Before the storm - Livro 4, A Garota Corvinal

Amizades

O final de semana chegou e Carol não podia estar mais satisfeita de não ser alvo dos comentários ácidos de Friedman e dos punhos dos seus colegas de treinamento. Ela na verdade estava pensando seriamente em ir falar com Quim sobre o treinador, em como o seu comportamento com Trixie e Carol estava longe de ser algo aceito, só não o fez por insistência de Trixie.

-Não vai adiantar nada – ela disse a Carol na sexta quando as duas estavam se trocando no vestiário – Vai ser pior na verdade, porque Friedman vai notar como que isso nos incomoda.

-Então vamos ficar aguentando isso de cabeça baixa? – Carol rebateu indignada.

-Não – Trixie respondeu enrolando a bandagem na sua mão esquerda – Muito pelo contrário, vamos aguentar com a cabeça erguida. Dar duro nos treinos e derrubar qualquer idiota que o Friedman mandar para gente.

O instrutor não pegava tanto no pé de Trixie, mas com Caroline ele tentava ao máximo fazer com que a garota desistisse do treinamento, ela conseguia até ouvir as engrenagens do cérebro dele funcionando, pensando em qual seria o comentário machista e maldoso que ele iria fazer sobre a sua performance no treinamento. O lado bom foi que começaram a ter feitiços na grade, e Carol detestava admitir, mas sentia falta de se sentir a melhor em alguma coisa, logo percebeu que por ter saído recentemente da escola ela era a que fazia os feitiços melhor, junto com Logan.

-Ótimo, Davies – a instrutora Victoria Andrews disse quando Carol tinha estuporado sua dupla, talvez ela tenha se empenhado mais porque a pessoa no caso era um dos babacas que riam dos comentários de Friedman, uma vingança pelo roxo que estava na suas costas por conta de quando ele a derrubou mais cedo.

-Quer ajuda, Stewart? – Caroline perguntou quando percebeu que o colega resmungou enquanto se levantava, e Trixie ao seu lado se segurou para não rir da cara feia que Stewart fez.

-Estou de boa, Davies – foi o que ele respondeu, voltando a posição de ataque.

A única coisa que não tinha feito na semana foi ter ido falar com seus tios, passou todos os dias com Jorge em Notting Hill, e várias vezes Roger na hora do almoço ia até o QG dar um sermão em como Caroline e os pais precisavam conversar urgentemente. Ela sabia que precisaria enfrentar os tios logo, considerando que na semana seguinte iriam ter uma reunião da Ordem, a verdade é que estava envergonhada por ter saído de casa sem ter avisado, e eles teriam uma daquelas conversas dolorosas de ter, e nos últimos anos aparentemente era a única conversa que os três tinham. Então estava enrolando o máximo possível para voltar para a casa dos tios.

O lado bom é que agora estava tendo um gostinho do que seria a vida de casada. Jorge era o encarregado do jantar, não só porque (surpreendentemente) ele soubesse cozinhar melhor que Carol, mas também porque chegava mais cedo em casa do que a noiva. Era a hora do dia preferida de Caroline: chegar em casa, Ravena vindo a cumprimentar enroscando em suas pernas, Jorge na cozinha preparando alguma coisa e ouvindo música, porque desde que Carol tinha o apresentado Elton John e o que era um tocador de discos isso era a única coisa que ele fazia.

Na sexta quando chegou em casa, tirou as botas e o casaco, pegou Ravena e foi até a cozinha de onde vinha a melodia de Bennie And The Jets, e encontrou o noivo cantando em plenos pulmões junto com Elton John, enquanto descascava uma cenoura. Carol um dia perguntou porque ele não usava magia ao invés de cozinha igual os trouxas, e ele respondeu que era porque achava que fazer a refeição ele mesmo dava um toque mais pessoal para a comida.

-Uau, eu não sabia que iria me casar com o Elton John ruivo – Carol disse colocando Ravena no chão, não antes dela miar indignada, e pular para cima da bancada da cozinha.

-Como você nunca me apresentou música trouxa antes? – ele perguntou com um sorriso, indo para perto dela e a beijando na testa – Deem um prêmio para esse homem! Ele é o trouxa mais maravilhoso do mundo!