Quatro anos e meio depois que a vida de Ana Lívia virou de ponta cabeça, a mineira tenta sobreviver a sua maneira, cuidando sozinha de seu filho, Dudu, e trabalhando em um emprego que pode não ser dos seus sonhos, mas supre seu desejo em permanecer...
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Chanwoo estava deitado na cama a tanto tempo que nem se lembrava que aquele quarto não era o seu, tampouco a cama macia que descansava. "Descansava", como se fosse possível descansar depois de ter levado um fora com um motivo tão mixuruca quanto o que Ana o havia dado.
Ou melhor, o quê não havia dado.
A imagem de Ana Lívia dizendo com palavras duras que a noite que eles haviam compartilhado não tinha significado nada para ela, cortaram o coração dele de uma maneira que ele não sabia ser possível.
Engraçado ele ter reparado que a proposta que tinha feito apenas em um tom de brincadeira acabou se tornando tão séria assim. Pelo menos para ele.
Como na última hora que ele havia passado deitado entre os lençóis azuis, mais imagens de Ana Lívia com as pernas enroladas nas dele passaram por sua cabeça, as unhas grandes da garota arranhando suas costas à medida que ele se aprofundava mais e mais dentro dela, fazendo seu corpo pegar fogo de novo.
— Opa! O que você tá fazendo aqui? — ele escutou a voz de Kaique ecoando na entrada do quarto e se apoiou nos cotovelos para ver o amigo.
Kai estava com a mão na maçaneta da porta branca, a maldita porta que havia deixado ele e Ana Lívia presos no quarto sem nenhum meio de escapar. O amigo de pele bronzeada, vestia uma camiseta branca com estampa de urso e uma calça de pijama de seda.
— Não responda. — Kai voltou a falar, reparando que o amigo estava sem camisa e dando uma espiada no quarto, reparando a bagunça que se encontrava no lugar. — Então a noite foi boa pra você, senhor Chanwoo Shin? Quem é a felizarda?
Ele soltou a maçaneta e correu para o banheiro na esperança de encontrar a garota com quem Chanwoo passou a noite, mas estava vazio. O garoto então se abaixou para ver se tinha alguém escondido embaixo da cama, ele sabia que o melhor amigo coreano tinha a mania de esconder suas transas nos lugares mais inusitados, só para que os pombinhos pudessem aproveitar o anonimato na "paz do senhor".
Chanwoo puxou um travesseiro da cama e jogou na direção do amigo quando ele se levantou e correu em direção às cortinas, procurando uma garota que já havia abandonado ele no quarto a muito tempo.
— Não tem ninguém aí, seu mané. Ela já foi... — ele esclareceu, se levantando e procurando a camiseta que ele sabia que Ana havia jogado na direção da poltrona escura no canto do quarto.
— Ah... então você confirma que tinha alguém aqui com você, seu safado! — Kaique provocou, jogando o travesseiro de volta na direção de Chanwoo, o acertando. — Nome, me dê o nome. Eu prometo que não conto pra ninguém, segredo de estado!
Ao finalizar a frase, ele passou os dedos nos lábios grossos, imitando um sinal de zíper para que Chanwoo ficasse despreocupado e falasse quem havia dormido com ele. Mas Chan não era tão inocente para cair nessa história de "segredo de estado", ele sabia que Kai era o maior fofoqueiro do colégio e ele não dava 10 minutos para que todos soubessem que ele passou a noite com Ana Lívia Martins e para que sua cabeça estivesse na berlinda.
