Capítulo 09 - Vírus

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Fugaku mirou o acessório no pulso pela terceira vez. Ele estava no aguardo do primogênito há uns bons minutos descer do quarto para partirem. Suspirou pela demora, mantendo a calma e então se sentou no sofá pacientemente. Suas duas longas pernas se sobrepondo uma sobre a outra.

Quando achou não aguentar mais, cogitou em subir e arrastá-lo para fora – para o térreo. Porém, uma mão subitamente logo apertou em seus ombros, fazendo-o parar e poupá-lo de levantar.

— Estou aqui, estou aqui. — Itachi exclamou as suas costas. — Fiz o senhor esperar muito?

Fugaku vislumbrou por cima dos ombros e viu que o filho trajava um terno azul marinho e estava com a aparência bem arrumada.

— Poderia ser mais breve. — fez pouco caso e desviou os olhos para frente, fazendo Itachi querer suspirar com a notória indiferença. — Falta algumas horas para o jantar com o CEO da empresa com a qual fechamos uma parceria. A reunião foi um sucesso, então este encontro foi marcado para socializar um pouco.

Em pé atrás de Fugaku que estava sentado no sofá, os olhos de Itachi quase rolaram para trás de sua cabeça enquando ouvia-o falar.

Ele estava confiante e não havia mais o temor excessivo de antes, sobre seu cheiro de ômega ser percebido pelo alfa carrancudo que era seu pai. Além do que, Shisui havia camuflado e resolvido esse empecilho para ele.

— Papis? — arriscou, movendo delicadamente os dedos nos ombros por debaixo do terno e aproximou-se para falar mais perto assim que Fugaku murmurou para si. — Ainda está chateado comigo?

Fugaku tardou um pouco em dar sua resposta.

— Eu não estou chateado. — contou, percebendo Itachi querer espiar sua expressão ao dizer isso. — O que está fazendo Itachi? Chega pra lá, assim irá amassar o terno! — repreendeu e no mesmo instante o garoto se afastou dele.

Itachi alisou apressadamente o tecido do terno aonde ele havia se apoiado e pressionado.

— Desculpe por isto.

Um suspiro deixou os pulmões de Fugaku. Ele se levantou do sofá e se direcionou ao filho.

— Itachi, não é que eu seja severo demais com meu próprio filho. — começou após ter a atenção do outro toda focada em si. — Quero que você seja um grande homem, um de sucesso e com grande aptidão! Não fique desperdiçando seu tempo com pessoas que não o levaram a lugar algum.

Itachi tinha expectativas em ouvir palavras afetuosas e um possível:

“Me desculpe filho, reconheço que errei com você.”

Porém, havia esperado demais de um tigre que já lhe havia mordido antes. Em suma, havia se iludido em relação ao afeto do próprio progenitor por ele.

Mas ao interpretar o real significado daquelas palavras, Itachi quase cedeu a vontade de estapear as próprias coxas em pura indignação.

Mas com muito esforço não o fez e apenas iniciou calmamente:

— Otousan, realmente entendo a sua preocupação para com meu futuro e tudo mais... — Itachi olhou para Fugaku, que murmurava ao demonstrar estar ouvindo-o e acrescentou cuidadosamente: — Mas não posso me afastar do único amigo que tenho! Otousan, Deidara é meu melhor amigo de infância. Ele foi o único que não me tratou com indiferença no colégio aonde vários bastardos alfas e ômegas tiravam sarro de mim por ser o único normal da turma, o único beta!

Fugaku ouvirá essa história antes.

A fase do colégio fora um momento bastante conturbado para o garotinho de 9 anos de idade na época.

Depois Que Te Conheci (ABO) - ShiItaOnde histórias criam vida. Descubra agora