VI - Outono de 2002

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Dois anos depois

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Dois anos depois...


Rafael


Estou bem nervoso. Minhas mãos tremem em meu colo e na palma da minha mão muito suor, não importa quantas vezes eu tentasse secar na minha calça. Bato os pés no chão num ritmo louco e olho para todos os lados, menos para a porta do escritório principal.

A gravata que eu estava usando parecia querer me engolir vivo. Tentava ajustar ela de quinze em quinze segundos, mas ela me sufocava lentamente. Junto da gravata o resto da minha roupa parecia que queria me cozinhar ali dentro daquele algodão e fibra! Estava uns quarenta graus dentro desse escritório ou era impressão minha?

A secretária se compadece pelo meu nervosismo e me oferece um copo com água e açúcar. Agradeço e tomo, mas não serve de muita coisa para conseguir acalmar os meus nervos. Ela tenta até manter uma conversa e me pergunta coisas comuns, como o meu nome, qual semestre que estava na faculdade, respondo tudo no automático.

Aquele era o melhor escritório de advocacia da minha área na cidade e nem sei ao certo ainda como eu tinha conseguido uma entrevista de estágio aqui. Só espero que eu me saia bem e que consiga responder tudo o que me perguntarem sem parecer como o menino nervoso que era.

Meu celular vibra em meu bolso, e estava tão nervoso que nem tinha lembrado de desligar totalmente ele. Vejo que é uma mensagem da Isa.

 Ler aquela mensagem da Isa serviu melhor do que o melhor calmante do mercado

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Ler aquela mensagem da Isa serviu melhor do que o melhor calmante do mercado. Depois de ler, eu desligo o meu celular e o guardo dentro do meu bolso. Consegui respirar fundo, consegui normalizar os batimentos do meu coração. Fechei os olhos e me concentrei em manter a calma.

Se eles tinham me chamado para essa entrevista, é porque tinham pelo menos um pouco de interesse em mim. Estava ali pelos meus próprios méritos. Daria tudo certo. Eu estudei muito, era um aluno exemplar, não havia motivo para que eles não me quisessem ali.

A gravata já não me sufocava mais. Minha respiração não estava mais ofegante. A roupa não me parecia mais uma sauna, já conseguia sentir o vento gelado do ar condicionado fazer o seu efeito. Minhas pernas já não se mexiam mais como uma passista num desfile de escola de samba. E pela primeira vez desde que tinha entrado naquele escritório, estava sorrindo.

Outonos MeusOnde histórias criam vida. Descubra agora