Capítulo II

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Alicia Gusman

Eu passei o resto da viagem ouvindo música com o Paulo e, surpreendentemente, o gosto musical dele é impecável.

Chegamos no acampamento algumas horas depois e eu fui a primeira a sair correndo do ônibus, com o Guerra logo atrás de mim.

— Vô! — Eu gritei, dando um abraço de urso nele. Ele retribui, logo começando a me fazer cócegas, fazendo-me quase morrer de rir.

— E esse rapaz bonito, Alicia? Anda namorando e nem me contou? — Ele fala brincando, me fazendo corar e Paulo abre um meio sorriso.

— Ainda se eu fosse, Senhor Campos! — Ele diz, me fazendo corar mais ainda. Meu avô arqueia as sobrancelhas com um sorriso travesso no rosto. — Já estive aqui antes, senhor! Me chamo Paulo.

— Nunca me esqueceria de ti, Paulo Guerra! Não existe alguém que apronte tanto quando você nesse mundo inteirinho! — Meu vô diz e eu rio junto do resto da turma, que já tinha saído do ônibus. — Vamos lá, novos campistas! Temos várias aventuras pela frente. Hoje terão o dia livre pra se arrumarem, mas não esqueçam que o jantar é as 20:00!

E então a bagunça começou. Todos saímos correndo para dentro do acampamento como qualquer adolescente faria. Me juntei as garotas e fomos até o dormitório feminino, onde começamos a nos organizar.

— O que foi aquilo com o Paulo, Alicia? — Valéria puxou o papo e eu revirei os olhos. — Ele disse que queria ser seu namorado ou eu ouvi mal?

— Eu ouvi isso também, foi tão romântico! — A Laura fala e suspira, fazendo as garotas rirem.

— Pois eu acho que você merece alguém bem melhor que aquele grosso do Paulo! — Maria Joaquina diz, enquanto tentava escolher que biquíni usaria, já que tínhamos combinado de ir para o lago agora de tarde.

— Fica quieta, Maria Joaquina! Não fala assim do meu irmão. — Marcelina diz, fechando a cara.

— Eu acho que vocês super combinam, principalmente depois do beijo que vocês deram no show de dois meses atrás! — Valéria falou e Bibi, Laura, Marcelina e Margarida concordaram.

— Ah sei lá, meninas. Não tô com muita cabeça pra pensar sobre isso agora, viemos aqui pra se divertir! — Eu digo, fazendo todas concordarem. Pego um biquíni  preto básico e me troco no banheiro.

A única que também estava pronta era a Marcelina, então vamos juntas até o lago, onde se encontravam apenas alguns campistas que não conhecíamos.

— Olá, garotas! Como se chamam? — Diz um menino alto, com os cabelos loiros, a pele bronzeada e os olhos verdes. Ele era muito bonito.

— Oi, eu sou a Marcelina e essa é a Alicia! E você? — Marce fala com sua habitual voz gentil.

— Eu me chamo Nicholas! — Ele diz com um sorriso no rosto. — Já to vendo que esse verão vai ser bom pra caralho.

— E eu concordo contigo! — Digo, lançando um sorriso para ele. Sentamos na beira do lago e outro garoto se aproximou de nós. Descobri que seu nome era Hugo e era melhor amigo do Nicholas.

Ficamos conversando até que o resto da nossa turma começou a chegar. Mário, Paulo e Koki foram os primeiros, se juntando a nós.

— Mas já fizeram novos amigos, é? — Paulo pergunta, sentando no espaço que tinha entre mim e Nicholas. Ele olha para os dois adolescentes com uma expressão séria. — Sou o Paulo.

— Eu me chamo Hugo e ele Nicholas, prazer em te conhecer, cara! — Ele fala, parecendo um pouco intimidado.

Todos, menos Nicholas, Hugo e Paulo, caímos na gargalhada, fazendo-os nos encarar confusos.

— Ah fala sério, Paulo! Que porra é essa? — Mário fala, batendo nas costas do amigo.

— Tá querendo intimidar quem, mongolão? — Koki fala, rindo ainda mais.

