalo indescritível, minha respiração mudou e o calor sobreveio, poderoso, ardente, sedento. De repente, não era mais o cetim que eu sentia, mas o lento escorregar de outro tecido, e quanto mais a textura escoava por minha pele, abrindo-se, mais eu sentia a brisa arrepiando-me.
Aquilo era intenso e maravilhoso demais, até para um ser imortal como eu, e inegavelmente possuía o poder para dominar-me por toda a eternidade, se desejasse, o tecido serpenteava por mim lentamente, obrigando-me a morder meus lábios e a arquear o corpo.
E o deleite mais incrível sobreveio quanto senti os toques acetinados nas pequenas proeminências dos meus mamilos e em meu membro, intumescidos pelo ar fresco. Os toques eram tão sensíveis, tão vulneráveis, tão desejantes, capazes de fazer-me sentir pleno e o mais belo das criaturas.
O frenesi causado pelo toque impelia-me a implorar por mais, a almejar mais, a querer que fosse mais intenso. O deslizar do cetim provocava-me, eriçava-me, inquietava-me e fazia emergir uma necessidade impaciente, a qual ansiava por extravasar em gemidos. Porém já não era suficiente, eu queria mais, queria os lábios dele... ali... entreabertos... úmidos... saboreando-me.
Nesse instante, dei-me conta do que estava fazendo. Ergui-me num sobressalto, me robe estava aberto, uma parte de mim nu, e sua íris heterocromática perfeita fincada em meu corpo exposto. Voltei a fechar minhas vestes depressa.
- Por favor, Izuku. Não! - Shoto suplicou, mas não conseguiu se colocar em pé.
Ele estava... ele estava... enrijecido... assustadoramente enrijecido.
Levantei minhas mãos até minha boca assombrado e, na sequência, bati minhas asas e corri rumo aos céus.
- Izuku, volte! - ouvi seu apelo.
Contudo, estávamos indo longe demais, mais longe que qualquer outro ser amaldiçoado já fora.
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シ︎

𝙴𝚜𝚙𝚎𝚛𝚘 𝚚𝚞𝚎 𝚝𝚎𝚗𝚑𝚊 𝚐𝚘𝚜𝚝𝚊𝚍𝚘 𝚍𝚘 𝚌𝚊𝚙𝚒́𝚝𝚞𝚕𝚘, 𝚙𝚎𝚛𝚍𝚊̃𝚘 𝚜𝚎 𝚝𝚒𝚟𝚎𝚛 𝚊𝚕𝚐𝚞𝚖 𝚎𝚛𝚛𝚘 𝚘𝚛𝚝𝚘𝚐𝚛𝚊́𝚏𝚒𝚌𝚘.
𝙽𝚊̃𝚘 𝚜𝚎 𝚎𝚜𝚚𝚞𝚎𝚌̧𝚊 𝚍𝚎 𝚍𝚎𝚒𝚡𝚊𝚛 𝚊 𝚎𝚜𝚝𝚛𝚎𝚕𝚒𝚗𝚑𝚊 𝚎 𝚍𝚒𝚣𝚎𝚛 𝚘 𝚚𝚞𝚎 𝚊𝚌𝚑𝚘𝚞, 𝚋𝚎𝚒𝚓𝚘𝚜 ( ˘ ³˘)♥︎

Deuses dos quatro elementos - TodoDekuOnde histórias criam vida. Descubra agora