Nos levaram para dentro daquele navio, em que já havíamos estado. A partir do momento em que nos aceitaram, pareciam estar nos tratando como companheiros. Fizeram menção de falar sobre o balde de água do mar que ficava no canto de uma cabine. Era para nos limparmos, estava acompanhado de um pano sujo, para todos! Em todo canto podia ser visto migalhas de pão apodrecido, ninguém comeria daquilo, eu espero, a menos que quisessem sofrer com gangrena.
Havia um forte odor fétido vindo do quarto onde dormiam, dei uma espiada e pude ver as caixas com fezes e urina, prático, certo? Paramos na salinha principal, o pirata virou-se encostando na parede.
— Roubaram nossos documentos, e ainda estão respirando, acho que atingi meu nível de bondade. — Ele deixava seus ombros relaxados, e seu olhos caídos entregavam suas poucas horas de sono.
— Bolsas de moedas podem salvar vidas, haha! — Max abriu a boca, fazendo eu me preparar para ouvir asneiras. Estávamos longe do homem, mas perto o bastante para nos protegermos.
— Creio que sim. Agora me digam, vocês realmente querem tirar o reino das mãos do rei? — Declarou se afastando da parede e andando em volta da gente com suas mãos, agora, segurando uma garrafa do que parecia ser cerveja.
— Tenho motivos pessoais, e eles.. — Max passou os dedos compridos pelo cabelo negro. — Bom, eles vieram porque querem me ajudar, né? — Ele nos olhou sorrindo, fechando um pouco os olhos.
— Não. Viemos praticamente como escravos, foi uma obrigação, a condição para podemos voltar para casa. — Me permiti dizer olhando para o príncipe, que diminuiu a distância entre nós com 1 passo.
— Me referi a Anastácia e Clark. — Murmurou com suas mãos nos bolsos, e um bico sendo formado em seus lábios. Eu ri, de forma patética. Virei meu rosto e o voltei ao pirata, agora ao meu lado.
— Sei como é que é, o arrependimento depois... mas as que afrontam são as melhores! Nos lembram que estamos vivos. — Disse o pirata.
— Com licença, ao que se refere? — Amplifiquei minha voz, levantei as sobrancelhas, o rosto, e cruzei os braços.
— A vocês, forte tensão. Tá exalando. — Ele puxou uma faquinha da bota apontando para mim e para Max. Vou aderir essa ideia da bota, gostei disso. O homem deu um longo gole na garrafa e sorriu.
— Ah, cale essa boca imunda. — Expus meu pensamento em um tom bem agressivo. Esperei ameaças, mas encontrei risos, ele foi embora logo depois. Deixou sua faca sobre uma mesinha, fui atrás e a peguei.
— Faça-me o favor... — Revirei os olhos e me sentei no banco próximo, rapidamente fui ao chão, madeira podre! Dante correu para me ajudar e dei um tampa em sua mão.
— Estou bem! —Gritei, enquanto levantava e espanava meu vestido com as mãos, lancei um chute contra a madeira, agora caída sobre o chão do navio.
Um outro homem se aproximou, de rosto conhecido e um andar ardiloso. Experiente. Impiedoso. Como se cada passo fosse uma escolha.
— Então se uniu a causa. — Olhou para Anastácia. —Escolha certa! — Proferiu o sujeito em frente a ela e para ela.
— Não acolhi nenhuma causa, meu desgosto por vocês continua. — Falei sem desviar o olhar dele.
— Ana, a sabedoria pode demorar a chegar. Mas espero que a encontre. — Ele constatou piscando levemente os olhos.
— Não me chame de Ana. E se houver alguma coisa de bom em trastes como você, não é sabedoria!
— Guarde essa raiva para quando encontrarmos o rei e o pusermos no chão! — Meu pai murmurou passando ao meu lado e saindo.
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Reino encantado
RomanceNum continente distante, em 1453, dois desconhecidos, o príncipe de Orkida e uma guerreira, os quais tiveram uma apresentação nada agradável, fazem um acordo e vão rumo a um lugar encantando, conhecido por lendas. Então, percebem que estão presos um...