Before the storm - Livro 4, A Garota Corvinal

Os sentimentos de Tonks

O período de afastamento de Caroline realmente tinha a feito ficar mais tranquila, mesmo que ela não parasse de pensar sobre o sentimento negro que estava crescendo dentro dela e sobre o que tinha escutado Hagrid contar no dia que foram visitar Rony em Hogwarts. Snape poderia trair Dumbledore?

Ela sabia sobre o passado de Snape, todos na Ordem sabiam, ele tinha sido um Comensal da Morte e no final da primeira guerra virou-se contra Voldemort e passou a agir como agente duplo, ele não poderia estar fazendo isso agora? Só que dessa vez para o lado das trevas? O Dumbledore estava tão nervoso com ele? Ele seria capaz de trair alguém que lhe deu uma oportunidade quando ninguém mais pensava nisso? Que o salvou de ir para Azkaban?

-Você está pensativa – Jorge falou olhando para ela na mesa do café da manhã.

-Pensando sobre como hoje é o dia que eu volto para o trabalho e o treinamento – ela respondeu, não queria falar o que realmente estava pensando, principalmente quando Jorge disse para ela não se preocupar com aquilo, que provavelmente o que ela estava sentindo deveria ser por conta do ambiente pesado que ela estava imersa no trabalho.

E não deixava de ser mentira, ela realmente estava pensando muito sobre a sua volta. Tinham passado semanas que ela estava fora, e depois de uma conversa com a conselheira do St. Mungu's ela finalmente foi considerada apta para voltar a ação e ao treinamento, Quim tinha prometido que esses dias que ela esteve fora não iria contar como falta e que ela ainda iria se formar do mesmo jeito. Eles realmente deveriam estar desesperados, até adiantaram a formatura para começo de junho ao invés de ser realizada em setembro.

-Vai dar tudo certo – Jorge a acalmou colocando sua mão por cima da de Carol – , a profissional do St. Mungu's disse que você está apta, é só não se esforçar muito, ter limites.

-Nunca achei que veria o dia que você me diria para ter limites – Caroline disse tomando um gole de chá, a conselheira tinha a proibido de tomar café e Jorge estava levando aquela ordem bem a sério.

-Todos temos que crescer uma hora, não? – ele disse e Carol riu – Mas sério, vai dar tudo certo Lizzy, e se as coisas começarem a apertar de novo você sabe que sempre pode se afastar, você deve se afastar.

-Eu sei – ela respondeu se sentindo um pouco envergonhada por estar sendo tratada igual uma criança arteira. Carol se levantou e deu um beijo rápido no noivo – Vejo você mais tarde, então.

O Quartel General continuava o mesmo, um pouco mais caótico, mas nada que fosse fora do comum. Ela foi direto para a sala de Quim, tinha que apresentar a carta que a conselheira do St. Mungu's tinha lhe dado dizendo que ela estava apta para voltar ao trabalho, mas quando chegou não havia ninguém, o que não era estranho, Quim vivia saindo e voltando, ele estava em uma missão de proteger o Primeiro-Ministro dos trouxas.

-Ele está com o primeiro-ministro trouxa – a voz de Ed a fez dar um pulo, por que ele aparecia silenciosamente? – , ultimamente ele passa mais tempo com ele, por questões de segurança.

-Imaginei que fosse isso mesmo – Carol respondeu desgostosa e virou-se para o rapaz – Quem fica no comando quando ele está fora?

-Tonks – ele respondeu com um sorriso torto – , mas eu também, quando ela não está. Do que precisa?

-Ela não está? – Caroline perguntou cruzando os braços, não gostava quando Edward ficava de gracinhas com ela.

-Está, mas achei que seria um bom momento para a gente se conhecer melhor resolvendo o que quer que seja o que você precisa resolver – Ed respondeu se aproximando de Caroline, que o pressionou na parede com raiva, o braço em sua garganta, pela sua expressão ele não esperava que uma pessoa tão pequena tivesse tanta força.