Capítulo VII

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Paulo Guerra

Olha aqui, antes de vocês me xingarem por eu não ter falado com a Alicia por dois dias, escutem o meu lado! Ok? Ok!

Eu estava me sentindo culpado pelo que aconteceu com ela e não conseguia olhar para seu rosto angelical sem lembrar daquele cretino... Ah, quem eu estou querendo enganar? Foda-se, eu fiquei com medo! Fiquei com medo de estar me apaixonando pela Alicia.

Eu sei que é babaquice, mas eu não sabia o que fazer, certo? Eu nunca senti isso por ninguém antes e não esperava que fosse acontecer agora!

Depois da prova (que eu tenho certeza que a Alicia roubou, por sinal) nada de novo aconteceu.

Eu e a equipe laranja saímos furiosos enquanto a equipe roxa ficava esfregando em nossa cara que havíamos perdido.

— A Valéria foi ótima na prova! Estou super orgulhoso do meu amorzinho. — Davi falou, depois de eu ter saído do banho.

— Ah, mas vai se foder! Ela é inimiga! — Eu digo e ele dá de ombros, com olhos apaixonados pensando em sua amada.

Será que eu ficava assim quando pensava na Alicia? Não, claro que não! Eu não estou apaixonado por ela. NÃO ESTOU!

— Kokimoto e Mário, meus fiéis escudeiros, é hora de botar o plano em ação! — Eu falei apenas paro os dois, com um sorriso travesso nos lábios.

Durante a noite...

— Não, Kokimoto! Vem rápido antes que elas acordem! — Eu sussurrei para ele, abrindo a porta do dormitório feminino para ele sair. Mário já estava ali fora nos esperando. Koki sai correndo pela porta e eu olho para dentro mais uma vez antes de sair.

— O que você está fazendo aqui? — Alicia fala, com a voz rouca de sono (bem sexy, apenas comentando). Eu paralisei.

— E-eu... eu vim falar com você! — Eu disse, em pânico. Merda!

— No meio da noite? — Ela perguntou, parecendo desconfiada. Alicia desce do seu beliche e vem em minha direção, só aí que percebo que ela vestia apenas uma regata fina e uma calcinha.

— É que... é que eu não estava conseguindo dormir e... e pensei em vir falar com você, já que andamos meio distantes. — Eu digo sem pensar. MERDA! Que porra eu to falando? Ela vai achar que eu sou maluco.

— Paulo, você é muito estranho. — Ela diz, com um sorriso contagiante que me fez sorrir também. — Agora vá dormir que eu não quero conversar agora.

Auch, lindinha, essa doeu! — Eu disse, colocando a mão no peito e fazendo cara de dor. — Não queria falar contigo mesmo...

— Deixa de ser hétero top, Paulinho! — Ela fala zoando da minha cara e eu a mostro meu dedo do meio, com vontade de não ir embora dali.

Saio do dormitório feminino e respiro fundo. Será que ela acreditou? De qualquer forma, todas as partes do plano foram concluídas, só falta ver se deu certo, mas isso é só amanhã.

Acordei com uma gritaria. Uma gritaria de garotas. Normalmente eu xingaria o mundo e voltaria a dormir, mas essa gritaria feminina só poderia significar uma coisa. E então um sorriso se abriu em meu rosto e levantei da cama, acompanhado de Koki e Mário que também sorriam.

Fechamos as expressões e fingimos preocupação ao chegarmos no quarto das meninas, daonde ainda saiam gritos. Quando eu ia bater na porta do quarto, ela se abre e eu vejo a garota que vem tirando o meu sono.

Mas a garota estava furiosa. E com mechas roxas no cabelo.

— PAULO, SEU BABACA! EU TE ODEIO! VOCÊ VAI QUEIMAR NO FOGO DO INFERNO. — Ela fala e me dá um forte tapa na cara, mas logo se direciona aos meus amigos, que tinham expressões assustadas. — VOCÊS TAMBÉM, ALIADOS DO CAPETA! MERECEM MAIS VINTE TAPAS PELO QUE FIZERAM!

Ela deu um tapa no rosto de cada um, que ficaram acariciando suas bochechas vermelhas depois disso. E, nesse meio tempo, espiei para dentro do dormitório.

Todas as garotas estavam com o cabelo, ou partes dele, roxo. Maria Joaquina, Valéria e Laura estavam com ele completamente pintado e as três estavam com cara de choro. Carmem, Bibi e Marcelina estavam com algumas manchas por todo o cabelo e pareciam mais bravas do que tristes. Margarida tinha apenas as pontas roxas e parecia nem se importar. Enquanto Alicia tinha algumas mechas roxas no cabelo e, sinceramente, ela ficou ainda mais bonita do que já era. Ela parecia mais furiosa pelas amigas do que por si mesma, já que não ligava tanto para a aparência.

— Alicia! — Eu chamei sua atenção, enquanto ela dava sermão de como era feio ajudar um mal-caráter como eu a fazer algo desse tipo com as amigas deles. Ela vira para mim e cruza os braços, esperando pelo que eu tinha a dizer. — Você fica linda com o cabelo roxo.

Ela franze a testa, não entendendo se eu estava brincando ou não. Mas eu não estava, acreditem em mim quando eu digo, essa garota consegue ficar bonita de todas as formas possíveis.

— EU VOU TE MATAR, PAULO GUERRA! — Ela berra e começa a se aproximar de mim com um olhar de serial killer. Eu começo a correr e ela vem atrás.

Corremos por um bom tempo, passamos pelo lago, que eu quase me joguei, mas estava de roupa, passamos pelo refeitório, passamos pela quadra de futsal, pelo grande jardim se flores, pela plantação de amora e demos umas dez voltas ao redor do casa em que ficavam os dormitórios. Eu já estava morrendo de tanto correr.

— Você não se cansa não, pulmão de aço? — Eu pergunto, enquanto começava a entrar na  floresta, ainda correndo.

— Não quando é para matar alguém que merece! — Ela falou, me fazendo correr ainda mais rápido. Olhei para trás para ver onde ela estava e, nesse momento, tropecei em uma raiz e cai de costas no chão.

Alicia estava bastante próxima de mim, então não conseguiu parar e caiu bem em cima do meu corpo. Eu encarei seus profundos olhos castanhos e ela encarou os meus.

Estávamos absortos. Parecia que nada mais existia além de nós dois. Coloquei minhas mãos em sua cintura e ela continuou se apoiando nos meus ombros.

Eu sentia sua respiração quente se misturando com a minha e o seu cheiro de baunilha invadindo as minhas narinas. Ela estava linda ali em cima de mim. E tudo que eu queria fazer era acabar com a pequena distância que restava entre nossos lábios.

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E essa cena final, Brasil?
Será que Paulo finalmente deixará
seu orgulho se lado e mergulhará
nesse romance mágico
com a Alicia?
Espero que vocês estejam
gostando de ler essa história tanto
quanto eu estou gostando
de escrevê-la!
Obrigada por estarem
lendo!

Com carinho, R.

Maybe it's love - Paulicia Onde histórias criam vida. Descubra agora