Capítulo XXI

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Alicia Gusman

— Alicia, seu avô quer falar contigo! Ele tá lá na sala dele. — Valéria diz, entrando no dormitório.

Eu franzo minhas sobrancelhas e deixo o livro que estava lendo de lado. Sento no meu beliche, me espreguiçando.

— Que estranho... Você sabe o que ele quer? — Eu pergunto, indo até a garota que estava segurando a porta aberta.

— Não, mas acho que você deve se apressar, ele parecia preocupado. — Ela diz e eu apreço o passo em direção à sala da diretoria, enquanto Valéria andava em outra direção.

Chegando em frente da sala, vejo uma cesta repleta de dentes-de-leão. Todos eram as flores amarelas, o que era estranho, já que geralmente ninguém dá a mínima para essas flores.

Na cesta tinha um bilhete que possuía o meu nome, o que me fez franzir a testa. Pego o papel e vejo uma letra meio feia, mas que só poderia pertencer a uma pessoa.

" As flores são tão delicadas que parecem até frágeis, mas não são. As flores são fortes e bonitas, são delicadas e surpreendentes. As flores são exatamente como você, Alicia. - P."

Li o bilhete e meus olhos começaram a lacrimejar. Eu não sabia que Paulo era tão sentimental assim. Credo, pareci a Laura.

Eu respiro fundo, tentando decidir se devo ou não entrar na sala. Paulo tinha preparado tudo aquilo para nos acertarmos, mas ele tinha me traído. Será que eu devo simplesmente perdoá-lo? Como se nada tivesse acontecido?

Mas talvez ele tenha algo a dizer. Vai que as coisas não sejam tão preto no branco assim, né?

Suspiro com o meu último pensamento e entro na sala, me surpreendendo com a transformação do local.

A grande mesa que geralmente estava lotada de documentos, estava posta em uma mesa de jantar à luz de velas. Tinha uma teve ligada na parede e parecia ter um vídeo pausado. E Paulo estava de costas, em um terno, encarando a janela.

Meu coração acelerou só de estar no mesmo ambiente que o garoto. É inacreditável como, mesmo depois do que ele fez comigo, ele continua tendo esse poder sobre mim.

— Alicia, eu... — Ele diz se virando para mim e vindo em minha direção em passos lentos. — Obrigado por ter vindo. Obrigado por me dar essa chance.

— Por que você me chamou aqui, Paulo?

— Eu chamei por que te amo. — Ele diz e eu arregalo os olhos, com o coração batendo cada vez mais rápido em meu peito. — Eu te amo mais do que tudo e não aguentaria ficar longe de você por mais tempo. Eu sinto muito pelo que aconteceu com aquela garota, mas eu juro que não foi como você pensou, meu amor. Ela me beijou, não fui eu! E eu afastei ela no segundo que ela me encostou, tem até o vídeo da câmera de segurança pra provar.

Dito isso, ele pega o controle da televisão e despausa o vídeo. Eu vejo a cena da garota se aproximando e beijando ele, o que me faz querer vomitar, mas no mesmo instante o garoto empurra ela e eu entro pela porta.

Meus olhos lacrimejam e eu entendo o que havia acontecido: um grande mal entendido. Se eu ao menos tivesse deixado o garoto se explicar...

— Ei, por que tu tá chorando, Alicia? Droga! Tu não me perdoa? Desculpa, e-eu não queria te machucar mais ainda... — Ele começa a falar desesperado, mas eu o calo com um beijo apaixonado.

— Me desculpa, Paulo. E-eu deveria ter te deixado se explicar! Desculpa, de verdade. — Eu digo e ele abre um sorriso com os olhos. — Eu te amo, Paulo Guerra.

— Eu te amo mais, Alicia Gusman. — Ele fala antes de darmos mais um beijo, esse que durou ainda mais tempo. Quando nos separamos, ele anda rapidamente até um canto da sala e pega algo. Ao se aproximar percebo ser dois dentes-de-leão, mas agora o "anjinho" e não a flor amarela. — Faz um pedido, meu amor.

Ele me entrega uma das flores e fica com uma para ele. Fecho os olhos e ele faz uma contagem regressiva e no final, assopramos os anjinhos, cada um fazendo um desejo.

"Eu desejo ficar pra sempre ao lado do Paulo."

Foi o que passou na minha cabeça no momento.

Paulo Guerra

"Eu quero que Alicia fiquei sempre comigo."

Esse foi o meu desejo.

— O que você desejou? — Eu pergunto para a garota que estava a, no máximo, 10cm de distância de mim.

— Não posso falar, se não não se realiza! — Ela diz e eu reviro os olhos, passando meus braços em torno de sua cintura. — Desejei algo sobre você, amor.

— E eu desejei algo sobre você, lindinha! — Eu digo antes de dar um selinho demorado em seus lábios. — Vem, vamos comer! Eu e Koki que fizemos a refeição, mas juro que acho que vai estar bom!

— Desde que vocês não tenham colocado minhocas, tá ótimo pra mim! — Ela diz e eu dou risada, lembrando da vez que demos um sanduíche de minhoca pra Laura.

— O japonês queria, mas eu protegi a minha amada! — Eu digo e ela revira os olhos, sentando em uma das cadeiras postas a mesa.

— Isso aqui tá uma delícia! Não sabia que tu era bom assim na cozinha, Paulinho! Quem vai fazer a comida na nossa casa vai ser você! — Ela diz e eu abri um sorriso provocativo.

— Quer dizer que até futuro nós já temos juntos, Aliciazinha? To gostando, fala mais! — Eu disse e ela corou. Coloco uma das minhas mãos em seu rosto e faço carinho, fazendo-a me olhar apaixonada.

— Você é perfeito pra mim, Paulo.

— E você é tudo que eu sempre precisei, Alicia. Você quer namorar comigo?

— É o que eu mais quero na minha vida, Paulo. — Ela diz e nós nos beijamos, por cima da mesa mesmo.

E foi assim que a nossa história começou. Tudo a partir dessa noite foi mil maravilhas, tirando as 800 milhões de competições e briguinhas desportivas que aconteciam diariamente.

Eu posso dizer, com todo o meu coração, que Alicia Gusman foi a melhor coisa que aconteceu na minha vida e tenho orgulho de poder chamá-la de minha.

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Eai, gente? O que acharam dessa linda história de amor? Vão querer um epílogo?

Espero que vocês tenham gostado dessa história! Desculpa qualquer erro, esse foi meu primeiro livro aqui!

Muitíssimo obrigada pelo tanto de carinho que vocês me deram no decorrer da postagem dessa história, eu amei escrever e espero que tenham amado lê-la também!

Com carinho, R.

Maybe it's love - Paulicia Onde histórias criam vida. Descubra agora