Nos direcionamos à pequena cabana de madeira que havia logo ali. Parecia preservada, com certeza alguém visitava com frequência, estava trancada. Clark se posicionou à frente de todos e quebrou a porta com um dos objetos que trouxe. Entramos correndo para fugirmos do frio que estava chegando pelos ventos fortes. Dante se apressou para me pegar no colo enquanto olhou firmemente para Max.
— O que você queria me entregar?— Max falou para Clark.
— Ah, os papéis que achei no navio, muitas anotações e cartas recebidas e outras prontas para enviar.
— Então você conseguiu pegar, que alívio.
— Fala sobre o quê?— perguntei meio fraca, enquanto me acomodei no pequeno sofá vermelho, com a ajuda de Dante.
— Você está bem? — Max perguntou.
— Fala sobre o quê? — Em primeiro momento, Max suspirou impaciente, mas logo respondeu. — Arquivos confidenciais deles. —E eu o ataquei com
um olhar.— Por que deixaram ele entrar com a gente? Ele claramente nao é confiável. — ajeitei minha cabeça enquanto falei.
— Olha, eu posso contar tudo, só... — sua voz pareceu se aproximar.
— Não! Já está tudo bem explicado, vá embora.
— Quando você resolver ouvir, eu te conto tudo.
Temos primeiros socorros na bolsa, alguém pegue pra ela.Anastacia é quem foi procurar na bolsa e veio com um balde limpar a ferida.
— Pode arrancar. — disse com os meus olhos fechados, apertados.
— O quê? — arregalou ou olhos.
— Vai! Arranque logo. —Apertei mais os olhos enquanto virei o rosto para o lado.— Eu não vou fazer isso. — Ana pontuou.
— Arranque! — gritei.
— Não!
— Então eu mesma faço. — um impulso novamente tomou conta de mim, me fazendo puxar aquela flecha. Soltei um grito preso, logo depois, veio mais sangue. Anastacia parecia incomodada em estar de cara com uma ferida consideravelmente grande e sem previsão de melhora rápida.
— O que conseguiram? —Anastacia foi até eles e notou Max engolindo seco com a mão na cintura.
—Olhe você mesmo.— ouvi uns barulhos de papel e comecei a prestar atenção no que Anastacia iria ler.
— Reino Orkida, esperamos a remessa desse mês no mesmo dia entregue no mês passado, levaremos informações valiosas. Guerrilheiros marinhos,
Essa mensagem, vinda do Reino Orkida, retrata a confirmação da remessa, o pacote de 80 pessoas.— E esse livro aqui? — ouvi Ana dizendo quando coloquei a cabeça na parte mais alta para espiar.
—Vamos abrir agora.
— Plano de cura: Energia vital da natureza parece transformar a célula humana, mas não pode ser usado em si. Nota-se diferenças físicas, muitos já foram testados. Árvore mais antiga da ilha
Planejamento para encontrar pessoas que consigam extrair o que essa árvore tem, até agora testamos com mais de mais ou menos 300 pessoas do vilarejo, e ninguém conseguiu. — ela suspirou e voltou a ler.— Plano de império: Recrutar muitas pessoas para lutarem por nós e tomarmos um reino. Ilha Encantada: Parece que aquela areia tem algo especial, ela ligou-se imediatamente ao colar de ferro, minério achado na própria região, dando poder a ele.
— Tem bastante coisa aqui, podemos ver depois.
—Anastacia disse fechando o livro enquanto olhou para mim gemendo de dor, espiando.Max veio até mim e agachou diante do sofá, agora sujo de sangue e terra.
— Saia daqui. —Apertei seus dentes segurando a dor.
— Posso fazer um curativo. — aproximou sua mão, mas sem tocar.
— O que você estava fazendo com aquele pirata? Naqueles pequenos minutos você se divertiu, se divertiu em ser superior a gente, não foi? — olhei em seus olhos.
— Claro que não, você entendeu tudo errado. — guardou sua mão.
— Então o que está certo nessa história? Me fale. — aumentei meu tom.
— Deixe ela descansar e cuidar dessa ferida, cara.
—Dante interrompeu colocando a mão no ombro de Max, o qual olhou para trás embravecido.— Temos muito que conversar.— Max se levantou sem falar, buscou na bolsa uns pacotes de gase, linha e procurou uma bebida alcoólica na casa, com tudo isso na mão, se direcionou ao Dante e o entregou.
— Faça o curativo dela. — nem o olhou na cara, apenas bateu com as coisas em seu peito.
Max, então, aproveitou e pegou outra bebida, se jogou no poltrona acolchoada virando a garrafa toda, recebendo um olhar preocupado de Clark. Ao anoitecer, todos foram para a cozinha e dividiram o que tinham para comer.
— Tinha um mapa nas coisas deles.— Max falou ao mesmo tempo em que beliscava pedaços do pão a sua frente, que não parecia estar saudável para comer. Logo, puxou o mapa do bolso e o abriu sobre a mesa.
— Vejam o que acham, eu vou...Olivia, podemos conversar? — se dirigiu a mim.
—Tabom. — cuspi as palavras.
— Na sala, pode ser? — se levantou.
— Eu não consigo andar.
— Eu te ajudo.— me apoiou em seu ombro sem retirar a raiva da cara, nem mesmo olhava para ele.
— Então, acho que eu vou ter que contar agora, as coisas saíram um pouco do planejamento.
— Que tipo de planejamento? — Agora meu rosto estava frio e eu o encarava como julgamento. Parece ser a primeira vez em que noto muitas pintas no rosto dele.
— Tem um tempo que eu queria pegar os projetos do piratas, eles sabem muita coisa. E acabei descobrindo o que temia, o problema está no reino Orkida. E você parece ter... — o interrompi.
— Eu? Em que parte desse plano eu entro? Pelo visto, a hora que você quer, né? Eu não sabia de nada até agora, e de repente você quer me contar.
— Tá bom! Tá bom Olivia, já entendi que você está com raiva. — ele se expressa com as mãos.
— Raiva? Você tem noção do que é perder alguém para essas pessoas, e depois descobrir que alguém do seu lado, na verdade está do lado deles. Talvez você até tenha ajudado a matá-lo. — gritei, falando tudo sem pensar, apenas cansada de mastigar esse luto.
—Você sempre me odiou, por que confiou em mim? — inclinou sua cabeça.
—Não confiei. — falei mais baixo.
— Ah.. confiou sim!
— Eles mataram meu pai e levaram o Dante, você consegue pensar nisso sozinho?
— Olivia, nunca fomos algo, um grupo, que seja, esperava que todos sentissem sua dor? E quem liga para o Dante? — ele parecia tao soberbo, que se eu pude enxergar algo bom nele? acabou de ser desconstruído.
— Eu ligo!— realmente tentei relaxar o rosto para não mostrar a surpresa ao ouvir o que acabei de ouvir, preguei uma faca na mesa à minha frente, quando vi vMax se retirar da sala.
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Reino encantado
RomanceNum continente distante, em 1453, dois desconhecidos, o príncipe de Orkida e uma guerreira, os quais tiveram uma apresentação nada agradável, fazem um acordo e vão rumo a um lugar encantando, conhecido por lendas. Então, percebem que estão presos um...