Capítulo IV

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Alicia Gusman

Depois do beijo na bochecha que ganhei do Paulo, comecei a me questionar o que estava acontecendo entre nós. Ele estava tão... diferente comigo. E eu acho que estou gostando.

Fui correndo para o banheiro e tomei um banho de quase meia hora pensando no que eu estava sentindo por ele. Só saí debaixo da água quente pelas fortes pancadas dadas pela Carmen no box.

— E aí, Alicia? Vai nos contar o que está acontecendo entre você e o Paulo ou não? — Carmen perguntou, enquanto eu colocava uma roupa para a janta.

— Como assim? — Eu pergunto, me fazendo de desentendida.

— Como assim, como assim? — A Valéria pergunta. — Vocês tão grudadinhos o dia todo e parece que tem uma tensão de romance entre os dois.

— Isso é tão romântico! — Laura disse, suspirando.

— Dessa vez eu vou ter que agree with Laura! — Bibi diz, fazendo um coração com as mãos.

— Ah, meninas! Não tá acontecendo nada demais, a gente só é amigos. — Eu falei e Maria Joaquina revirou os olhos.

— Até o Cirilo perceberia que vocês dois estão afim um do outro! E olha que ele é um bobo... — Majo diz, fazendo com que todas ríssemos.

— Vou adorar quando tu virar minha cunhada oficialmente, Alicia! — Marcelina disse, me abraçando. Eu empurrei ela de leve.

— Não enlouquece, garota! Eu não vou virar sua cunhada. — Eu disse e ela revirou os olhos.

— Quando eu e o Daniel começamos a nos aproximar também foi assim e olha onde estamos agora. — Ela disse, mostrando a aliança de namoro brilhante em seu dedo.

— A mesma coisa comigo e com o Jaime! — Margarida começou. — A gente vivia brigando, até que ele admitiu que estava perdidamente apaixonado por mim e eu por ele!

— Comigo e com o Paulo é diferente, meninas. Podem apostar! — Eu disse enquanto saíamos todas do quarto.

Chegamos no refeitório e Valéria foi direto conversar com o Davi, mas eles não paravam de revezar seus olhares entre mim e o Paulo. Aí tem coisa.

Deixei esse assunto de lado e quando o jantar chegou, comecei a comer por que estava morta de fome. Quando chegou na hora da sobremesa, Valéria pigarreou para mim. Virei minha atenção pra ela, enquanto comia o mousse de maracujá delicioso.

— Sabe, Alicia, aconteceu uma coisa que eu acho importante você saber... — Ela começou e eu fiz um sinal com a mão para continuar. Ela hesitou e nesse meio tempo, acabei minha sobremesa. — Hoje, quando o Paulo foi para o dormitório dos meninos, ele... ele teve uma briga com o Nicholas por sua causa. O novato disse que você era uma gostosa e o Paulo ficou bravo, quase bateu nele, mas o Mário o impediu. E no final, ameaçou todos os garotos dizendo que se algum deles tentasse qualquer coisa contigo, teriam que se ver com ele.

Eu encarei a Valéria chocada. Um misto de raiva, preocupação e carinho se misturaram dentro de mim. Eu achei fofo ele me defender pro Nicholas, mas fiquei preocupada por quase se meter em uma briga. Mas o mais importante: QUEM ELE PENSA QUE É PRA FALAR PRA NINGUÉM CHEGAR PERTO DE MIM?

A raiva me consumiu e eu esqueci dos outros sentimentos. Levantei furiosa e procurei a razão dos meus problemas com os olhos. Quando achei, fui batendo o pé até ele.

— QUAL É A PORRA DO SEU PROBLEMA, GAROTO? — Eu disse e desferi um forte tapa na cara do Paulo. Ele me olhou atônito enquanto acariciava a bochecha que eu tinha atingido.

— Que merda que eu fiz, sua doida? — Ele pergunta, parecendo confuso.

— QUE MERDA QUE VOCÊ FEZ, SEU FEDELHO? VOCÊ ACHA QUE É QUEM? MEU PAI? VOCÊ NÃO PODE FICAR PODANDO AS MINHAS COMPANHIAS E AMEAÇANDO QUEM QUER CHEGAR PERTO DE MIM! — Eu gritei, ainda mais furiosa por ele ter se feito de desentendido. Nesse ponto todas as pessoas que estavam na cafeteria formaram uma roda ao nosso redor, todos querendo saber o que estava acontecendo.

— Ah, é sobre isso. — Ele disse casualmente. — Eu só estou te protegendo de más companhias.

— QUEM É VOCÊ PRA DIZER QUEM É UMA BOA OU UMA MÁ COMPANHIA PRA MIM? — Eu gritei novamente e pude ver o garoto começar a se estressar. — EU SOU GRANDINHA O SUFICIENTE PRA PODER ESCOLHER QUEM EU QUERO OU NÃO QUERO POR PERTO DE MIM, PAPAI. — Falei ainda mais alto, com raiva.

— QUER PARAR DE GRITAR, ALICIA? — Ele gritou com o tom bem mais alto que o meu, fazendo com que eu me calasse e desse um passo para trás. Ele percebeu que me assustou e respirou fundo, diminuindo o tom de voz. — Eu só quero que você fique bem, Alicia! E não acho que aqueles garotos vão te ajudar nisso.

— Quem escolhe quem vai me fazer bem ou não sou EU, não você. — Eu falo, sem gritar dessa vez. Quando Paulo ia abrir a boca mais uma vez, eu olho ao redor e puxo Nicholas para perto de mim. Paulo se cala quando vê que eu dei um selinho no garoto. — Ficou mais claro agora?

— Recado entendido, Alicia. — Ele fala com um misto de raiva e tristeza nos olhos e eu me arrependo instantaneamente do que havia feito. Paulo sai dali depressa e, aos poucos, a multidão começa a se dissipar.

— Bem que poderíamos fazer isso mais vezes... — Nicholas disse, me puxando pela cintura, quando já não tinha ninguém no refeitório.

— Olha Nicholas, eu te achei um cara muito legal e tal, mas não te vejo com esses olhos. Eu só queria irritar o Paulo, me desculpe. — Eu disse, me soltando de suas mãos.

— Vai lá com o seu namoradinho sem graça, então! — Ele diz, parecendo furioso. Eu entendo que foi errado eu ter usado Nicholas pra fazer ciúmes no Paulo, mas não vi razão pra esse estresse todo. — Nunca mais fala comigo, sua puta! — Ele dá ênfase na última palavra e começa a andar em direção a saída.

— Enche a boca pra chamar uma mulher de puta mas ficou de pau duro só por causa de um selinho! — Eu digo e ele se vira furioso para mim. — Melhor puta do que precoce.

— Quer ver quem é o precoce, é? — Ele fala me puxando pelo braço, tentando me arrastar pelo refeitório.

— NÃO ENCOSTA EM MIM, SEU NOJENTO! — Eu grito, fazendo com que ele me olhasse com mais raiva ainda.

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Momento tenso! Como será que
a Alicia vai sair dessa?
Espero que vocês estejam gostando e muito obrigada mesmo pra todos que estão lendo!!!

Com carinho, R.

Maybe it's love - Paulicia Onde histórias criam vida. Descubra agora