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• 31 de dezembro de 2020 St. Albert, Canadá. Casa dos Deinert Loukamaa.
Finalmente era véspera de ano novo e diferente do natal, tudo estava calmo. Isso porquê aquele era um dia apenas de família para os Deinert Loukamaa. O dia em que se reuniam e faziam as metas para os próximos anos. Esse ano haveria uma pequena diferença, Noah estaria junto a eles, já que seu orgulho o impediu de passar essa data com sua família.
Mesmo Sina dizendo que ele tinha que resolver isso, Noah era cabeça dura de mais. Traição era algo que ele não suportava, e a ideia de ver o homem com o qual sua mãe traiu seu pai o deixava nervoso. E esse foi a único motivo dos Deinert permitirem que Noah passasse aquele dia com eles. Além do Urrea, eles ainda contavam com a presença dos pais de Joalin e Bailey, o que de certa forma, era bom. O começo de um ano novo vinha repleto de esperanças, e quem sabe Sins e seus pais pudessem os perdoar.
- Bom dia. - Sina disse sonolenta, indo de encontro ao seus pais, que estavam na sala assistindo TV.
- Como está se sentindo hoje, filha? - Bailey perguntou, enquanto via Sina se acomodar a eles.
- Melhorando, se é o que quer saber. - Respondeu sem muita emoção. Era sempre assim desde o dia que ela contou tudo a eles. Ela não se abria muito e passava horas em seu quarto, normalmente não dava nem bom dia.
- Que horas o N vem? - Joalin perguntou, acariciando seu rosto.
- Eu não sei... - Deu de ombros. Ela andava desatenta a tudo, talvez pelo fato de que Josh precisou aumentar a dose de remédios. - Vou me deitar mais um pouco... Se ele chegar mande-o subir. - Pediu, e eles assentiram, observando a filha se levantar, mas parar subitamente no pé da escada. Sina se encolheu ao sentir um calafrio percorrer seu corpo. Bailey correu até ela, a garota se segurou nele, como se precisasse de um suporte.
- Ei... Fala comigo. - Bay pediu, acariciando o rosto pálido dela. - Deus... Você não come direito a dias, Sina. - Falou, passando o polegar em sua bochecha gelada. Ela deixou que suas pernas cedessem e teria caído, se não fosse seu pai para a segurar. - Joalin. - Chamou, em um pedido discreto de que saísse do sofá. O Deinert apoiou a filha no sofá, preocupado. Ela não falava nada.
- Sins... - A loira acariciou seu rosto, e então Sina se encolheu, abraçando as pernas e deixando as lágrimas caírem de seus olhos.
Era isso... Sina passou os últimos cinco dias se fazendo de forte, tentando mostrar que relembrar o passado não a machucava. Mas não era assim. Ninguém falaria sobre isso e continuaria com o psicológico intacto. Bailey e Joalin sabiam bem disso, já que seus pesadelos vinham todos os dias, lembrando que haviam falhado.
- Estamos aqui, meu amor. Pode chorar. - Bailey disse, acariciando seu braço. Sina procurou sua mão e então a apertou contra seu corpo, procurando conforto no pai. - Estamos aqui. - Disse em um sussurro, segurando sua mão.
