Capítulo 2

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Ele ficou parado me olhando, como se não me visse a séculos, e não me vê anos, de fato.

— Sam?! — falei em choque

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— Sam?! — falei em choque. Afinal, o que Sam Winchester estava fazendo na minha casa?

Faziam muitos anos que não o via, e não ouvia coisa alguma sobre ele. Apesar de nós já termos trabalhado juntos em três ou quatro casos - sendo um deles sobre um espírito maligno que estava atrás de mim - nós nunca fomos próximos, nunca tivemos um vínculo. Então, não entendi o que ele está fazendo aqui.

— O que você está fazendo aqui? — perguntei com firmeza.

Ele deu alguns passos, adentrando mais em meu quarto e acendeu a luz. Seu retardo em começar a responder a minha pergunta me fez ter a certeza de que não é algo bom.

Mas vindo de um Winchester... com certeza é problema.

— É o Dean... — ele começou.

— Ah, não! — interrompi. — Eu estou fora, Sam. — elevei o tom de voz. — Há anos! Eu estou fora há anos!

— S/n, me escuta! — ele me interrompeu.

— Não, Sam. Não! — isso estava prestes a virar uma discussão, se já não virou. — Eu tenho uma vida agora. Eu tenho responsabilidades. Não sou mais uma caçadora e não estou disposta a voltar a ser, isso não é uma opção. — parei para respirar. — Por que está aqui, afinal? Por que veio atrás de mim?

— Porque você é a única que pode ajudar.

Eu soltei uma risada arrogante.

— E quanto aos outros caçadores, ein?! Isso já deu pra mim, Winchester. Procure ajuda em outro lugar. — falei  afastando-o.

— Calma, espera! — ele insistiu. — Ele é o meu irmão.

— Problema seu.

— Significa que vou fazer qualquer coisa para salvá-lo.

Fiquei em silêncio.

— E eu preciso de você, S/n. Preciso da sua ajuda. E não vou desistir. — ele me olhou nos olhos. — Meu irmão precisa de mim.

Ele esperou minha resposta.

Eu sei o que é estar desesperada atrás de ajuda e salvação. Eu sei o que é ter o medo constante de perder a pessoa mais importante da sua vida.

Na época, eu virei caçadora por pura ambição. Eu queria transformar o mundo em um lugar melhor, mais seguro. Eu fui sozinha atrás das criaturas mais horripilantes de todas, e venci todas elas.

Mas, perdi muito também.

Na minha última caçada, eu fui atrás de uma criatura que adorava transformar a vida de suas vítimas em um verdadeiro caos. Foi difícil pra cacete encontrar essa aberração, e quando eu encontrei, eu fracassei. Não acertei o tiro, ou a facada, ou os socos. A criatura me nocauteou e fugiu, e eu fiquei no chão, tentando não apagar, porque eu sabia que precisava ir atrás daquele monstro o mais rápido possível, não podia perdê-lo de vista.

Mas eu apaguei, e acordei após uns trinta minutos. Assim que acordei eu fui correndo pela rua escura o mais rápido possível, em direção ao lugar o qual eu tinha certeza que a criatura iria. Minha casa.

Enquanto eu corria em desespero, e com toda força que eu tinha, tudo o que se passava pela minha cabeça era minha família.

Minha mãe, Serena. Meu pai, Paul. Meu irmãozinho, Tayler.

Quando eu estava próxima da rua da minha casa, vi uma fumaça subindo. Eu sabia, mas não queria admitir que era a minha casa, porque estava na mesma região que a minha casa.

Caí de joelhos no chão e as lágrimas tomaram conta do me rosto no exato instante que cheguei em frente a minha casa.

Ali estava eu, assistindo tudo o que eu chamava de lar ser consumido pelas chamas. Até que sobrasse nada.

Minha família era o meu verdadeiro lar.

Eu gritava aos prantos na calçada, meu coração doía como nunca doeu. A fumaça que vinha da casa invadia meus pulmões, mas eu estava cega de dor para me importar com isso.

Eu dizia em meio a soluços e lágrimas, em voz alta, sozinha naquela calçada: "Sinto muito.", "Mãe, Pai, Tayler. E-eu sinto muito. Não consegui chegar a tempo, eu não consegui.", "Por favor, me perdoem."

Repetia essas palavras incansavelmente, porque era tudo o que eu tinha a dizer e pensar. Aquela criatura me tirou tudo o que importava pra mim.

Eu desmaiei no meio da calçada. Pela fumaça, ou pela dor, não importa. Então, quando eu acordei, estava deitada em uma cama de hospital. A enfermeira foi até mim, fez algumas perguntas, eu respondi mesmo sem entender qualquer palavra que ela dizia.

Mas consegui entender claramente a última coisa que ela me perguntou, foi: "O que vai fazer quando sair daqui?"  

Aquilo ressoou não minha cabeça mais do que alguém possa imaginar.

"O que eu vou fazer quando sair daqui?"

Eu respondi: "Vingança."

A enfermeira ficou sem entender nada, achou que eu estava alucinando, talvez.

Aquela coisa tirou tudo de mim, nada mais justo que a matar lenta e dolorosamente. Será um prazer.

Eu fugi do hospital e comecei a caçada imediatamente.

—  Tá. — respondi para Sam. — Eu vou te ajudar. Você é a porra de um Winchester e não vai desistir. — olhei no fundo dos olhos dele. — Mas só dessa vez. Porque eu tenho uma boa vida, e voltar a ser caçadora está longe de ser uma opção. — eu terminei e ele assentiu.

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