Before the storm - Livro 4, A Garota Corvinal

Sobre ser auror

-Escutem essa – Carol falou para Fred e Jorge no café da manhã.

O treinamento havia sido cancelado, então ela teria a parte da manhã livre e só precisaria ir para o Quartel General depois do almoço, e resolveu ir até a loja com Jorge para não ficar sozinha, o que o deixou feliz, porque ele tão pouco queria deixá-la sozinha também.

-"Mundungo Fletcher, 'Dunga' como é conhecido, foi preso esta noite em decorrência de um assalto" – Carol leu a reportagem no Profeta Diário – "O bruxo é conhecido por seu enorme histórico envolvendo atividades ilegais, e desta vez o motivo de sua prisão não foi diferente: o sr. Fletcher foi capturado por aurores fingindo ser um inferi durante uma tentativa de assalto, os bruxos que moravam dentro da casa que era alvo de Mundungo mandaram uma mensagem para o Quartel General dos aurores, e assim o bruxo foi preso em flagrante. Fontes internas afirmam que ele pode ser mandado para Azkaban por isso."

-Dunga foi longe demais – Jorge comentou depois que Caroline deixou o jornal de lado.

-Se fingir de Inferi? Isso é demais até mesmo para o Dunga! – Fred completou, voltando a se sentar à mesa depois de pegar mais café – Mas mandar para Azkaban por isso? Acho um pouco extremo.

-É, eu também acho – Caroline respondeu desgostosa, fazia tempo que a política de Scrimgeour estava a deixando irritada – É a nova política do Ministério, qualquer mínimo envolvimento com as artes das trevas é passagem só de ida para Azkaban.

-Mas mandar alguém para Azkaban por um assalto? É um pouco demais, não? – Jorge perguntou.

-Na atual conjuntura sim, Scrimgeour não está interessado em quem esteja prendendo, o que ele quer é encher as celas de Azkaban para mostrar eficiência – Carol explicou e coçou os olhos – E convenhamos, era questão de tempo até Mundungo ser pego, levando em conta do tanto de coisa ilegal que ele já se meteu.

-Ah, mas ele nos ajudou aquela vez, nunca iríamos conseguir fazer o Kit Mata Aula sem aquelas vagens – Fred lembrou de quando Dunga os ajudou no ano passado, trocando os ovos de fadas mordentes por vagens em que o veneno seria útil para a elaboração dos produtos do Kit Mata Aula.

-É melhor deixar isso em segredo, se não querem que o Ministério apareça por aqui – Caroline disse. – Detestaria ver vocês dois em Azkaban por simplesmente terem sido dois adolescentes inconsequentes.

-Ótimo que temos alguém para livrar a nossa cara, igual em Hogwarts – Fred comentou provando Carol, puxando o rabo de cavalo dela.

-Deveria ter deixado vocês mais vezes de detenção – ela respondeu dando um tapa na mão dele e virou-se para Jorge – Vamos manter esse passado obscuro de vocês o mais escondido possível dos nossos filhos.

-Lizzy acho que vai ser meio impossível eles não saberem sobre a nossa épica fuga de Hogwarts – Jorge disse.

-É, e eu vou fazer questão de contar todas as nossas histórias do nosso tempo de Hogwarts para os mini Weasley – Fred completou com um sorriso malicioso para Caroline.

-Não sei como a mãe de vocês não enlouqueceu – ela disse dando um peteleco na orelha de Fred e indo para a pia lavar o seu prato.

-Ah, ela enlouqueceu sim – os dois disseram – Só não transparece para quem é de fora – Jorge completou.

Caroline passou a manhã junto com Vera ajudando a atender os clientes, e a bruxa ficou desapontada por saber que seria só aquele dia que Carol tinha vindo ajudar porque gostava de ter alguma companhia. Ela gostava de ficar na loja, era divertido ajudar as crianças, ficar rodeada de coisas coloridas e mágicas, magia que era para o bem, divertimento e alegria, e gostava de ficar perto de Fred e Jorge novamente, mas ainda sentia que o seu lugar era no Quartel General dos Aurores, prendendo bruxos das trevas, lutando, mesmo que fosse um trabalho difícil e pesado, era o que ela sentia que tinha sido feita para fazer.