O dia perfeito no talvez

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Quando acordei meus olhos ainda estavam inchados de choro, já era 13:00 e a Rafa estava em casa terminando de fazer o almoço, estrogonofe de carne meu prato favorito, dava pra sentir o cheiro em todo o apartamento, me levantei e foi para a cozinha.

- oi amor boa tarde, está melhor ? - ela disse me abraçando e dando um beijo em meu rosto.

- estou mais calma sim, obrigada - eu disse indo até a geladeira e a abrindo - açaí !! - falei feliz ao ver um pote enorme de açaí na geladeira (eu amo açaí).

- é mas só depois do almoço mocinha, vai senta ai eu vou botar a comida no prato pra você - ela disse puxando uma cadeira da mesa para que eu me sentasse.

- nossa tá querendo me agradar porque ? Fez algo de errado ?

- não eu só to querendo te ver feliz, colocar um sorriso nesse rosto lindo.

- nada vai me fazer ficar bem, só o tempo.

- por isso eu pedi esforço, a Jú tá vindo vai passar o dia com agente.

A Jú chegou e nós estávamos acabando de comer, depois que acabamos eu comi o pote de açaí todo sozinha, já que as meninas não gostam. Passamos a tarde toda conversando.

O Di me ligou mas eu não atendi eu sei que posso estar sendo injusta, mas eu não consigo falar com ele nem olha-lo, de certa forma eu me sentia culpada pelo que aconteceu, talvez se eu não tivesse aceitado o trabalho, eu não estaria na rua a noite, e talvez isso tudo não tivesse acontecido.

Mesmo que eu não quisesse as meninas me obrigaram a me arrumar e elas pintaram as minhas unhas, com elas no comando eu estava perdida.

Eu nunca mais vou sair desse apartamento, não quero ver ninguém e nem falar com ninguém, tenho medo que as pessoas me encarem ao me julguem de forma errada, tenho medo que o ocorrido possa acontecer de novo.

Passamos a noite toda acordadas conversando e contando histórias de terror, a primeira a se esconder debaixo dos cobertores, mesmo ela se fazendo de durona é a mais medrosa de nós.

Conforme foi amanhecendo e o sol foi chegando o nosso sono foi aumentando, mas como nós não queríamos dormir, não fomos para o quarto e continuamos conversando no chão da sala, mas não conseguimos lutar por muito tempo e o sono nos venceu.

Eu acordei me sentindo melhor como se nada tivesse acontecido, estava mais calma e então decidi que conversaria com o Di hoje, eu sei que eu deve estar perdido sem entender os meus motivos para evita-ló e na verdade eu também estou confusa mas as coisas não podem ficar como estão e tenho que resolver se vou viver ou me enterrar e eu quero viver.

Tudo o que eu escrevo é sobre você. #Wattys2016Onde histórias criam vida. Descubra agora