Capítulo 18 - Saudades

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Ele gostou da sensação dos dedos em seu couro cabeludo, acariciando com cuidado. O gesto era tão suavemente delicado, que ele fechou os olhos, sentindo-se sonolento.

— Isso é tão bom. — Itachi murmurou baixinho.

— Mesmo? Então acho que devo fazer isso mais vezes. — Shisui disse, vendo como o outro suspirou em deleite aos toques gentis de seus dedos.

O cabelo de Itachi era macio e sedutor, deslizando com facilidade entre os dedos cumpridos. Isso causou um sentimento aprazível em Shisui, que permitiu observar a lateral do rosto de Itachi que descansava a cabeça em seu colo.

Depois de longos dias sem se verem, eles finalmente puderam se encontrar.

Era noite, não havia trabalho empresarial que requeresse atenção urgentemente depois do fim do expediente, o que tornou o encontro possível entre eles sem preocupações.

— Se eu soubesse que estava com tanta saudade assim de você, eu teria dado um jeito de roubar você daquele escritório.

Os longos cílios ergueram-se ao olhar para cima assim que abriu os olhos depois de ouvir aquelas palavras, apenas para encontrar o olhar enternecedor do outro fixo nele.

Itachi sem saber o que dizer, corou. Mesmo as trocas de mensagens com Shisui, ele não se lembra de receber um torpedo sequer onde dizia que o outro estava com saudades e que não podia esperar para vê-lo. Pelo contrário, tinham uma conversa simples onde se perguntava um “tudo bem?” ou “o que esta fazendo”, vezes ou outra, conversavam coisas aleatórias. Mas um “espero te ver logo, estou morrendo de saudades” nunca recebeu.

Bem, isso até então.

A confissão o deixou com um sentimento de felicidade e alívio indescritível. Foi bom saber que ele não foi o único louco que sentirá saudades.

— Diz isso só agora? — Itachi questionou, a sombra de um sorriso em seus lábios traindo sua intenção falha de acusá-lo de um crime.

— Porque eu não fazia ideia, até te ter novamente comigo.

Seu olhar ainda mantinha seu foco no ômega deitado no sofá cuja cabeça ainda jazia em seu colo. Shisui acariciou a derme macia de seu rosto, vendo como ele fechava os olhos em satisfação e logo em seguida os abria novamente para encontrar seu olhar.

Ele estava ciente de um sentimento difuso, mas crescente, uma sensação quase como se ele estivesse ansiando… esperando por algo sem saber ao certo o quê. Talvez ele quisesse pegar o corpo delicado do ômega, abraçá-lo e nunca mais soltá-lo, fazer com que ele se tornasse uma posse sua, completamente seu e só seu.

Mas sabia o que isso significava e não era possível para si fazê-lo. O que restava, era apenas a desculpa esfarrapada do porque teria aceitado quando Itachi apareceu em seu apartamento pedindo por ajuda. Era por que tinha uma culpa parcial pela desgraça do outro, afinal, foram seus feromônios dominantes que o fizeram despertar como ômega ou porque ele era irritante e sem-vergonha para bater em sua porta tão descaradamente e falar coisas que não era um problema dele.

Ou talvez porque quis ajudá-lo desde o momento em que viu aquela criatura pequena e frágil, tremendo levemente enquanto se segurava a ele no banheiro daquela boate aquela noite.

Shisui não sabia o motivo que o levou a se aproximar de Itachi quando foi advertido incansavelmente por Sasori para não fazê-lo.

— Bom… eu também senti saudades. — Itachi disse, sua voz fazendo com que Shisui deixasse os pensamentos de lado e prestasse atenção nele.

— Eu sei que sim. — Shisui cutucou o nariz de Itachi, o gesto fazendo com que ele ficasse surpreso. — Você sempre dizia por mensagem.

Itachi sentiu o rosto ficar quente. Ele gaguejou:

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⏰ Última atualização: Jan 12 ⏰

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Depois Que Te Conheci (ABO) - ShiItaOnde histórias criam vida. Descubra agora