Capítulo 10

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Pesadelo narrando

Saio do banho, vou para o quarto e vejo que Alana já foi embora. Eu sabia que ela não ia esperar, essa menina adora me enfrentar, mas hoje vou deixar passar porque ela está realmente mal.

Quando eu a vi pela primeira vez, a única coisa que eu queria era o seu corpo. Mas durante esse ano percebi que ela não é mais a mesma, o brilho no olhar que tanto me encantava, hoje não existe mais. Vê-la desse jeito me deixou triste para caramba. Eu sei que o que faço é sacanagem, mas não consigo me imaginar sem tê-la a minha disposição.

Visto uma roupa qualquer, pego a minha arma e vou direto para a boca.

- Pesadelo. - Gl fala entrando na minha sala sem nenhum aviso prévio.

- Ficou maluco Gl ? - ele sabe que não gosto que entrem desse jeito.

- A Alana está no postinho.

- O QUE HOUVE ? - pergunto nervoso.

Não consigo evitar e acabo lembrando dos cortes que vi no seu pulso mais cedo. Ele não seria capaz de tirar a própria vida !

- Pelo que parece ela desmaiou dentro de casa na frente da tia dela, que foi quem ligou para a Mariana e pediu ajuda.

- Cuida das coisas, eu vou para lá. - saio varado da boca e vou para o postinho.

Encontro a tia dela e gorda na recepção, me aproximo e pergunto :

- O que aconteceu ?

- A Alana desmaiou assim que chegou em casa.

- Onde ela está ?

- O doutor está atendendo-a. - a tia fala.

Fico ali com as duas mulheres e depois de uma eternidade o médico chega para nos dar alguma notícia.

- Então doutor, o que ela tem ?

- Fizemos alguns exames e felizmente a paciente está bem. O desmaio foi resultado da gravidez.

Que ? Alana está grávida ?

- Minha sobrinha está grávida doutor ?

- Sim, depois de tomar o soro ela pode voltar para casa. - ele fala onde é o quarto dela e sai.

- Espero que esteja feliz, pois agora você estragou de vez a vida da minha sobrinha. - ela fala e sai com a Mariana.

Se fosse em outra situação eu colocaria essa velha no seu devido lugar, mas no momento estou assimilando a situação em que vivo. A Alana está grávida ! Eu vou ser pai !

Depois de um tempo ali na recepção, finalmente tomo coragem e vou para o quarto em que minha mulher está.

- Eu não queria esse bebê tia. - escuto ela falar enquanto chora.

- Fique calma minha querida, se você não quiser, podemos procurar um jeito de acabar a gravidez.

- VOCÊS FICARAM MALUCAS ? - entro gritando e assustando as duas.

- Pesadelo. - Mariana tenta intervir.

- Você duas saiam daqui, quero conversar com a minha mulher.

- Eu não vou sair de perto da minha sobrinha. - olho para Alana e ela entende que é melhor tirar a tia daqui.

- Tia Nina pode ir, eu estou bem. - ela sorri.

- Estarei de lado de fora, se precisar de mim é só gritar. - fala e sai com Mariana.

- Não acha que precisamos conversar ?

A obsessão do traficante Onde histórias criam vida. Descubra agora