— Vão se foder vocês dois! — Paulo fala revirando os olhos. — Esses são Mário e Kokimoto, os dois maiores imbecís do mundo.

— Que mentira, Paulo! O maior imbecil é você! — Eu digo, fazendo ele me empurrar de leve com o ombro e me olhar com falsa irritação.

— Não fala assim do meu irmão, sua vaca! — Marcelina diz e eu mando um beijo no ar pra ela.

— O papo tá bom e tudo mais, mas quem apoia dar um bico no lago? — Eu pergunto.

Paulo é o primeiro a concordar com um sorriso imenso no rosto. Logo, Mário e Koki também apoiam a ideia, mas Nicholas, Hugo e Marcelina resolvem ficar tomando sol.

— No três a gente pula. Ganha que nadar o mais longe sem subir pra respirar. — Eu grito e os três garotos concordam. — Um, dois e TRÊS.

Nós quatro damos impulso e pulamos de bico nas águas frias e cristalinas do lago. Me concentro pra nadar o máximo possível e só ergo a cabeça da água quando meu pulmão não aguentava mais.

Olho em volta. Vejo Koki a cerca de 5 metros para trás e Mário a uns 2, mas Paulo estava exatamente do meu lado, o que me faz revirar os olhos.

— Vai querer um desempate, moreninha? — Ele pergunta com um sorriso de lado, o que me faz revirar os olhos.

— Você sabe que eu vou.

Passou meia hora e toda a vez que eu e Paulo pulávamos na água, acabávamos no mesmo lugar. Eu estava ficando exausta, mas não desistiria até ganhar.

— Alicia, eu não aguento mais! Aceita o empate! — Paulo disse pela milésima vez.

— Nunca! Só se você desistir. — Eu digo, virando de frente pra ele na água.

O garoto encara meus olhos e se aproxima um pouco, fazendo com que meu corpo inteiro arrepiasse. Ele percebe e abre um sorriso de canto, se aproximando um pouco mais. 

— Eu não desisto, Aliciazinha. — Ele sussurra no meu ouvido, fazendo-me arrepiar ainda mais. O seu sorriso aumenta. Eu apoio minha mão em seu ombro e me impulsiono pra cima, ficando da sua altura.

— Muito menos eu, Paulinho. — Eu digo no mesmo tom em seu ouvido e, agora, quem se arrepia é ele. Eu abro um sorriso de canto.

— O que acha de mudarmos a competição? — Ele fala quando eu me distancio um pouco, mas não o suficiente para pararmos de sentir a respiração um do outro.

— Qual é a tua ideia? — Eu pergunto, olhando nos penetrantes olhos castanhos do garoto.

— Uma partida de futebol. — Ele diz e eu abro um sorriso.

— Isso vai ser moleza! — Eu digo e ele revira os olhos. — O Jaime fica no meu time!

Depois de meia hora para escolher os times completos, fomos todos para a quadra de futebol. Ainda estávamos com as roupas de banho, mas não queríamos perder tempo nos trocando.

No meu time ficaram: eu, Jaime, Daniel, Nicholas e Koki.
No do Paulo: ele, Adriano, Davi, Valéria e Mário.

— Capitães ou goleiros pra decidir quem começa com a bola? — Alan, meu primo, pergunta. Ele seria o juiz do jogo.

— Capitães! — Paulo responde antes que eu pudesse abrir a boca.

— Cara ou coroa? — Alan pede para nós dois.

— Cara. A coroa fica pra princesa. — Paulo diz, me surpreendendo. Senti minhas bochechas esquentando e o garoto abre um pequeno sorriso. Alan joga a moeda pra cima.

— Coroa! Você começa, prima. — Ele diz, entregando a bola em minhas mãos.

— Que a competição comece, Paulinho! — Eu digo, olhando nos olhos dele.

— Pode apostar que vai, Aliciazinha! — Ele diz, piscando pra mim.

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O clima já ta esquentando!
Espero que vocês tenham gostado
desse capítulo!

Com carinho, R.

Maybe it's love - Paulicia Onde histórias criam vida. Descubra agora