INNOCENCE • JIKOOK • (Em revisão)

O perigo deseja o inocente

Imagina só num momento, num segundo da sua vida você estar sendo perseguido por olhos de fogo e no outro estar curtindo com seus amigos numa festa. De maneira nenhuma faria sentido a alguém em sã consciência. Mas aliás, eu estava em sã consciência, não Ken, não Estefan. Eles já viam estrelinhas se aproximando aos poucos.

A verdade verdadeira é que se tivesse algo que pudesse me fazer parar de criar perguntas e pensar nas coisas estranhas que andam acontecendo comigo desde que cheguei em Forks, então eu a usaria ao meu favor. Seja qual for as consequências.

O que poderia dar errado? Eu estava com as pessoas da minha escola, isso que eu só conhecia algumas delas, o restante são como desconhecidos para mim.

Tinhamos chegado à casa de Mike mais rápido do que eu pudesse imaginar, e seguro o bastante comparado a velocidade mutável que Ken excedia. Meu coração disparou depressa ao ouvir o motor rugir antes de terminar num resquício de silêncio mútuo.

— Uhuuww!! Chegamos... — A última palavra dita por Estefan foi estendida até que saíssemos completamente do carro e caminhássemos até a entrada casa, onde, definitivamente, muitos se aglomeravam.

De cara havia um grande jardim primordial, cheio de flores e árvores, tinha também uma fonte comprimida do começo até o final da lateral do jardim. Era bem espaçoso, por isso muitos estudantes estavam ali com copos de bebidas nas mãos e aproveitando a música alta e estridente que soava das profundezas daquele enorme casarão.

— O que estamos esperando? Vamos entrar e aproveitar a festa. — Uma mão me puxou, com certeza era a de Sana. Ela só não estava mais empolgada do que os garotos.

Não pude ter clareza da música que tocava até adentrar a casa sendo puxado por Sana. Suas mãos me apertavam de modo que marcasse minha pele, de certo ficaria dolorido no dia seguinte. Mas nesse momento eu não liguei para quaisquer que fossem os problemas.

Ao fundo, num aproximar bem nítido e que ficava cada vez mais alto, tocava o som de Alan Walker só que num modo mais remixado. Na correria acabei esbarrando em pessoas desvairadas pelo efeito da bebida, resmungava palavras e frases que eu não consegui entender. Primeiro foi por causa da música alta, e segundo foi culpa da pressa que Sana me levava consigo até algum lugar daquele enorme ambiente. Se não estivesse louco, aquela deveria ser a sala de estar ao qual estávamos agora.

Ken e os outros vinham logo atrás de nós, na mesma velocidade, com os mesmos passos. A quanto tempo aquelas pessoas estavam bebendo?

Não pude negar tampar o nariz com a mão livre, aquele cheiro forte de álcool estava acabando comigo aos poucos. Seja lá o que bebiam não tinha em Phoenix. Mas não era só a bebida, era o cheiro do álcool misturado  com algum tipo de fumaça, uma fumaça que emanava tanto dos cigarros quanto das máquinas de fumaça postas em diversos lugares da casa.

Eu tossi algumas vezes até conseguir respirar ar livre. Sana me puxou mais alguns metros à frente, em direção a um grupo de pessoas reunidas numa roda no Jardim do fundo da casa. A conversa ali parecia boa, mal olharam para nós ao nos aproximarmos. Haviam quatro meninas e cinco meninos, todos eles com um traje gótico um pouco exagerado. Os cabelos pintados de cores diferentes, verde, roxo, azul e entre outras.

Uma das meninas olhou para mim, a de cabelos azuis cor da noite, brilhantes com a ajuda da Lua cheia que iluminava o céu. Seus olhos eram claros e a pele um pouco mais rosada que as dos outros, havia tatuagens em algumas partes do corpo. Pelo menos as partes expostas.

— Mais convidados chegaram!!! — Um garoto de fios laranjas — Talvez ruivo, mas para mim aquilo não era ruivo — Se levantou e veio até nós num escancarar de braços — Bem-vindos a minha festa, você deve ser o Jimin... Sana me falou de você na escola, sempre quis lhe conhecer.